AZUL DOURADO
Tenho em mãos a "famosa" revista Horta Municipal (gestão estratégica potência investimentos). Hilariante! Seguem-se trinta e nove páginas "cativantes", trinta delas reservadas escrupulosamente ao excelso carisma pessoal de demagogo profissional do presidente da Edilidade Faialense. No seu todo, a revista revela-se extra-piramidal, demonstrativa da "pujança feliz" com que o autocrata presidente da Edilidade marca com ferrete em brasa o povo desta ilha com a sua "brilhante" gestão recorrente num festival de photoshop azul dourado no desiderato de demonstrar que esta ilha se transformou no paraíso na terra por mérito soberano da sua gestão de polichinelo.
Vistas as coisas por esta dioptria vivemos numa ilha idílica onde as necessidades dos munícipes estão preenchidas, se não, na melhor das hipóteses dentro dos próximos cem anos, tempo expectável da prestidigitação de prevalência PS à frente dos destinos do povo desta ilha. Todos sabem que "Roma e Pavia não se fizeram num dia", e que é necessário tempo para solucionar a imensidão dos problemas existentes, também se sabe, ou deveria saber-se, que a obra apresentada peca por tardia e tendenciosamente eleitotalista, observe-se as ausências prioritárias e tudo o que foi concebido estrategicamente na nítida e descarada caça ao voto. Aqui as prioridades prevaleceram, tipo hipermercado, expondo à altura da vista o producto que urge converter em voto. Caem como tordos. Ademais, a maioria das obras executadas foram-no em redutos circunscritos de maioria PS, o que demonstra a desonesta estratégia desta autarquia. A apregoada auscultação das "forças vivas" do Conselho cumpre um estranho ritual solene quando deveria existir a humildade de verificar in loco o ror de prioridades isentas de partidarismo, pompa e circunstância. O êxito e progresso de qualquer comunidade consiste em avaliações prioritárias, metódicas, e consciêncializadas na salvaguarda dos problemas que afetam o cotidiano dessa mesma comunidade na sua totalidade com espírito de servir o bem comum! Para tal, pagamos todos! O povo grita no sufoco calado, acorrentado, prestando tributo às migalhas que lhes são atiradas à sua ilha tão cara a título suficiente na precaridade das suas necessidades prementes. Os projetos avulsos a azul dourados tem que ter um fim urgente, já nas próximas eleições autárquicas, caso o povo decida vincular soluções dignas com a maior arma que possui, o voto, a sua vitória no almejado progresso democrático, ausente numa fachada reconhecidamente gasta e falhada na arte do ludibrio discriminado que lhes sustenta a vaidade, e o luxo ostensivo, de olhos pregados no chão esburacado da indiferença.
Vitor Jorge