sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

AZUL DOURADO

AZUL DOURADO

Tenho em mãos a "famosa" revista Horta Municipal (gestão estratégica potência investimentos). Hilariante! Seguem-se trinta e nove páginas "cativantes", trinta delas reservadas escrupulosamente ao excelso carisma pessoal de demagogo profissional do presidente da Edilidade Faialense. No seu todo, a revista revela-se extra-piramidal, demonstrativa da "pujança feliz" com que o autocrata presidente da Edilidade marca com ferrete em brasa o povo desta ilha com a sua "brilhante" gestão recorrente num festival de photoshop azul dourado no desiderato de demonstrar que esta ilha se transformou no paraíso na terra por mérito soberano da sua gestão de polichinelo.
Vistas as coisas por esta dioptria vivemos numa ilha idílica onde as necessidades dos munícipes estão preenchidas, se não, na melhor das hipóteses dentro dos próximos cem anos, tempo expectável da prestidigitação de prevalência PS à frente dos destinos do povo desta ilha. Todos sabem que "Roma e Pavia não se fizeram num dia", e que é necessário tempo para solucionar a imensidão dos problemas existentes, também se sabe, ou deveria saber-se, que a obra apresentada peca por tardia e tendenciosamente eleitotalista, observe-se as ausências prioritárias e tudo o que foi concebido estrategicamente na nítida e descarada caça ao voto. Aqui as prioridades prevaleceram, tipo hipermercado, expondo à altura da vista o producto que urge converter em voto. Caem como tordos. Ademais, a maioria das obras executadas foram-no em  redutos circunscritos de maioria PS, o que demonstra a desonesta estratégia desta autarquia. A apregoada auscultação das "forças vivas" do Conselho cumpre um estranho ritual solene quando deveria existir a humildade de verificar in loco o ror de prioridades isentas de partidarismo, pompa e circunstância. O êxito e progresso de qualquer comunidade consiste em avaliações prioritárias, metódicas, e consciêncializadas na salvaguarda dos problemas que afetam o cotidiano dessa mesma comunidade na sua totalidade com espírito de servir o bem comum! Para tal, pagamos todos! O povo grita no sufoco calado, acorrentado, prestando tributo às migalhas que lhes são atiradas à sua ilha tão cara a título suficiente na precaridade das suas necessidades prementes. Os projetos avulsos a azul dourados tem que ter um fim urgente, já nas próximas eleições autárquicas, caso o povo decida vincular soluções dignas com a maior arma que possui, o voto, a sua vitória no  almejado progresso democrático, ausente numa fachada reconhecidamente gasta e falhada na arte do ludibrio discriminado  que lhes sustenta a vaidade, e o luxo ostensivo, de olhos pregados no chão esburacado da indiferença.

Vitor Jorge

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

SESAME STREET

SESAME STREET

O Secretário Regional dos Transportes e Obras Públicas do Governo Regional dos Açores anunciou recentemente que a região se prepara para "honrar" um compromisso eleitoral do governo:   investir 1,1 milhões de euros na sinalização horizontal em estradas de todas as ilhas dos Açores, dando seguimento ao trabalho desenvolvido no âmbito da rede viária do arquipélago.
Vítor Fraga frisou que este investimento visa “aumentar as condições de circulação e segurança” nas estradas dos Açores com vista à melhoria das acessibilidades das vias públicas, das condições de mobilidade e e a qualidade de vida dos Açorianos”. Este é o teor e "intenção da boa" notícia. A sinalização das estradas do arquipélago constituem uma medida inteligente, contribuindo para evitar acidentes e transgressões, desde que o condutor do veículo a consiga vislumbrar, o que também deixará de constituir problema considerando que 1.1 milhões de euros compra muito sinal mesmo a preço inflacionado, divididos pelas nove ilhas, certamente estamos prestes a assistir a um "festival" de sinais que deveriam concorrer ao Guiness pela ordem bizarra da utilidade. Proibido curvar à esquerda, será sem dúvida o mais utilizado, obrigatório curvar à direita, estradas sem saída, pista de buracos, esta estrada não oferece segurança a veículos normais só para jipes todo o terreno, compre um, idem idem.
Não conheço o estado das redes viárias das outras oito ilhas, mas conheço a realidade Faialense neste capítulo estão miserávelmente intransitáveis, com recuperação previsível dentro dos próximos cem anos.Decoradas com sinais passam a ter outro encanto inútil, a segurança e o bem-estar do povo Açoriano neste capítulo, passa indubitavelmente pela renovação das redes viárias, só depois a devida sinalização ordenada e necessária, é a ordem correcta deste processo: princípio, meio, e fim.
O imberbe secretário regional persiste na fantasia "educativa" do Poupas da velhinha série televisiva Rua Sésamo, com a agravante do Césio que polui com consequências negativas  o ar que todos respiramos num silêncio comprometedor sem vestígios de qualquer prioridade monitorizadora constante em nome da saúde pública. Os mortos não falam, os vivos calam, aceitando como "destino" os deuses mortais de Fokushima. É esta a real preocupação deste governo regional com a "segurança" do seu povo, que constroi hospitais sem médicos nem equipamentos de diagnóstico e tratamento, esse mesmo povo que sofre, mas continua a eleger maiorias PS na tonteria do bem-me-quer. Os sinais falam por si, o estrondo de 1.1 milhões de euros do seu custo são o exemplo das práticas prioritárias deste desconcertante desgoverno. Há os que se governam neste mar de rosas atípico de qualquer democracia lícita. Cada um tem o que merece, e por mérito colectivo do povo Açoriano, um viva ao PS e aos Poupas da Sesame Street da nossa "pedagógica White House".

(Desculpe o leitor os neologismos, no momento turístico soa bem)

Vitor Jorge