quinta-feira, 27 de novembro de 2014

MONARQUIA P.S.

26 NOVEMBRO 2014

As monarquias ainda são um fenómeno privilegiado em muitos países do mundo pelos súbditos que as desejam manter a expensas próprias. Com cada vez menos poder e representatividade política, conclui-se que não servem para coisa alguma, ou melhor, dão prejuízo . Portugal e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira vivem numa República descaracterizada, maltratada e vilipendiada, mantendo ainda o nome de república (quantas vezes das bananas) . Nos Açores, os nossos (des)governantes P.S. tomaram a decisão empirica de instaurar uma monarquia com todos os privilégios da realeza actualmente designada por bois, desculpem os leitores Boys, termo inglês ridículo sem sentido na língua dos patriotas portugueses. Instaurada a monarquia, de imediato a nomeação de condes, marqueses, alcaides, senhores do tudo e do nada ou sejam os tais de bois , perdão Boys (irra) . Na presente monarquia os títulos honoríficos foram meticulosamente escolhidos não fosse algum desatar aos berros e às marradas ; assim nomeou-se o conde dos mares e ilhas , com gordurosas mordomias quando na realidade nem conhece as características da água da torneira muito menos os ilhéus das formigas. Está mal ! Entrega-se ao marquez o estatuto de senhor administrador todo poderoso da produtividade, quando na realidade não sabe produzir coisa alguma . Está péssimo! Enquanto se distribuem títulos honoríficos e cargos de altíssima responsabilidade a condes e marqueses numa dinastia sucessória, a plebe vive as ruas da amargura deambulando de "canudo" nas mãos na busca incessante de uma oportunidade de emprego no desejo intrínseco de mostrar os seus valores e conhecimentos adquiridos a expensas próprias e atestados por universidades e instituições credíveis que em monarquia valem muito menos que um sabugo . O rei vai nú mas tem o poder e a glória.
São estes cus de Judas das monarquias modernas que ditam abulias de dimensões catastróficas na senda do progresso.
A um vulgar ladrão dá- se o pomposo nome de corrupto e se por mero acaso é preso diz-se detido para averiguações, que um advogado dos caros se encarrega de provar a " inocência" e devolver o mesmo à sua profissão de ladrão. Aconselho a toda a plebe Açoreana que vive na amargura e depressivo desalento, não tem emprego nem perspectivas, que se inscrevam  membros o mais urgente possível nesta monarquia "rosa", e quiçá se abra alguma porta. Claro que terão de lamber muitas botas, e cheirar umas quantas bufas pestilentas da praxe,com persistência e poder de encaixe quiçá  surge uma destas promoções compensatórias. Como bónus poderá ainda renomear por sucessão familiares amigos e conhecidos até à décima centésima geração de parentesco. Caso opte por oferecer resistência ideológica, terá de comer as sobras dos porcos de engorda ,se as encontrar. Eles comem tudo!
A desumanidade e as injustiças sociais encontram nesta gestão monárquica monopolista o alento para uma corrupção de valores humanos com resultados nefastos e imprevisíveis numa sociedade que se ergue diariamente numa cruzada de esperança e sonhos desfeitos, acreditando que a igualdade de oportunidades são o motor do progresso e da democracia. O breu da noite devolve ao sonho a realidade numa anarquia de favores a quem nunca os mereceu .
Não se nota, mas sou republicano convicto!

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright) o autor não utiliza o acordo ortográfico ensaiosobrealucidez53blogspot.com

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domingo, 23 de novembro de 2014

Espelhos (Eduardo Galeano)

11 NOVEMBRO 2014

 "Espelhos/ Uma história quase universal" (extractos), de Eduardo Galeano 26-Abr-2008 Passagens escolhidas do livro "Espelhos/ Uma história quase universal", de Eduardo Galeano, que será publicado em breve. "É algo assim como uma história universal", explica o autor: "Confesso que sucumbi à tentação de contar alguns episódios da aventura humana no mundo, do ponto de vista dos que não apareceram na fotografia." Publicado originalmente no site da Carta Maior. O herói Como teria sido a guerra de Tróia contada do ponto de vista de um soldado anónimo? Um grego a pé, ignorado pelos deuses e desejado apenas pelos abutres que sobrevoam as batalhas? Um camponês armado em guerreiro, cantado por ninguém, por ninguém esculpido? Um homem qualquer, obrigado a matar e sem o menor interesse de morrer pelos olhos de Helena? Teria pressentido esse soldado o que Eurípedes confirmou depois? Que Helena nunca esteve em Tróia, que somente a sua sombra esteve ali? Que dez anos de matanças ocorreram por uma túnica vazia? E se esse soldado sobreviveu, o que lembrou? Quem sabe. Talvez o cheiro. O cheiro da dor, e simplesmente isso. Três mil anos depois da queda de Tróia, os correspondentes de guerra Robert Fisk e Fran Sevilla contam que as guerras têm cheiro. Eles estiveram em várias, sofreram-nas por dentro, e conhecem esse cheiro de podridão, quente, doce, pegajoso, que se mete por todos os poros e se instala no corpo. É uma náusea que jamais te vai abandonar. Americanos Conta a história oficial que Vasco Núñez de Balboa foi o primeiro homem que viu, num cume do Panamá, os dois oceanos. Os que ali viviam, eram cegos? Quem colocou seus primeiros nomes no milho e na batata e no tomate e no chocolate e nas montanhas e nos rios da América? Hernán Cortés, Francisco Pizarro? Os que ali viviam, eram mudos? Os peregrinos do Mayflower ouviram: Deus dizia que a América era a Terra Prometida. Os que ali viviam, eram surdos? Depois, os netos daqueles peregrinos do norte apoderaram-se do nome e de todo o resto. Agora, americanos são eles. Nós, que vivemos nas outras Américas, o que somos? Fundação dos desaparecimentos Milhares de mortos sem sepultura deambulam pela pampa argentina. São os desaparecidos da última ditadura militar. A ditadura do general Videla aplicou em escala jamais vista o desaparecimento como arma de guerra. Aplicou, mas não inventou. Um século antes, o general Roca utilizou contra os índios esta obra prima da crueldade, que obriga cada morto a morrer várias vezes e que condena os seus queridos a ficarem loucos perseguindo sua sombra fugitiva. Na Argentina, como em toda a América, os índios foram os primeiros desaparecidos. Desapareceram antes de aparecer. O general Roca chamou de conquista do deserto a sua invasão das terras indígenas. A Patagónia era um espaço vazio, um reino do nada, habitado por ninguém. E os índios continuaram a desaparecer depois. Os que se submeteram e renunciaram à terra e a tudo, foram chamados de índios reduzidos: reduzidos até desaparecer. E os que não se submeteram e foram vencidos à bala e golpes de sabre, desapareceram transformados em números, mortos sem nome, nos comunicados militares. E os seus filhos desapareceram também: distribuídos como saque de guerra, chamados com outros nomes, esvaziados de memória, escravos dos assassinos dos seus pais. Pai ausente Robert Carter foi enterrado no jardim. No seu testamento, pediu para descansar debaixo de uma árvore de sombra, dormindo em paz e escuridão. Nenhuma pedra, nenhuma inscrição. Este patrício da Virgínia foi um dos mais ricos, talvez o mais, entre todos aqueles prósperos proprietários que se tornaram independentes da Inglaterra. Apesar de alguns pais fundadores dos Estados Unidos terem má opinião sobre a escravidão, nenhum deles libertou os seus escravos. Carter foi o único que desacorrentou os seus 450 negros para deixá-los viver e trabalhar segundo a sua própria vontade e prazer. Libertou-os gradualmente, cuidando que nenhum fosse lançado no desamparo, setenta anos antes de Abraham Lincoln decretar a abolição. Esta loucura condenou-o à solidão e ao esquecimento. Deixaram-no sozinho os seus vizinhos, os seus amigos e os seus parentes, todos convencidos de que os negros livres ameaçavam a segurança pessoal e nacional. Depois, a amnésia colectiva foi a recompensa pelos seus actos. A Justiça vê A história oficial do Brasil continua a atrair inconfidências, deslealdades às primeiras revoltas pela independência nacional. Antes de o príncipe português se transformar em imperador brasileiro, houve várias tentativas patrióticas. As mais importantes foram as de Minas Gerais e da Bahia. O único protagonista da Inconfidência Mineira que foi enforcado e esquartejado, Tiradentes, era um militar de baixa graduação. Os demais conspiradores, senhores da alta sociedade mineira, fartos de pagar impostos coloniais, receberam indulto. No fim da Inconfidência Baiana, o poder colonial indultou todos, com quatro excepções: Manoel Lira, João do Nascimento, Luís Gonzaga e Lucas Dantas foram enforcados e esquartejados. Os quatro eram negros, filhos ou netos de escravos. Há quem acredite que a Justiça é cega. Olympia São femininos os símbolos da revolução francesa, mulheres de mármore ou bronze, poderosas mamas nuas, gorros frígios, bandeiras ao vento. Mas a revolução proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e quando a militante revolucionária Olympia de Gouges propôs a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, a guilhotina cortou a sua cabeça. Ao pé do cadafalso, Olympia perguntou: - Se nós mulheres estamos capacitadas para subir na guilhotina, por que não podemos subir às tribunas públicas? Não podiam. Não podiam falar, não podiam votar. As companheiras de luta de Olympia de Gouges foram trancadas no hospício. E pouco depois de sua execução, foi a vez de Manon Roland. Manon era a esposa do ministro do Interior, mas nem isso pôde salvá-la. Foi condenada pela sua antinatural tendência à actividade política. Ela tinha traído a sua natureza feminina, feita para cuidar do lar e parir filhos valentes, e tinha cometido a mortal insolência de meter o nariz nos masculinos assuntos de estado. E a guilhotina caiu de novo. Os invisíveis Em 1869, o canal de Suez tornou possível a navegação entre dois mares. Sabemos que Ferdinand de Lesseps foi autor do projecto, que o paxá Said e os seus herdeiros venderam o canal aos franceses e aos ingleses em troca de pouco ou nada, que Giuseppe Verdi compôs a ópera Aída para ser cantada na inauguração e que noventa anos depois, após uma longa e dolorosa disputa, o presidente Gamal Abdel Nasser conseguiu que o canal fosse egípcio. Quem se lembra dos cento e vinte mil presidiários e camponeses, condenados a trabalhos forçados, que, construindo o canal, caíram assassinados pela fome, a fadiga e a cólera? Em 1914, o canal do Panamá abriu um talho entre dois oceanos. Sabemos que Ferdinand de Lesseps foi autor do projecto, que a empresa construtora faliu, num dos mais estrondosos escândalos da história da França, que o presidente dos Estados Unidos, Teddy Roosevelt, se apoderou do canal e do Panamá e de tudo o que encontrou pelo caminho, e que sessenta anos depois, após uma longa e dolorosa disputa, o presidente Omar Torrijos conseguiu que o canal fosse panamenho. Quem lembra dos operários antilhanos, indianos e chineses que caíram construindo o Canal? Por cada quilómetro morreram setecentos, assassinados pela fome, a fadiga, a febre amarela e a malária. As invisíveis Mandava a tradição que os umbigos das recém-nascidas fossem enterrados debaixo da cinza do fogão, para que cedo aprendessem qual é o lugar da mulher, e que daí não se sai. Quando estourou a revolução mexicana, muitas saíram, mas levando o fogão nas costas. Por bem ou por mal, por sequestro ou por vontade, seguiram os homens de batalha em batalha. Levavam o bebé colado na mama e nas costas as panelas e as caçarolas. E as munições: elas encarregavam-se de que não faltassem tortillas nas bocas nem balas nas espingardas. E quando o homem caía, empunhavam a arma. Nos comboios, os homens e os cavalos ocupavam os vagões. Elas viajavam nos tectos, rogando a Deus que não chovesse. Sem elas, soldaderas, cucarachas, adelitas, vivanderas, galletas, juanas, pelonas, guachas, essa revolução não teria existido. Nenhuma recebeu pensão. 

Leia outros extractos do mesmo livro Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores, adaptada para Portugal por Luis Leiria < Artigo anterior Artigo seguinte > [ Voltar ]

domingo, 16 de novembro de 2014

Maldita Burocracia

16 NOVEMBRO 2014
...Crimes Burocráticos

Vivemos na era das ditaduras, se cai um sistema de “governo ditatorial”, um novo governo nada faz para mudar o que está errado, pior, o povo, já cansado de tantas lutas, acredita que realmente mudou. O resultado dessa crença inabalável de que tudo agora vá dar certo, somado à publicidade, interesse de religiões baseadas em princípios fundamentalistas, achando que realmente não é preciso ter sentimento para dar significado às palavras, levam-nos a retroceder no tempo. Cansados de tantas batalhas e lutas do dia-a-dia, os trabalhadores abrem a guarda para mais uma ditadura, a ditadura da burocracia. Para quem não está atento, burocracia é a melhor maneira de roubar uma pessoa. Algumas pessoas acreditam que o que foi assinado deverá ser cumprido, não importando se foram roubadas, mas é para isso que servem os advogados. Se você tiver um bom advogado – o melhor advogado é o advogado que se pode confiar – você terá uma grande possibilidade de não ser roubado, caso contrário, estará nas mãos dos burocratas. Não é tão fácil evitar a burocracia, ela está por toda parte, mas isso não evita a ação dos malandros. Com tanta burocracia, surge até a fobia, pessoas que não suportam ver papéis à sua frente. Pessoas com fobia de burocracia enchem caixas de papéis e faturas durante até um ou dois anos, para depois tentar arrumar. Durante alguns momentos a pessoa tem a brilhante idéia de queimar tudo, logo o pavor toma conta dela: E se algum papel importante for queimado? – pensa. A burocracia é, em alguns casos, totalmente inútil. Pense bem, segundo os especialistas em burocracias – acredite, já temos isso – contas como àgua, luz e telefone, devem ser guardadas durante dois anos. O motivo, segundo esses “consultores”, é que, em caso de alguma falha no sistema, você terá como comprovar o pagamento, evitando dor de cabeça. Tente imaginar uma família humilde que gaste mensalmente vinte e cinco euros de luz – acredite, temos pessoas humildes assim também – essa pessoa guarda os extratos de suas poucas contas durante dois anos, para evitar essa tal dor de cabeça. Se essa mesma pessoa deixar de pagar a sua conta um único mês, receberá o aviso “carinhoso”: “Caro cliente, a sua conta desse mês não foi paga. Caso essa conta não seja paga dentro de trinta dias, o seu abastecimento será suspenso.” Entenderam? – Se faltarem dois pagamentos, o abastecimento será suspenso, mas a “bendita” fatura deve ser guardada por dois anos, para que fique devidamente comprovado o seu pagamento. Lembro quando fui ao Centro de Emprego para fazer o meu primeiro registo, até então eu trabalhara sem registo – e aí de quem denunciasse para o Ministério do Trabalho. A atendente perguntou-me – Onde está a sua carteira profissional , para que eu possa fazer o seu registo. Não tenho carteira profissional – respondi. Mas que tipo de homem é você que não tem carteira profissional ? – perguntou-me ela. Com quinze anos, eu senti todo o peso da burocracia nas minhas costas. Pensei em explicar à mulher que eu só tinha quinze anos, mas senti no seu olhar que a sua intenção não era exactamente discutir o sistema – perdi uma grande oportunidade de emprego. Depois de juntar setenta escudos, fui até o Banco da cidade. A bancária disse-me gentilmente – O mínimo, para abrir uma conta, é cem escudos, meu filho. Concluí que a procura pela primeira conta bancària deveria ser grande, e que eu precisaria juntar mais trinta escudos , caso eu quisesse realizar o meu “grande” sonho "capitalista". Depois de conseguir os cem escudos, voltei ao banco – Você poderia me apresentar o seu BI, por favor? – pediu-me educadamente a bancária. Sem o BI não daria para abrir a conta, mais uma vez o meu sonho seria adiado. O dinheiro do custo do BI canalizei para a poupança. BI – Cadastro de pessoas físicas. Poderíamos chamar também de controle de pessoas físicas, mas eles são covardes demais para assumir. Um amigo meu resumiu tudo assim: Precisamos de identidade para tirar qualquer tipo de documento; precisamos do registo de nascimento para tirar a identidade; precisamos da certidão de casamento dos pais para tirar a identidade, etc. Se a identidade é necessária para tirar qualquer tipo de documento, então porque ela não pode ser utilizada para realizar essas funções, onde se utiliza outros documentos? – A resposta é controle. É através de seu BI e NIF que o Governo controla todo dinheiro que você movimenta, exceto o dinheiro que realmente deveria ser controlado, o dinheiro do OE. Não importa se você só tem quinze anos, se quiser entrar no sistema, terá que seguir as normas, além de ficar preso a elas, naturalmente. Maldita burocracia ! Em consciência sou um claustrofóbico da mesma, por essa razão nego-me a fazer parte desta sociedade burocratizada .

sábado, 1 de novembro de 2014

Sonho Americano?

O SONHO AMERICANO? CONHEÇA 10 FACTOS CHOCANTES SOBRE OS EUA

Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidentais

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1. Maior população prisional do mundo Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza. Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade económica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países. O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momento mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade. Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.

5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde. Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temer ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano. Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA. Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares. O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo. Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin. A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satanàs .

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