terça-feira, 9 de agosto de 2016

FURIOSOS DO RUIDO

FURIOSOS DO RUIDO

Contra todo e qualquer argumento, lógico, nunca fez sentido que se perturbe o sossego e merecido descanso, a milhares de pessoas que trabalham arduamente, os doentes, idosos,os que têm dificuldade em conciliar o sono para gáudio de uma centena, admito duas, de bigorrilhas com aversão a reflectir, e de quem os explora visando tão somente o aspecto lucrativo da demanda insane daquilo que os próprios qualificam de progresso. Progresso sim, das suas contas bancárias. Meus senhores, a isto chama-se poluição sonora em elevado grau, e total desrespeito para com os seus iguais. Não é minimamente compreensível, menos admissível que a CMH conceda tal tipo de massacre licenciado, seja a que título fôr, porém resalve-se o total desnorte do seu presidente e membros da comissão de festas das semanas do mar (minúsculas) sob o elevado ego da desordem que tem provocado ao povo desta Cidade da Horta.
A um razoável presidente desta edilidade ficaria muito bem uma posição pública inconspícua, atributos invisíveis na descoordenação visível às quais foram sujeitos os munícipes sem um mínimo de lucidez das realidades locais.
Fica provado uma vez mais que: vivemos em descontínua democracia, o povo apanha forte e feio, mas consente, o que leva a crer numa falsa inexistente e repugnante maioria, do quem se sentir mal mude-se.
Recentemente ao  ser entrevistado por uma estação de televisão nacional e respondendo à pertinente pergunta que me foi colocada, se vivia feliz aqui, respondi: Não! Este paraíso contém um inferno dentro. Claro que não foi difundida a minha constrangedora resposta. Persisto na mesma convicção, em consciência, mas não me mudo, farei de tudo legalmente para que se almeje a tão desejada mudança necessária rumo à liberdade e democracia consensuais.

Vítor Jorge

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

SANTÍSSIMOS CORDEIRINHOS

SANTÍSSIMOS CORDEIRINHOS.               

Para que se há-de apagar o fogo, se é essa a vontade de Deus? Deixa-se arder!
É nesta prespectiva que se cala e consente tudo, além de que este tipo de denúncias são entendidas como provocatórias, originando um sistema de represálias sobre quem comete a "ousadia" de não deixar arder em silêncio.
Predomina então a ignomínia, sob os mais torpes disfarces sobre o ou os visados doentes na maioria dos casos praticados à revelia pelas pessoas mais insuspeitas que usurpam da ética e profissionalismo que lhes assiste porque o sistema os protege na covardia dos  factos. Esquecem porém, que ainda prevalece a justiça, apesar de doente, ainda vive, até às mais altas instâncias.
Assim, não é admissível que exista uma exígua sala de espera no Hospital da Horta para albergar doentes de duas especialidades distintas, Oftalmologia, e Otorrinolaringologia, não disponibilizando cadeiras em número suficiente  para acolher todos os doentes quase todos os dias, proibidos de permanecer nos corredores, encostados às paredes os doentes obrigam-se a ficar de pé, ou sentados no chão dentro da sala de espera até que surja vez de sentar.
Foram gastos milhões de euros num edifício arquitetonicamente deficiente sem as valências necessárias ao seu usufruto em praticamente todas as áreas, numa manobra política enganadora para todos os que infelizmente dele nececitam, produzindo por metade aquilo que deveria ser o mínimo aceitável.
As máquinas fotográficas da RIAC e Registo Civil avariam em simultâneo e com frequência, a sala de espera da RIAC disponibiliza duas cadeiras para quem espera vez, que uma única funcionária procura suprir dando melhor de si, a Secretaria Regional da Solidariedade Social, tem a pomposidade do nome socialmente aceite, revelando-se um embuste no não auxílio a idosos, e população em geral, obrigando ao cumprimento de leis injustas e anti sociais, a Assistência Social não utiliza um critério único de suporte aos desfavorecidos. Conclusão: matam-nos pelos "benefícios" que não se usufruem, utilizados como estandarte de governação imaculada que o povo ingere nos silêncios das digestões imprevisíveis de cada dia.
Das gigantescas sombras iluminadas pela soberba, brotam fantasias enganadoras e ultrajantes para os humilhados destas ilhas onde continua a ser negado o direito à dignidade humana da existência.
Os focos de pobreza aumentam silenciosa e vergonhosamente, sem o mínimo manifesto deste governo regional, vive-se  no medo e necessidades, porém, há os que vivem da exortação e conformismo das mesmas por vontade divina. Confinados ao curto espaço de cada ilha e das suas necessidades específicas urgentes, há quem cante louvores e glórias a este governo regional, chegando ao cúmulo de se fazerem postar orgulhosamente numa selfie ao lado do abençoado presidente do governo regional como se fora troféu com uma pretensa divindade do Olimpo, para gáudio do próprio, e alimentação de egos inqualificáveis de quem vive bem com patrocínios governamentais e não sente um mínimo de vergonha e solidariedade para com os seus iguais limitados e submetidos a uma mísera e deficiente refeição diária. Exigir tratamento igualitário para todos os Acorianos é o mínimo que cada qual deveria fazer por si próprio e pelos outros em igualdade democrática inexistente.
No governo de salazar existia a figura do regedor, hoje, nos Açores, e não só, essa figura de má memória continua a existir com os mesmos poderes, capacidade de delação e mesquinhez bajuladora, continuam sendo os arautos felizes deste governo, governando-se.
Curvar-se das alturas para beijar velhinhas, criancinhas, sempre foi um jogo com resultados garantidos eleitoralistas de uma aparente humildade que este presidente nunca possuiu com qualquer Açoriano independente das idades. Basta de falsa propaganda, na sombra da hipocrisia do parecer em vez do ser.
"Dos nossos medos tem que nascer coragens" parafraseando Eduardo Galeano,
No centro deste foguetório com artifício onde ganha força e forma a lei do mais forte, o governo regional apresenta-se como divindade toda poderosa detentora da verdade e do prodígio Ciclope, estereotipado, do mau governo absolutista.
O povo Açoriano, exige democracia igualitária para todas as nove ilhas que compõe este arquipélago, em todas as áreas sociais como ponto de partida para o progresso retardatário, e contra a delapidação em que vive sujeito. Basta de cordeirinhos e inércia premeditada. Clama-se justiça daquilo que consiste num direito humano irrevogável.

Vítor Jorge