sábado, 19 de abril de 2014

MALEFICIOS DO CONSUMO

18 ABRIL 2014

O impeto irracional de compra devasta natureza e amplia desigualdade. Mas é alimentado pela ideia de que mercadorias suprem vazios existenciais O trânsito insano nos grandes centros urbanos, a excitação provocada pelas luzes e decoração das cidades, filas enormes no estacionamento dos centros comerciais e a imposição da compra de um número quase sem fim de presentes: para familiares, amigos secretos ou simplesmente conhecidos. Fico pensando no real significado da data, de fechamento do ano e de um ciclo. Será que estamos comemorando de forma sustentável, com tanto desperdício de comida e embalagens, amontoado no dia seguinte às comemorações? Será que passamos valores humanos para as crianças ao comemorar um Natal em que o presente é o mais importante da festa e as cartas endereçadas ao bom velhinho trazem listas sem fim de brinquedos e eletrónicos – objetos de desejo das nossas crianças desde a mais tenra idade? Consumo consciente versus consumismo. Esse talvez seja o maior desafio que a contemporaneidade nos reserva: como consumir de forma mais consciente e crítica, principalmente em épocas comemotativas, quando somos atravessados e impelidos a consumir em excesso? Não podemos negar que o consumo faz parte do nosso cotidiano. É um factor importante no processo de desenvolvimento económico, pois aquece o mercado e a produção, gera lucros e empregos. Mas, quando recebe o sufixo ismo essa prática, tão trivial no nosso dia a dia, transforma-se em doença. Oneomania ou compulsão por comprar é hoje um fenómeno que acomete uma grande fatia da população mundial, a maioria mulheres, segundo dados científicos recentemente apurados. Um alerta, porém: atualmente o consumismo não é tido como doença. É um hábito e estilo de vida, aceite na nossa sociedade desde a infância não só pelo estímulo incansável do mercado, mas também pela enorme pressão social que nos convida a consumir sem reflexão. Mais do que um hábito, o consumismo hoje agrega valor ao indivíduo. E aí vale a reflexão: que valores são esses que estamos transmitindo às crianças? Hábitos consumistas e valores materialistas que priorizam o ter em detrimento do ser, o individual acima do coletivo, a competição ao invés da cooperação. Facto que fica evidente no estudo em que somente uma em cada dez crianças diz preferir brincar a comprar. O estilo de vida consumista coloca-nos, portanto, questões sérias e urgentes. A primeira é de ordem ética e moral: 20% da população mundial consomem 80% dos recursos naturais, ou seja, poucos consomem muito, enquanto a maioria passa por privações. Num país como Portugal, que tem uma desigualdade social enorme, esse factor agrava-se contribuindo para o aumento da pobreza e da violência. O segundo ponto diz respeito às questões ambientais, pois sabemos que os recursos são finitos e relacionamo-nos com eles de forma insustentável. Por fim, não podemos deixar de mencionar os impactos emocionais que esse estilo de vida impõe aos sujeitos contemporaneos que crescem acreditando na posse e oferta de objetos como sinónimo de felicidade e demonstração de afeto. Se antigamente os nossos elos sociais se davam por instâncias claras como espiritualidade, família e escola, hoje precisamos adornar os nossos corpos para nos tornar visíveis e assim sermos reconhecidos e aceites como membros da sociedade. O consumo transformou-se em passaporte para obtenção de cidadania, proporcionando ao sujeito visibilidade social. Bens e serviços funcionam como ingresso de trocas sociais e afetivas. A cultura do consumo, na qual estamos todos inseridos, mercantilizou dimensões sociais e datas comemorativas. Mas consumir pode significar extinguir e destruir, portanto precisamos mudar nossos próprios hábitos de consumo, assim como passar valores menos materialistas às nossas crianças, para que nas suas cartas de Natal peçam algo além de objectos. O meu pedido vai aos adultos cuidadores de crianças, sejam eles pais, avós ou educadores. Será que juntos não conseguimos lutar contra esse convite exagerado ao consumo, e realizar festas de final de ano que envolvam outro tipo de troca – que não somente a de presentes? Talvez assim possamos subverter a ordem estabelecida do consumismo desenfreado e exercitar o desapego. E encontrar uma forma mais sincera de fechar o nosso ano com menos dívidas e mais afecto.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gabriel Garcia Márquez "GABO"

17 ABRIL 2014,

Morre Gabriel García Márquez Ganhador do Nobel de 1982, escritor uniu o real e o fantástico para refletir sobre a vida 17.04.2014 |
Morreu nesta quinta-feira, 17, aos 87 anos, o escritor colombiano Gabriel García Marquez, ganhador do prêmio Nobel de literatura de 1982. García Márquez viveu na Cidade do México por mais de 30 anos e enfrentava sérios problemas de memória, embora a família, com exceção do irmão Jaime García Márquez, evitasse publicamente vincular seus problemas de saúde ao mal de Alzheimer.
A última aparição pública de García Márquez, ou Gabo, como era conhecido dos amigos íntimos, foi em seu aniversário, em 6 de março. Ele sorriu para os jornalistas, mas não falou com a imprensa. Figura mais popular da literatura hispânica desde Cervantes, García Márquez ficou conhecido como um dos pais do realismo mágico, gênero literário desenvolvido nos anos 1960 e 1970 e caracterizado pela inclusão de elementos fantásticos no cotidiano ordinário. De todos os seus livros, cujas vendas alcançaram mais de 50 milhões de cópias, o mais lido certamente é Cem Anos de Solidão (1967), épico sobre uma família fictícia, Buendía, numa cidade imaginária, Macondo. Nele, o escritor mescla lembranças pessoais a acontecimentos extraordinários, antevendo o próprio drama pessoal que enfrentaria na velhice (uma cidade inteira perde a memória no livro). Além de Cem Anos de Solidão, ele é autor de O Outono do Patriarca, Ninguém Escreve ao Coronel, Crônica de Uma Morte Anunciada e O Amor nos Tempos do Cólera, seus romances mais populares. Gabo também é associado aos nomes mais representativos do chamado “new journalism”, corrente do jornalismo marcada pela liberdade com que são retratados fatos reais, à qual pertence o norte-americano Tom Wolfe. Aos 20 anos, Gabo mudou-se para Bogotá, onde estudou Direito e Ciências Políticas sem, no entanto, obter o diploma, começando a trabalhar um ano depois como repórter do jornal El Heraldo, em Barranquilla. Ele também foi crítico do El Espectador, antes de partir para a Europa, em 1961, como correspondente estrangeiro. Sua obra jornalística completa foi publicada no Brasil pela editora Record. Novo gênio. No El Espectador, publicou seu primeiro conto, em 1947, La Tercera Resignación, sendo anunciado pelo editor do suplemento literário do jornal, Eduardo Zalamea Borda, como o “novo gênio da literatura colombiana”. Foi exatamente nessa época que García Márquez se uniu a um grupo de estudos de Barranquilla, que se reunia diariamente na livraria de um grande intelectual, Ramón Vinyes. Gabo assinava uma coluna no El Heraldo e discutia literatura com os colegas, em especial as obras de Albert Camus, John dos Passos e William Faulkner, esse último a grande influência literária do escritor, assumida na autobiografia, Viver para Contar, e mesmo antes, no discurso que fez ao receber o Nobel, em 1982. A década de 1940 foi marcada pela boemia e pouco dinheiro. Ele morava em pensões baratas de bairros pouco recomendáveis. Em 1950, quando escrevia seu primeiro romance, provisoriamente chamado La Casa, voltou ao povoado onde viveu os primeiros anos, Aracataca, para vender a casa dos avós, com quem passou parte da infância. Lá, teve uma espécie de epifania, ao perceber que o povoado sonolento e empoeirado que conheceu quando criança não guardava semelhanças com o que via. Mudou o título do romance e criou, então, a cidade fictícia de Macondo, da mesma forma que Faulkner inventara o condado de Yoknapatawpha, microcosmo que representa uma alegoria do profundo Mississipi. Os anos 1950 foram difíceis para Gabo. Como correspondente de El Espectador na Europa, recebia atrasado e passou por sérias dificuldades. Já havia escrito Ninguém Escreve ao Coronel (1958) quando sua situação ficou parecida com a do oficial do livro, à espera de uma carta que finalmente garantisse seu sustento até o fim da vida. Já casado e com dois filhos, nos anos 1960, errou pelo sul dos EUA, mas não conseguiu visto de permanência por ser filiado ao Partido Comunista. Ele só retornou aos EUA em 1971, para receber o título de doutor honoris causa da Universidade de Columbia. Fiel ao comunismo e aliado dos cubanos, criou em Cuba um curso de cinema pelo qual passaram alguns realizadores brasileiros. Ele mesmo teve experiências na área, assinando a adaptação cinematográfica de O Galo de Ouro, de Juan Rulfo, feita em 1963 em parceria com Carlos Fuentes. Quatro anos depois, com Cem Anos de Solidão, ele conquistaria o mundo literário, recebendo do poeta chileno Pablo Neruda seu maior elogio: “É o melhor romance escrito em castelhano desde Cervantes”. Seu último livro foi publicado em 2004, Memória de Minhas Putas Tristes. OBRA PUBLICADA NO BRASIL 1955 - O Enterro do Diabo: A Revoada 1961 - Ninguém Escreve ao Coronel; A Má Hora; O Veneno da Madrugada 1962 - Os Funerais da Mamãe Grande 1967 - Cem Anos de Solidão; Isabel Vendo Chover em Macondo 1970 - Relato de um Náufrago 1972 - A Incrível e Triste História de Cândida Eréndira e sua Avó Desalmada; Olhos de Cão Azul 1975 - O Outono do Patriarca 1981 - Crônica de uma Morte Anunciada 1985 - O Amor nos Tempos do Cólera 1986 - A Aventura de Miguel Littín; Clandestino no Chile 1989 - O General em Seu Labirinto 1992 - Doze Contos Peregrinos 1994 - Do Amor e Outros Demônios 1996 - Notícia de um Sequestro; O Verão Feliz da Senhora Forbes 2002 - Viver Para Contar 2004 - Memória de Minhas Putas Tristes

" O meu sentido adeus e um até breve! As tuas obras de suprema literatura, as tuas convicções políticas, a tua infinita bondade jamais terão um final (CEM DIAS DE SOLIDÃO) serão  porventura a eternidade da tua passagem por este mundo ao qual ofertas-te a tua vida !
"Gabo" aceita o meu forte abraço como sempre no palpitar do meu coração!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Líder Político mais pobre do mundo !

Quarta, 16 de Abril de 2014 Nepal Conheça o novo líder político mais pobre do mundo Sushil Koirala, primeiro ministro do Nepal, foi considerado o líder mais pobre do mundo sendo que em sua posse contabiliza apenas três telemóveis. Até aqui, o presidente do Uruguai José Mujica ocupava esta ‘posição’, avança a agência EFE. MUNDO   Com apenas três telemóveis, sendo que um dos quais não funciona, Sushil Koirala foi considerado o mais pobre líder político do mundo. PUB Neste particular, de referir que até agora o presidente do uruguaio José Mujica detinha este posto, possuindo apenas um Volkswagen Fusca, que estava avaliado em cerca de 1.300 euros. “Ele nem sequer tem uma conta no banco", justificou, em declarações à Agência EFE, Prakash Adhikari, porta-voz do primeiro-ministro nepalês, confirmando que o Koirala recebe o seu salário em dinheiro e que até 2010 vivia em casa de um sobrinho, num apartamento alugado em Katmandu.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

AGUA & AMIANTO S.A.

09 ABRIL 2014

Duvidar é saudável! Enalar resíduos de amianto não! Perigo declarado para a saúde pública, segundo a O.M.S. . Ingerir água que tenha de alguma forma estado em contacto com asbestos /amianto/ segundo a opinião da O.M.S. e da ciência mais analisada não constitui qualquer perigo para a saúde humana ou animal ! Será verídico? Vejamos!
Uma maioria dos países do mundo utilizou nas suas redes de distribuição de água, dita" potável " tubagens de fibrocimento contendo asbestos/amianto/sustentando assim uma poderosíssima indústria do sector.
A toda poderosa O.M.S. erra muito mais do que deveria ! Estudos apurados nas mais diversas áreas relacionadas com a saúde pública, bem como o rigor que seria exigível a um órgão tão poderoso supostamente útil à humanidade provam esse erro.
O poder capitalista das gigantescas empresas sabem muito bem como manipular a seu favor, até a O.M.S. .
Perante factos tão evidentes induzem-me ao descrédito desta humanidade corrupta.
Se é um perigo por inalação e não pela ingestão é no mínimo tendencioso!
Mas enfim, as vantagens que lhes assistem são imensas, e uma delas é que os mortos não falam.
A C.M.H. tem muito que fazer para dignificar um compromisso da ingestão de água" potável "aos Faialenses. As contaminações da água que consumimos como "potável" sempre foram e continuarão sendo um paradoxo desde as nascentes à torneira do consumidor. Num desleixo visível e condenável a crer na inificiente formação de quem dirige este sector tão delicado, bem como quem manipula as condutas, não cumprem regras de higiene porque as desconhecem e não tem formação exigível para este serviço. Como exemplo, e apenas este, está a reparação das condutas, abre-se uma vala secsiona-se a conduta, repara-se e já está. Terra e tudo o mais que existir no local é conduzido ao consumidor sob a forma de um líquido lamacento acastanhado que provoca sérios danos em todo o sistema hidráulico de uma residência que o consumidor paga pela reparação bem como pela causa do problema a "água" .
Hexistem no mercado equipamentos próprios para este tipo de reparações garantindo conjuntamente com formação eficaz, um serviço mais limpo em favor de quem paga . O consumidor.
Irónico para a C.M.H. é ficar-mós aqui a "inventar disparates" acerca da água que consumimos que corre tranquila e poeticamente nas canalizações de cada munícipe.
Como consumidor, e perante todas as análises que sejam efectuadas há água que bebo assiste-me o direito há dúvida legitimada pelos contrasensos desconexos de uma realidade plausível, será o mesmo que afirmar que "o que não mata engorda" ! Se é carcinogenico por inalação, se o é pelo consumo de água armazenada em tanques de fibrocimento contendo amianto porquê não oferece qualquer perigo para a saúde a ingestão de água que "passa"nas condutas de abastecimento público, tambem elas do mesmo fibrocimento? Ironico!
As tubagens de P.V.C.C. foram utilizadas largos anos em canalizações de toda a ordem sem qualquer tipo de contra indicação, depois do negócio feito, a descoberta ! A cola que era utilizada para unir os diversos acessórios era fabricada à base de um químico extremamente cancerígeno, o tetrafurano. Finalmente "o que não mata engorda" para os que não tem possibilidade de compra de água de "fonte" igualzinha à que o nosso executivo camarário bebe. Em privado, está visto, vivendo numa alegoria de que são poeticamente a sombra de mil sóis!

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright) ensaiosobrealucidez53blogspot.com

sábado, 5 de abril de 2014

A "VALENTIA" DOS COBARDES

05 ABRIL 2014

Os animais maltratados, as crianças deformadas e o Facebook

Vez ou outra nas redes sociais somos obrigados a nos deparar com imagens de cães, gatos e outros animais cruelmente maltratados, feridos e vilipendiados. A título de uma "consciencialização" vazia, algumas pessoas que se arvoram em defensores dos animais, pouco mais fazem que expor a miséria dos pobres seres nas suas páginas nas redes sociais .
Mal sabem elas que contribuem apenas para  atiçar a curiosidade mórbida dos que gostam de observar esse tipo de cena, ou para afastar os que não veem a menor utilidade nesse tipo de ato. Porque em vez de somente postar fotos de pobres animais despedaçados, doentes e maltratados, essas pessoas dificilmente postam fotos delas mesmas ajudando esses mesmos animais? Por que nunca postam fotos delas descobrindo e denunciando e/ou levando à justiça os responsáveis por esses desprezíveis maus-tratos? Porque muitas vezes as pessoas se deixam mover apenas por sentimentos basais, como uma justificação, porém ineficiente pena de animais que jamais viram nem jamais verão? Por que as pessoas deixam de raciocinar sobre esses mesmos temas, apenas reagindo com indignação e ódio, onde deveria haver reflexão e ideias para que situações de maus tratos não se perpetuem?
Na próxima vez, ao invés de tentar "sensibilizar" e "consciencializar" o mundo postando fotos de animais em sofrimento (o mesmo vale para bebês com deformidades e mensagens falsas de crianças desaparecidas que rodam na internet há anos!) , pare e pense no que se pode fazer de prático nesse sentido. Assim não se passa a impressão de que no fundo, você sente um prazer mórbido e não admitido de insistir em compartilhar essas crueldades do cotidiano pela rede afora.
Que a dignidade humana impere em benefício dos animais nas doses próprias de sanidade mental do ser homem dito racional .

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright) ensaiosobrealucidez53blogspot.com