Este blogue é tão-somente a minha “página” na Internet.Não sou o dono da razão, nem da verdade,sou mais um ser humano e tenho “defeitos” como todos os outros. A minha escrita por vezes, poderá ser cáustica, e satírica, escrevo assim por gosto, por amor incondicional pela escrita, natureza, humanidade, paz, liberdade, justiça social, e um mundo novo, exequível. Se o meu amor for "pecado" estou a residir no planeta errado ! BEM VIND@S A TOD@S QUE VIEREM POR BEM ! vitor jorge
terça-feira, 7 de abril de 2015
Uma família do inferno
A família de Satanás
Charles Manson (1934-)
Aspirante a estrela de rock, racista e fã do diabo, chefiou um grupo de toxicodependentes chamado “a Família”, que semeou o terror com os crimes cometidos na Califórnia dos anos 60.
Na prisão de máxima segurança onde cumpre uma pena de prisão perpétua, Charles Manson gosta que lhe chamem Satã, exibe uma cruz suástica tatuada na testa e lê numerosas cartas que recebe, diariamente, de admiradores de todo o mundo. Sim, parece inacreditável, mas esta personagem sinistra de quase 77 anos (completa-os em 12 de Novembro), dos quais mais de 50 foram passados na cadeia, mantém-se carismático para muita gente e conta com um clube de fãs, várias páginas na internet dedicadas à sua figura e uma vitrina própria no Museu da Morte de San Diego, na Califórnia. Alguns pretendem ver nele um rebelde e uma vítima do sistema; outros identificam-se com as suas ideias racistas e com a sua visão apocalíptica do mundo, o qual, segundo acredita, será destruído por uma guerra em que os “estúpidos negros” irão matar os brancos, a menos que alguém como ele o impeça.
Não há dúvida de que Manson parecia predestinado desde criança para uma existência delinquente e violenta. Nasceu no Kentucky, em 1934, filho não desejado de uma prostituta. Passou a infância em diferentes lares; era uma criança enfermiça, exposta ao álcool, às drogas e aos maus-tratos. Aos 18 anos, começou a cometer furtos e a roubar automóveis; esteve preso durante algum tempo, a cumprir uma pena de trabalhos forçados. Em 1954, casou e teve um filho, mas a união durou pouco. Voltou à cadeia, em 1960, por fraude. Foi ali, no presídio californiano de Terminal Islands, que forjou a sua personalidade: aprendeu a tocar guitarra e leu livros de cientologia, hipnose e psicologia, além da Bíblia, tendo começado a perceber que os outros o escutavam. Quando saiu, em 1967, tornara-se um especialista em manipular almas ingénuas.
Reencontrada a liberdade, Manson dirige-se para San Francisco, que vive em pleno o “verão do amor”: o lema “faz amor e não a guerra” paira no ar, o LSD e a marijuana circulam de mão em mão e os Beach Boys dominam as listas de êxitos. O ex-recluso não tarda a fundar uma comunidade hippie, a que chama “a Família”, sobretudo composta por mulheres. Durante algum tempo, percorrem a Califórnia a bordo de um autocarro para recrutar novos membros. Chegam a ser mais de 40. O sexo coletivo e as drogas transformam-se na rotina do grupo, que frequenta as festas de músicos e artistas de cinema. Manson, que sempre sonhara ser uma estrela de rock, vê ali a sua oportunidade, mas a rejeição do produtor Terry Melcher, a quem mostra as suas canções, leva-o a passar a odiar as celebridades e a gente abastada de Hollywood.
Uma mensagem dos Beatles
No verão de 1969, a Família vive num rancho da Califórnia e Manson trama a sua vingança. No dia 31 de julho, apresenta-se com os seus acólitos, Bobby Beausoleil, Susan Atkins e Mary Brunner, em casa do produtor e traficante Gary Hinman, e criva-o de punhaladas. A polícia não tarda a apanhar Beausoleil e Brunner e aperta o cerco ao grupo, que se refugia no rancho Baker, perto do Vale da Morte. Ali, Manson, convencido de que o Apocalipse está próximo, alimenta a sua paranoia e vê no recém-lançado White Album, dos seus amados Beatles, uma mensagem que lhe é dirigida: “Levantai-vos!”, grita-se na canção Revolution n.º 9. “Revolta-te e recupera o poder! Tens de acabar com esses porcos!”, afirma o tema Piggies. “O mundo é um caos” (Helter Skelter) e ele tem de salvá-lo.
No dia 8 de agosto, Manson envia Tex Watson, Patricia Krenwinkel, Susan Atkins e Linda Kasabian à mansão do n.º 10.500 de Cielo Drive, em Bel Air. É a antiga casa do odiado produtor Terry Melcher, na altura ocupada pelo cineasta Roman Polanski, que, por sorte, não se encontrava na cidade nessa noite. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, da sua mulher, a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, e de outras quatro pessoas. As cinco morreram selvaticamente esfaqueadas. Sharon Tate recebeu 16 facadas no coração, nos pulmões e no fígado, e os restantes sofreram tormentos semelhantes. Em jeito de assinatura, os criminosos escreveram na porta a mensagem “Guerra” com o sangue das vítimas.
No dia seguinte, outros seis membros da Família, enviados por Manson, assassinaram brutalmente o empresário Leno La Bianca e a sua mulher, Rosemary, deixando pintadas nas paredes as frases “Morte aos porcos”, “Erguei-vos” e “Helter Skelter”.
Graças ao testemunho de Susan Atkins, que fora previamente detida, a polícia conseguiu deter Charles Manson e os restantes membros da Família em 12 de outubro de 1969. Em 1971, Manson, na qualidade de mentor, e Atkins, Leslie van Houten e Patricia Krenwinkel, como executoras, foram condenados à morte pelos sete assassínios, sentença que foi comutada para prisão perpétua após a abolição da pena capital na Califórnia. Atualmente, Manson permanece na cadeia.
Inferno em Cielo Drive
Os assassínios cometidos pela Família na mansão de Cielo Drive marcaram um antes e um depois na era da contracultura. Foi o fim da idade da inocência hippie, o brusco despertar para a realidade da geração do amor livre e das drogas psicadélicas. Mudou, também, a partir dessa data, o acesso aos famosos, que blindaram as portas de casa, começaram a pedir os convites a quem pretendia entrar nas suas festas exclusivas e se entrincheiraram por detrás de um exército de porta-vozes e guarda-costas.
A histeria desencadeada pelos crimes levou Frank Sinatra a esconder-se, durante algum tempo, em paradeiro incerto, e a sua mulher, Mia Farrow (que rodara com Polansky A Semente do Diabo), a não assistir ao funeral de Sharon Tate, com receio de vir a tornar-se a próxima vítima. Além disso, uma espingardaria de Beverly Hills, que vendia uma média de duas pistolas por dia, despachou mais de 200 revólveres e espingardas nos dois dias que se seguiram à matança. A verdade é que a curiosidade mórbida em redor dos crimes de Manson não cessou, e a casa n.º 10.500 de Cielo Drive figura em todos os guias turísticos de Los Angeles, tal como o rancho Spahn, onde a Família viveu durante algum tempo.
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