domingo, 10 de maio de 2015

Nau Catrineta (letra)

Lá vem a Nau Catrineta,
- Que me tem muito que contar;
Sete anos e um dia
- Sobre as águas do mar.
Já não tinham que comer,
- Nem tão pouco que manjar,   
  deitaram sola de molho
- pra no domingo jantar;
A sola estava tão dura,
- Não a puderam tragar.
Ditam sortes à ventura
- Qual haviam de matar.
A sorte caiu em preto,
- No tenente-general.
- Sobe, gajeiro, assobe
- áquele mastro real,
Vê se vês terras d´Espanha,
- Areias de Portugal.
Palavras mão eram ditas,
- Gajeiro caiu ao mar;
Por milagre de Maria
- Gajeiro tornou ao ar.
- Já vejo terras d´Espanha
- E areias de Portugal,
Também vejo três meninas.
Debaixo dum laranjal.
- Todas três são minhas filhas,
- Todas três tas hei-de dar uma para te vestir,
- Outra para te calçar, a mais bonita delas
- Para contigo casar.
Não quero as vossas filhas,
- Que lhe custa a criar,
Quero a Nau Catrineta
- Para no mar navegar.
- Nau Catrineta não ta dou,
- Que é d´El Rei de Portugal.
   Quando chegar a Lisboa
- Logo lha vou entregar

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