ALEGORIA DO FANTÁSTICO
Finou-se hoje mais uma edição da Semana do Mar 2019.
Estão de parabéns a comissão de festas, e presidente da Edilidade Faialense pela dedicação a este evento maior deste pequeno burgo. De facto, a Semana é composta de múltiplas vertentes lúdicas, no mar e em terra nem sempre a contento do povo local e de quem nos visita. Festa é festa, e cada qual guardou da mesma os maiores proventos possíveis na diversidade proposta.
No mar, considere-se uma aposta razoável, em terra, muitas contradições, mais do mesmo mais. Louvável a tentativa de erradicação dos plásticos poluentes, o cuidado atempado das recolhas do lixo dos contentores públicos e respectiva desinfeção (apenas durante a festa), limpeza do recinto e áreas envolventes, (excepto os vómitos e vasilhame da consequência).
Insolúveis prevalecem os suplícios do trânsito automóvel, a ocupação da avenida marginal, o ruído infernal das tendas de diversão noturnas, uma fórmula contra natura de poluição que o edil não considera. Assim, fica anulada a tentativa anti poluta que com tanto alarde se tentou fazer passar, em vão.
Em maré de poluição fica a nódoa da Praia de Porto Pim, que o mar não lava, porque a fonte permanece activa. Esteve muito bem o edil naquilo que melhor sabe fazer: discursar, pese embora alguma gaguez em diversas circunstâncias, o óbvio. A arte politiqueira disse presente nos dez dias festivos. Promessas, e para o que estas não são capazes de cumprir, o apelo à esperança das gerações futuras, para esta, nada de novo.
Ampliação do aeroporto, construção do novo porto, saneamento básico, áreas pedonais, reparação de vias e passeios degradados, um ror de necessidades básicas fundamentais ao desenvolvimento desta ilha. "Não há dinheiro", insistem os velhos do Restelo da orde PS, enquanto isso, ardem milhões em obras puramente eleitoralistas que não trazem tranquilidade menos bem-estar a este povo que persiste em lhes estender a passerelle.
No prosseguimento das obras da "frente mar" olvidou-se algo fantástico: a ligação das duas baías através da Rua Nova, a aquisição de gôndolas, e reduzir o desemprego com o pessoal a cantar o sole mio, isto se os "olheiros" da metereologia forem favoráveis.
O progresso e felicidade de qualquer povo passa sempre pela solução das suas necessidades básicas e prioritárias, pela boa vontade e compromisso concreto, nunca pela fantasia partidária em benefício degradante dos próprios.
Festejar sempre, com a coerência e propósito de servir o eleitorado. Esta estratégia vigente está condenada a uma mera alegoria do fantástico.
Vitor Jorge
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