08 JUNHO 2014
O corvo é uma freguesia
Disse quem a conhecia
Que lá não havia cidade
Pelas festas são ingratos
De gravata sem sapatos
Mas vivem na felicidade
"
È na Ilha das Flores
Onde vivem os amores
Onde goza a mocidade Chamam a uma lancha e um bote
um coelho espertalhote
E um bode é uma autoridade
"
O Faial é Ilha azul
Desde o norte até ao sul
Tem um lindo panorama
Mexicanos e Franceses Americanos Ingleses
Dão à terra boa fama
"
O Pico é desprezado
Não tem terra nem arado
Mas é das ilhas mais bonitas Toda a gente escreve e lê Canta e baila chamarritas
"
São Jorge terra perdida
É estreita e comprida
É terra que não dá fruta
Desde o Topo às Manadas Quer solteiras quer casadas
É tudo cambada de p**tas
"
É na ilha da Terceira
Que há toiros e brincadeira Relógio e bota de cano
Anda aquela gente perdida
P'ra lá a ganhar a vida Roubando o americano
"
Há uma Ilha lá p'ro Norte
Que não tem castelo nem forte Mas também se ouve seus urros
É uma Ilha tão formosa
Que uns chamam-lhe Graciosa Outros a terra dos burros
"
Na Ilha de São Miguel
Todo o rico usa anel
E o pobre de pé no chão
São fechados num curral
Como feroz animal
Isolados na prisão
"
A ilha de Santa Maria
Já se viu numa agonia
Já esteve perto da morte Foram p'ra lá dos melhores Fazer as pistas maiores
Tornar a base mais forte
"
A Madeira meus senhores
É um jardim de flores
É das ilhas africanas
Vendem alhos e cebolas
Às freguesas que são tolas
Que lhos trocam por bananas
"
Vou falar do continente
Que tem gente inteligente
Mas que são muito trafulhas Tanta gente misturada
De volta e meia atolada
Fazem muitas diabruras
(Nota esclarecedora ! Estes "versos" são de autor desconhecido, e tem cerca de dois séculos, a minha bisavó e avó recitavam-nos! Tantas vezes os escutei que decorei num cantinho da minha memória sem alterar uma vírgula! A minha intenção ao publicar é apenas e tão só dar a conhecer "a quem não conhece" versos populares de antanho cuja interpretação deve ter em conta a época em que os mesmos foram concebidos. Poesia bregeira simplista rima fácil própria do povo na sua sabedoria maior, penso sem intenção de ferir susceptibilidades mas bairrista cem por cento .
Deduzo que o autor@ seja picaroto ou faialense pela
" brasa à sua sardinha" do versejar ! Boas memórias!
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