Este blogue é tão-somente a minha “página” na Internet.Não sou o dono da razão, nem da verdade,sou mais um ser humano e tenho “defeitos” como todos os outros. A minha escrita por vezes, poderá ser cáustica, e satírica, escrevo assim por gosto, por amor incondicional pela escrita, natureza, humanidade, paz, liberdade, justiça social, e um mundo novo, exequível. Se o meu amor for "pecado" estou a residir no planeta errado ! BEM VIND@S A TOD@S QUE VIEREM POR BEM ! vitor jorge
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
O POETA E A LUA
O POETA E A LUA
Em meio a um cristal de ecos
O poeta vai pela Rua
Seus olhos verdes de éter
Abrem cavernas na lua
A lua volta de flanco
Eriçada de luxúria
O poeta, alocado e branco
Palpa as nadegas da lua
Entre as esferas nitentes
Tremeluzem pêlos fulvos
O poeta, de olhar dormente
Entreabre o pente da lua
Em frouxos de luz e água
Palpita a ferida crua
O poeta todo se lava
De polidez e doçura
Ardente e desesperada
A lua vira em decúbito
A vinda lenta do espasmo
Aguça as pontas da lua
O poeta afaga-lhe os braços E o ventre que se menstrua
A lua se curva em arco
Num delírio de volúpia
O gozo aumenta de súbito
Em frêmitos que perduram
A lua vira o outro quarto
E fica de frente, nua
O orgasmo desce do espaço Desfeito em estrelas e nuvens
Nos ventos do mar perpassa
Um salso cheiro de lua
E a lua, no êxtase, cresce
Se dilata e alteia e estua
O poeta se deixa em prece
Ante a beleza da lua
Depois a lua adormece
E míngua e se apazigua ...
O poeta desaparece
Envolto em cantos e plumas
Enquanto a noite enlouquece
No seu claustro de ciúmes
(Vinicius de Moraes )
Copy Vítor Jorge
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