A "FESTA" DOS TUPINIQUINS "
Todo o mundo tá presente, e muita gente ainda tá p'ra chegar: p'ranimar a FESTA," SEMANA DO MAR 2016"! Isto aqui está muito quente, está muito bom, olha a grande animação, comidas e bebidas às paletes, músicas a pontapés, o oceano virou lago; em terra, as ruas sumiram, foram p'rá festa, e anda a gente em ziguezague, uns com asas nos pés, outros com pés de chumbo, choques, embates, desculpas apressadas, sorrisos prazerosos. Caem as noites suaves em monumentais bebedeiras, muita alegria, vómitos de fartura, de fraqueza, servem de almofada, ali mesmo, nas ruas, praias, onde quer se esteja, no masculino, feminino, segura o tchan amarra o tchan, a lua míngua, o sol desponta para um novo dia nublado na forte ressaca dissimulada no breu da bica milagrosa.
Segue a festa, esta é a essência . Que festa? A depurativa orgânica! Vivam os lucros!
Há muito mais "festa" para além da festa: a dos tupiniquins! Quais bichos do mato, encarcerados nas suas viaturas, pedalando para não chegar com atraso aos seus empregos, a contas com desvios, voltas, reviravoltas, condicionamentos. Puzzles de solução difícil e onerosa a qualquer hora do dia, de muitos dias. Alto preço pagam os tupiniquins pela alegoria "festiva."
É um dever ético da organização deste evento, SEMANA do Mar, fazer muitíssimo melhor. Primeiro que tudo a salvaguarda harmónica do nosso povo "tupiniquins", depois os forasteiros que nos visitam. Mas a capacidade de fazer bem, não se vende, ou se tem, ou se teima em não ter, ou sofrem de decidofobia naif elevada ao cubo. Ou será desígnio divino? À cete égard !
Pôr um fim às restrições, proibições, libertar artérias deste "mau colesterol" imposto ao povo Faialense, facultar—lhe os motivos para festejar livremente a sua Semana do Mar, é prioritário. Primeiro nós, depois, e só depois, boas vindas aos forasteiros que desejem partilhar a alegria da festa livremente. Esta gratificante experiência já foi testada com resultados positivos, descontinuada sem justificação plausível. Não cabe na cabeça de ninguém que se interdite o livre acesso ao nosso melhor palco: Avenida Marginal e ruas limítrofes, acessos fundamentais ao correcto e saudável funcionamento dos pulmões desta cidade mar. Isto sim, é progresso saudável que deve ser cultivado, desenvolvido e acarinhado, em nome do povo e da sua belíssima cidade, que a comissão de festas se deve orgulhar de fazer reviver e partilhar com lucro garantido pela natureza ávida de mudança.
Obviamente fica provado que não dispomos de inteligência plausível, com capacidade de inverter o colapso. Que se importem mentes capazes de repor a ordem e progresso natural da festa, e, garantidamente, sobrará lucro para fogos de artifício, e da maior comemoração de todas : a liberdade de viver a festa sem grilhetas nem algemas.
Esta, é a "festa" dos tupiniquins.
(tupiniquins : [etnologia] pertencente ou relativo aos tupiniquins, antiga nação de índios brasileiros, no território da Bahia, actualmente ocupado.)
Vítor Jorge
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