MADE IN AZORES
A indústria e consumo de produtos made in Azores, padece de doença crónica, desde sempre, motivada pelo fraco índice de productividade uniforme, concentrada práticamente numa única ilha, não fomenta o emprego indispensável ao progresso das nove ilhas que compõe o Arquipélago pseudo Autónomo Açoriano. As sucessivas falências das Conserveiras, da Sinaga, da Sata "Air Azores", mil toneladas de queijo sem comprador, etc etc. As aberrantes andanças a que se conduz a Universidade de Biologia Marinha instalada nesta cidade da Horta, não constituem bons auspícios para o povo destas ilhas, dependente destas já de si miseráveis valias de subsistência precária. "De onde se retira e não põe, míngua e não cresce" reza o provérbio popular.
A divulgação em feiras da especialidade a nível nacional e internacional de produtos Açorianos, tem vindo a ganhar uma aceitação de parâmetros razoáveis dentro daquilo que por cá se fabrica e confecciona, tipo caseiro, de precária e duvidosa sustentabilidade comercial.
Destaque para alguns vinhos considerados e reconhecidos como de altíssima qualidade a nível mundial, licores, bebidas espirituosas, conservas e derivados de atum, lacticínios, destaque para alguns tipos de queijos premiados pela qualidade, e muito pouco daquilo que se entende como o melhor entre os melhores.
Generalizar tudo o que se produz com a marca Açores como qualidade inigualável, é um erro grosseiro, tendencioso, e desprestigiante. Há que assumir as nossas limitações, distinguir o que oferece qualidade daquilo que é escassa quantidade. Sejamos honestos e realistas, o consumo de géneros alimentares produzidos nos Açores e comercializados internamente salda-se por insignificante, em causa estão a qualidade mediana a preços incompatíveis naquilo que se apresenta como um tradicionalismo estático, comodista, e obsoleto, comprometedor de um desenvolvimento eficaz. Produzir sempre mais elegendo a diferença pela qualidade constitui o segredo do êxito dos nossos produtos afim de motivar o seu consumo privilegiando pela justa alternativa qualitativa interna ou externa, com alguns adeptos da inteligência, mal apoiados ao promover a diferença daquilo que é genuinamente bom.
Possuímos boa matéria prima natural, de lamentar a escassa produção com qualidade minimamente exigível, que nunca constituirá uma mais valia de referência económica autónoma no progresso ilhéu, nos moldes em que se processa actualmente.
Esquece-se a feroz concorrência, e as suas consequências no consumo, limitado pelo instável poder de compra da população, assim, considere-se que uma conserveira Espanhola coloque no nosso mercado uma embalagem de conserva de atum por preço mais acessível, e igual qualidade, da que se fabrica por cá, em matéria conserveira a produção foi restrita em exclusivo ao atum, enquanto poderia ser aproveitada com outras espécies de pescado como o chicharro e a cavala, é disso exemplo a fabrica Maná no Algarve que produz este tipo de conservas de altíssima qualidade com mercado e preço garantidos. Por cá, há longos anos a Cofaco investiu na conserva do chicharro, os afamados "Bembelos" extintos poucos anos volvidos quando a procura era assegurada e rentável internamente, prova inequívoca que aos industriais Açorianos interessa o lucro fácil e descontextualizado. Os hambúrgueres de chicharro e cavala capturados no Continente fazem as delícias de estrangeiros e nacionais, valorizando espécies pouco rentáveis comercialmente num producto criativo apetecível, saudável, e de rentabilidade assegurada.
Porque razão "o Açoriano patriota" consumidor que conta os tostões da sobrevivência, será motivado a gastar o que não possui num artigo Açoriano, por mera carolice egocêntrica?!
De igual forma é minimamente bizarro que se pretenda obrigar um turista a consumir cerveja Açoriana "Especial" quando o mesmo dá preferência a uma Sagres ou Heineken. Nas prateleiras das grandes superfícies comerciais, mercearias, hotelaria etc. estão bem visíveis os produtos Açorianos e Nacionais, observe-se as preferências, exemplo: perante um leite achocolatado de fabrico Nacional e um local, o consumidor prefere por maioria o Nacional, o mesmo sucede com a cerveja, e uma maioria de outros produtos. Porque será ?! A resposta é por demais objectiva no consenso comum.
É patética a fobia com que muitos apologistas ao consumo de produtos Açorianos, caso de muitos imigrantes, que tecem comentários nas redes sociais acerca das saudades e vantagens do consumo dos mesmos, empanturrados de farta comezaina internacional regada a barris de Budweiser só porque lhes lava a alma e os sentidos. Produtos Açorianos?!... Bem, só nas férias de anos a anos e a contra gosto, porque o que lá consomem é melhor porque "defrente," (leia-se diferente) o mesmo se aplica, porque visível, aos frenéticos "publicitários" locais intrínsecos consumidores do made in Azores, no facebook, na realidade, a "enfardar" produtos Nacionais.
As "saudades" dos arrotos da laranjada, e outros refrigerantes típicos não vão além de uma farsa facebookiana também ela exibicionista, provocadora de azias e destemperos silenciados no vómito diarreico a solo. A aposta no fabrico de produtos naturais, faria a diferença, que se apresenta desinteressante nesta, e outras áreas de consumo.
Desejo ardentemente o desenvolvimento e progresso Açoriano, também sou um deles, com uma pequena mas fundamentada diferença, sou autêntico e inconvenientemente realista.
Tenha-se paciência, alguém aqui não faz parte deste filme irreal satírico, e pusilâmine.
Se a solução para o consumo do made in Azores passa indubitavelmente pelos exageros desconexos e exacerbados, que se afoguem os turistas que nos visitam em tanques de cerveja "Especial", na gastronomia, que os empanturrem pela força bruta, com o cozido das Furnas, e creme de malagueta "puta" para barrar ao pequeno almoço, regado da "famosa laranjada".
Já que navegamos em marés de proibições, que se proíba o livre consumo interno restringido ao made in Azores, e teremos criada a maior democracia ditatorial independentista da Macaronésia.
Vitor Jorge
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