quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

DEZEMBRO ARBITRÁRIO

DEZEMBRO ARBITRÁRIO

Já as mais antigas civilizações celebravam o mês de Dezembro como um importante rito de passagem, tendo como ponto alto do mês o Solstício de Inverno, a noite mais longa do ano, que acontece por volta do dia 21 e que celebra o nascimento do deus Sol, sendo que os dias vão crescendo progressivamente a partir dessa data. Dezembro  é portando um mês  abarrotado de peculiaridades e incoerências criacionistas que o elegem como o mais apetecido dos meses, enquanto a realidade é bem mais pungente. As chuvas intensas marcam presença, os frios instalam-se, muda-se de vestuário próprio da estação, o sol preguiça nas manhãs, caminha num percurso ténue  e corre apressadamente para o seu ocaso. Surgem os estados gripais o agravamento das dores reumáticas, e de tantas outras relacionadas com a finalização do ciclo anual sempre prenhe de esperanças rotas, de promessas adiadas, de verdades dolorosas, mal digeridas nas longas noites de fastio e insónias incolores nos espaços metafísicos em que somos colocados pelos mitómanos que nos ousam governar.
Balanços feitos, os ordenados resultam aquém da elasticidade, sobrevive-se cortando nos bens de primeira necessidade alimentar, bebe-se àgua pela moringa para empurrar a mão cheia de comprimidos que diluiram o organismo, o ordenado, a magra pensão, a um epigrama de vida. Não gosto do mês de Dezembro. É sem dúvida um mês pífio, nos balanços anuais dos excluídos dos direitos humanos, e de todos os que clamam dignidade merecida no fluir de trezentos e sessenta e cinco dias nas órbitas dos perversos e inveterados mitómanos da humanidade .
Como corolário é também em Dezembro que soam as trombetas apocalípticas do capital: compra, consome, adquire, oferece, sacrifica-te, paga em suaves prestações... Natal! Não gosto do Natal! A festa orgástica do consumismo, da desigualdade, da negação do espírito da efeméride do nascimento de um homem pobre moldado a ouro fagueiro.
Luzes multicoloridas dos escaparates refletem-se nas lágrimas geladas de milhões de olhos ávidos de pão, de calor humano, camuflados pela ostentação selvagem e o desperdício observam em silêncio os despojos da batalha natalina capitalizada ao infinito.
A singeleza dos natais da minha infância não voltam, com ela partiram todos os que me ensinaram a comemorar com alegria  a união familiar, onde o paladar de um simples rebuçado tinha um valor simbólico de saciedade até ao próximo.
É importante lembrar  que muitas vezes o simples encontro entre famílias, e pessoas com predisposição a amizades sinceras com demonstrações de amor, carinho são suficientes para preencher o espaço de um presente.
Tenha a certeza que, a longo prazo, a sustentabilidade humana no planeta depende mais do afeto entre as pessoas do que de um mercado consumista! Que tal nos propormos à universalização da amizade genuína em todos os dias de todos os anos, com a paz como mediadora da concórdia entre os homens de boa vontade. Este é o meu enorme espírito Natalício. Defina o seu.

Boas Festas

Vitor jorge

sábado, 10 de dezembro de 2016

O LADO B DA CIVILIZAÇÃO

O LADO B DA CIVILIZAÇÃO

Já todos estamos consciencializados que o automóvel não é apenas um objecto banal.Mesmo que apenas o fosse, teríamos de contar com as suas consequências físicas mais directas, como a sinistralidade, o ruído e a poluição atmosférica.
É ao nível do urbanismo que o automóvel tem efeitos mais perniciosos. A sua presença invisível preside à própria expansão urbana e ao planeamento dos respectivos acessos. Gera a fragmentação do território por criar uma assimetria evidente entre os locais de trabalho e locais de residência; o automóvel é a solução universal de mobilidade que nos é imposta mas sem que a razão o justifique. 
Detectar esta responsabilidade dos urbanistas no planeamento do território é descobrir as próprias condições a que temos de obedecer se nos quisermos deslocar para determinado local. Acima de tudo, o território desenhado segundo o automóvel é uma forma de controlo irresponsável. Que bom seria se a cada proprietário de um veículo fosse atribuído estacionamento privativo à porta de entrada da residência, mesmo em prejuízo de outrém de "estatuto social inferior", não seria o culminar da felicidade, mas certamente mais uma afirmação egocêntrica dos bebés proveta deste "Admirável Mundo Novo" (1).
As leis que regulamentam o trânsito tem como finalidade harmonizar a fluidez do mesmo, com regras transgredidas diariamente fruto da conveniência pessoal hipócrita.
A verdade é a ausência da mentira, que poucos ousam admitir em sociedade e onde quase todos se outorgam o direito de credibilizar a sua verdade como universalista. Um choque civilizacional da era hodierna com consequências directas e limitativas do progresso e bem estar da sociedade em que se inserem.

Vitor Jorge

(1) romance 1932 "O Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas.

sábado, 3 de dezembro de 2016

O VALOR DE UMA HERANÇA

O meu pai dizia-me frequentemente: Victor, acentuando foneticamente o "C" nome com que fui registado: nunca esqueças "só o teu trabalho te dignificará, luta sempre pelo bem de toda a humanidade mesmo que te pareça tarefa vã, estuda, faz de tudo, utiliza sempre o melhor em conformidade com os teus iguais, a tua maior riqueza nunca será a posse financeira ou imobiliária, mas a tua liberdade e a de todos, independentemente da cor ou credo com que se identifiquem, és universal". Tinha cinco anos, e cinco dificuldades de compreender aquela "lenga lenga" expressa ao final dos dias felizes como se fora oração. Era um credo, profundo, uma herança milionária que pretendeu legar-me em consciência e dignidade, únicos bens possuídos. Terá sido um bom pai?! Terei eu tido a capacidade de multiplicar a sua herança milionária?! Não sei! Deixo a resposta gravada a fogo nos meus actos ao longo da minha existência, que pode ter sido tudo, menos banal ou egocêntrica. Persistirei no meu trabalho e na sua dignidade até ao meu final, divertindo-me com a prática do bem, onde me reencontro e tenho um feedback feliz.

Hoje, constacto que essa transmissão de valores geracionais se perdeu num lapso de tempo,  sem retrocesso, priveligiando-se a posse materializada evanescente indutora da fricção entre gerações.

O meu pai, na actualidade, seria classificado de "antiquado", e eu, que pratico o seu legado, de inconspícuo.
As preferências hodiernas incentivam e praticam um niilismo desenfreado numa prespectiva nefasta e ambígua de um desenvolvimento negativo do ser, na universalidade de valores progressistas, como a união entre os povos, paz honestidade, prática do ideal igualitário, as maiores posses que a natureza propõe como suporte de equilíbrio nesta corda que é a vida, nunca bamba, sempre firme e motivadora.

O pensamento é uma actividade linguística, uma vez que pensamos em palavras, queremos entender os sentimentos e transformá-los em palavras que provoquem o entendimento do que estamos sentindo.
Quando sentimos algo, estamos trabalhando com sentimentos, como se agíssemos com o coração. No entanto a cabeça quer participar do acontecimento e procura entender o que se está a passar. Mas a cabeça não entende sentimentos, pensa em palavras. Aí começa o desentendimento entre o coração e a cabeça, o desentendimento do eu comigo mesmo pode até gerar uma discussão interna, um desentendimento, uma insatisfação.
O conhecimento internalizado através da educação familiar, escolar, e do convívio social forma um outro eu dentro da gente: O eu que a gente acha que os outros acham que gente deve ser. Este outro eu, dentro de cada um, costuma discutir com o eu original que tem desejos nem sempre aceites ou aprovados.
Esse dinamismo é perfeitamente normal em todo mundo.

A busca da paz.
Entre os orientais é muito comum a meditação, processo que parte do diálogo interno, o eu mesmo com o outro eu, até que essa conversa acabe de vez, onde os dois “eus” internos se entendam, ou pelo menos diminuam o ritmo da discussão, passem a conversarem. É a busca do pensar em nada.
O meu pai pensava em nada, pensando em tudo na sua alma mater de todas as virtudes humanamente possíveis e impossíveis extraindo a riqueza que me transmitiu em legado de pobre.
Na contemporaneidade, os filhos valorizam a matéria dos progenitores ricos de quimeras fictícias.

Vítor Jorge

MADE IN AZORES

A indústria e consumo de produtos made in Azores, padece de doença crónica, desde sempre, motivada pelo fraco índice de productividade uniforme, concentrada práticamente numa única ilha, não fomenta o emprego indispensável ao progresso das nove ilhas que compõe o Arquipélago pseudo Autónomo Açoriano.
A divulgação em feiras da especialidade a nível nacional e internacional de produtos Açorianos, tem vindo a ganhar uma aceitação de parâmetros razoáveis dentro daquilo que por cá se fabrica e confecciona, tipo caseiro, de precária e duvidosa sustentabilidade comercial.
Destaque para alguns vinhos considerados e reconhecidos como de altíssima qualidade a nível mundial, licores, bebidas espirituosas,  conservas e derivados de atum, lacticínios, destaque para alguns tipos de queijos premiados pela qualidade, e um pouco mais daquilo que se entende como o melhor entre os melhores.
Generalizar tudo o que se produz com a marca Açores como qualidade inigualável, é um erro grosseiro, tendencioso, e desprestigiante. À que assumir as nossas limitações, distinguir o que oferece qualidade daquilo que é quantidade.  Sejamos honestos e realistas, o consumo de géneros alimentares produzidos nos Açores e comercializados internamente salda-se por insignificante, em causa estão a  qualidade mediana a preços incompatíveis naquilo que se apresenta como um tradicionalismo estático, comodista, e obsoleto, comprometedor de um desenvolvimento eficaz.    Produzir sempre mais elegendo a diferença pela qualidade constitui o segredo do êxito dos nossos produtos afim de motivar o seu consumo privilegiando pela justa alternativa qualitativa interna ou externa, com alguns adeptos da inteligência, mal apoiados ao promover a diferença daquilo que é genuinamente bom.
Possuímos boa matéria prima natural, de lamentar a escassa produção com qualidade minimamente exigível, que nunca constituirá uma mais valia de referência económica autónoma no progresso ilhéu, nos moldes em que se processa actualmente.
Esquece-se a feroz concorrência, e as suas consequências no consumo, limitado pelo instável poder de compra da população, assim, considere-se que uma conserveira Espanhola coloque no nosso mercado uma embalagem de conserva de atum por preço mais acessível, e igual qualidade, da que se fabrica por cá, em matéria conserveira a produção foi restrita em exclusivo ao atum, enquanto poderia ser aproveitada com outras espécies de pescado  como o chicharro e a cavala, é disso exemplo a fabrica Maná no Algarve que produz este tipo de conservas de altíssima qualidade com mercado e preço garantidos. Por cá, há longos anos a Cofaco investiu na conserva do chicharro, os afamados "Bembelos" extintos poucos anos volvidos quando a procura era assegurada e rentável internamente, prova inequívoca que aos industriais Açorianos interessa o lucro fácil e descontextualizado.
Porque razão "patriota" o consumidor que conta os tostões da sobrevivência, será motivado a gastar o que não possui num artigo Açoriano, por mera carolice egocêntrica?!
De igual forma é minimamente bizarro que se pretenda obrigar um turista a consumir cerveja Açoriana "Especial" quando o mesmo dá preferência a uma Sagres ou Heineken. Nas prateleiras das grandes superfícies comerciais, mercearias, hotelaria etc. estão bem visíveis os produtos Açorianos e Nacionais, observe-se as preferências, exemplo: perante um leite achocolatado de fabrico Nacional e um local, o consumidor prefere por maioria o Nacional, o mesmo sucede com a cerveja, e uma maioria de outros produtos. Porque será ?! A resposta é por demais objectiva no consenso comum.
É patética a fobia com que muitos apologistas ao consumo de produtos Açorianos, caso de muitos emigrantes, que tecem comentários nas redes sociais acerca das vantagens do consumo dos mesmos empanturrados, de farta comezaina internacional regada a barris de Budweiser só porque lhes lava a alma e os sentidos. Produtos Açorianos?! Bem, só nas férias de anos a anos e a contra gosto, porque o que lá consomem é           "melhor porque defrente," o mesmo se aplica, porque visível, aos frenéticos "publicitários"  locais intrínsecos consumidores do made in Azores, no facebook, na realidade, a "enfardar" produtos Nacionais.
As "saudades" dos arrotos da laranjada, e outros refrigerantes típicos não vão além de uma farsa facebookiana também ela exibicionista, provocadora de azias e destemperos silenciados no vómito diarreico a solo. A aposta no fabrico de produtos naturais, faria a diferença, que se apresenta desinteressante nesta, e outras áreas de consumo.
Desejo ardentemente o desenvolvimento e progresso Açoriano, também sou um deles, com uma pequena mas fundamentada diferença, sou autêntico e inconvenientemente realista.
Tenha-se paciência, alguém aqui não faz parte deste filme irreal satírico, e pusilâmine.
Se a solução para o consumo do made in Azores passa indubitavelmente pelos exageros desconexos e exacerbados, que se afoguem os turistas que nos visitam em tanques de cerveja "Especial",  na gastronomia, que os empanturrem pela força bruta, com o cozido das Furnas.
Já que navegamos em marés de proibições, que se proíba o livre consumo interno restringido ao made in Azores, e teremos criada a maior democracia ditatorial independentista da Macaronésia.

Vitor Jorge

O CONSTRUTOR DE PONTES

Dois irmãos que moravam em locais vizinhos, separados apenas por um riacho, entraram  em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de  trabalho lado a lado.  Mas agora tudo tinha mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio de ódios contidos.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
Era um modesto carpinteiro que carregava pesada caixa de ferramentas.Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.
Sim, disse o camponês. Claro! Vê aquele campo ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.
Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos. 
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o camponês chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o camponês ficou enfurecido e disse:
Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei. 
Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão que se aproximava de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então disse:
Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse. 
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho partiu com  sua caixa de ferramentas.
Espere, fique connosco! Tenho outros trabalhos para si.
E o carpinteiro respondeu:
Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...
Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com os nossos familiares, amigos, colegas do trabalho e principalmente com os nossos inimigos... O que você está à espera? Que tal começar agora!!! Muitas vezes desistimos de quem amamos por causa de mágoas e mal entendidos. Vamos deixar isso de lado, ninguém é perfeito, mas alguém tem que dar o primeiro passo. Quanto mais amigos você tiver, melhor se vai sentir, sabe por quê? É compensador amar, e ser amado é melhor ainda. 
Pense nisso e construa pontes ao seu redor. 

P.S. Inspirei-me
no "Passeio Pedonal de Porto Pim" e em todas as milhares de pontes de construção urgente nesta cidade da Horta, e pelo mundo. Que a "engenharia" fale uma só voz no conjunto de ideias e ideais coerentes
aos processos de construção irmanados dos mesmos princípios de serviços prestados à comunidade. Este o meu modesto e possível contributo.

Vitor Jorge

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

AEROPORTOS NO FUMEIRO

AEROPORTOS NO FUMEIRO

A chama da irmanacão entre as ilhas do Pico e Faial é uma realidade secular, pela proximidade e partilha das suas necessidades cotidianas, do comercial ao familiar, completam-se indubitavelmente.
As duas ilhas foram berço de figuras públicas de relevo no panorama nacional e regional, destacando-se também a nível internacional mais concretamente na imigração fruto do seu trabalho e erudição.
Os residentes destas duas ilhas são praticamente uma família que convive e confraterniza alegremente, com tudo o que possuem de melhor.
De quando em vez, talvez por questões de origem telúrica, todo este manancial de sã convivência entra em violentas erupções de bairrismos descabidos de alaridos contraproducentes recheados de chorrilhos de asneiras, de bate bocas desconexos, no complemento directo das questões sintéticas  analíticas.

Desta erupção recente estão em causa dois aeroportos: do Pico e Faial. Tudo porque o povo Faialense reclamou com justiça junto da Assembleia Regional dos Açores a pretensão do aumento da pista do seu aeroporto, que não os serve com dignidade. De imediato, os familiares Picoenses  deram início a um ror de contendas facebookianas acometidos alguns da desnecessária dor de corno, recrudescida pelo empirismo do senhor Cansado, personagem estafada na área em questão, colocando prosaicamente os dois aeroportos em conflito no fumeiro da indignação popular. O que anteriormente foi motivo de festejos e silêncios, mudaram de tom, agora são os Picoenses que defendem ferozmente o aumento da pista do seu aeroporto, centralizando-o como única meta válida do progresso das ilhas do triângulo: Pico, S. Jorge e Faial.

Luís Sepúlveda cita no seu livro, O velho que lia Romances de Amor, esta frase: "tens os dentes podres, a culpa é do governo". Na origem desta desordem social e política, estão bem patentes as culpas dos sucessivos governos socialistas no incumprimento das promessas eleitorais, do aumento das pistas dos dois aeroportos em questão adiadas até ao presente. "O povo tem os dentes podres", a culpa é desse mesmo povo que continua a crer nas mentiras debitadas pelo todo poderoso governo do Partido Socialista Açoriano que mantém as "ilhas de baixo" à mercê dos seus caprichos que o povo sempre elegeu e acarinhou com credibilidade sebastianista, regredindo a maquetes de museu para turista ver. O progresso joga-se noutro xadrez político evolutivo da democratização do sistema vigente em igualdade de oportunidades para o povo, e nunca no interesse de alguns, que se governam com o governo.
Agora dói, cada uma das duas ilhas Pico e Faial requerem pistas maiores, com razão, no caso Faialense, é por demais urgente um aumento da pista do seu aeroporto que permita mais segurança, conforto, e progresso aos seus habitantes que em circunstância alguma merecem ser sacrificados como o são na actualidade pagando alto preço por um serviço que nem gratuito é digno.
O aeroporto da Ilha do Pico merece a mesma dignidade, cabe ao seu povo definir as "linhas com que se se cosem" sem pretenções centralistas como advoga o sr. Cansado especialista na   desordem de favorecimentos políticos elitistas .
Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização dos nossos propósitos.
A união será sempre o ponto alto de partida de qualquer vitória, os governos temem-nas e caem inertes perante a força maior que o povo não vê ou não tem a coragem de enfrentar.
Que cada voto seja uma arma, nunca um clube político como a tradição tem demonstrado.
Aos conformistas, o silêncio fica-lhes muito bem. Continue-se a degostar as linguiças e morcelas, os petiscos, cá como lá, em unidade e paz congeminando as fórmulas democráticas de demover este governo a retirar aeroportos do fumeiro procedendo à sua consolidação em igualdade de circunstâncias democraticamente aceites, pela dignidade pública.
Ademais, melhores aeroportos requerem obviamente companhias aéreas com capacidade de oferta de um serviço abrangente que sirva os reais interesses das populações de ambas as ilhas, e por conseguinte do tão proclamado triângulo. A SATA, não se apresenta como alternativa de serviço público, outrossim uma farsa aérea descontrolada geradora de conflitos e mau estar entre os utentes obrigados a viajar nas suas escassas "carroças" aéreas sem alternativa, pelo menos nas "ilhas de baixo". O povo vitimizado, embarca em interesses pessoais sem escrúpulos desses regedores servis que promovem e assistem de bancada à desunião social que os mantém.

Vítor Jorge

 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

FURIOSOS DO RUIDO

FURIOSOS DO RUIDO

Contra todo e qualquer argumento, lógico, nunca fez sentido que se perturbe o sossego e merecido descanso, a milhares de pessoas que trabalham arduamente, os doentes, idosos,os que têm dificuldade em conciliar o sono para gáudio de uma centena, admito duas, de bigorrilhas com aversão a reflectir, e de quem os explora visando tão somente o aspecto lucrativo da demanda insane daquilo que os próprios qualificam de progresso. Progresso sim, das suas contas bancárias. Meus senhores, a isto chama-se poluição sonora em elevado grau, e total desrespeito para com os seus iguais. Não é minimamente compreensível, menos admissível que a CMH conceda tal tipo de massacre licenciado, seja a que título fôr, porém resalve-se o total desnorte do seu presidente e membros da comissão de festas das semanas do mar (minúsculas) sob o elevado ego da desordem que tem provocado ao povo desta Cidade da Horta.
A um razoável presidente desta edilidade ficaria muito bem uma posição pública inconspícua, atributos invisíveis na descoordenação visível às quais foram sujeitos os munícipes sem um mínimo de lucidez das realidades locais.
Fica provado uma vez mais que: vivemos em descontínua democracia, o povo apanha forte e feio, mas consente, o que leva a crer numa falsa inexistente e repugnante maioria, do quem se sentir mal mude-se.
Recentemente ao  ser entrevistado por uma estação de televisão nacional e respondendo à pertinente pergunta que me foi colocada, se vivia feliz aqui, respondi: Não! Este paraíso contém um inferno dentro. Claro que não foi difundida a minha constrangedora resposta. Persisto na mesma convicção, em consciência, mas não me mudo, farei de tudo legalmente para que se almeje a tão desejada mudança necessária rumo à liberdade e democracia consensuais.

Vítor Jorge

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

SANTÍSSIMOS CORDEIRINHOS

SANTÍSSIMOS CORDEIRINHOS.               

Para que se há-de apagar o fogo, se é essa a vontade de Deus? Deixa-se arder!
É nesta prespectiva que se cala e consente tudo, além de que este tipo de denúncias são entendidas como provocatórias, originando um sistema de represálias sobre quem comete a "ousadia" de não deixar arder em silêncio.
Predomina então a ignomínia, sob os mais torpes disfarces sobre o ou os visados doentes na maioria dos casos praticados à revelia pelas pessoas mais insuspeitas que usurpam da ética e profissionalismo que lhes assiste porque o sistema os protege na covardia dos  factos. Esquecem porém, que ainda prevalece a justiça, apesar de doente, ainda vive, até às mais altas instâncias.
Assim, não é admissível que exista uma exígua sala de espera no Hospital da Horta para albergar doentes de duas especialidades distintas, Oftalmologia, e Otorrinolaringologia, não disponibilizando cadeiras em número suficiente  para acolher todos os doentes quase todos os dias, proibidos de permanecer nos corredores, encostados às paredes os doentes obrigam-se a ficar de pé, ou sentados no chão dentro da sala de espera até que surja vez de sentar.
Foram gastos milhões de euros num edifício arquitetonicamente deficiente sem as valências necessárias ao seu usufruto em praticamente todas as áreas, numa manobra política enganadora para todos os que infelizmente dele nececitam, produzindo por metade aquilo que deveria ser o mínimo aceitável.
As máquinas fotográficas da RIAC e Registo Civil avariam em simultâneo e com frequência, a sala de espera da RIAC disponibiliza duas cadeiras para quem espera vez, que uma única funcionária procura suprir dando melhor de si, a Secretaria Regional da Solidariedade Social, tem a pomposidade do nome socialmente aceite, revelando-se um embuste no não auxílio a idosos, e população em geral, obrigando ao cumprimento de leis injustas e anti sociais, a Assistência Social não utiliza um critério único de suporte aos desfavorecidos. Conclusão: matam-nos pelos "benefícios" que não se usufruem, utilizados como estandarte de governação imaculada que o povo ingere nos silêncios das digestões imprevisíveis de cada dia.
Das gigantescas sombras iluminadas pela soberba, brotam fantasias enganadoras e ultrajantes para os humilhados destas ilhas onde continua a ser negado o direito à dignidade humana da existência.
Os focos de pobreza aumentam silenciosa e vergonhosamente, sem o mínimo manifesto deste governo regional, vive-se  no medo e necessidades, porém, há os que vivem da exortação e conformismo das mesmas por vontade divina. Confinados ao curto espaço de cada ilha e das suas necessidades específicas urgentes, há quem cante louvores e glórias a este governo regional, chegando ao cúmulo de se fazerem postar orgulhosamente numa selfie ao lado do abençoado presidente do governo regional como se fora troféu com uma pretensa divindade do Olimpo, para gáudio do próprio, e alimentação de egos inqualificáveis de quem vive bem com patrocínios governamentais e não sente um mínimo de vergonha e solidariedade para com os seus iguais limitados e submetidos a uma mísera e deficiente refeição diária. Exigir tratamento igualitário para todos os Acorianos é o mínimo que cada qual deveria fazer por si próprio e pelos outros em igualdade democrática inexistente.
No governo de salazar existia a figura do regedor, hoje, nos Açores, e não só, essa figura de má memória continua a existir com os mesmos poderes, capacidade de delação e mesquinhez bajuladora, continuam sendo os arautos felizes deste governo, governando-se.
Curvar-se das alturas para beijar velhinhas, criancinhas, sempre foi um jogo com resultados garantidos eleitoralistas de uma aparente humildade que este presidente nunca possuiu com qualquer Açoriano independente das idades. Basta de falsa propaganda, na sombra da hipocrisia do parecer em vez do ser.
"Dos nossos medos tem que nascer coragens" parafraseando Eduardo Galeano,
No centro deste foguetório com artifício onde ganha força e forma a lei do mais forte, o governo regional apresenta-se como divindade toda poderosa detentora da verdade e do prodígio Ciclope, estereotipado, do mau governo absolutista.
O povo Açoriano, exige democracia igualitária para todas as nove ilhas que compõe este arquipélago, em todas as áreas sociais como ponto de partida para o progresso retardatário, e contra a delapidação em que vive sujeito. Basta de cordeirinhos e inércia premeditada. Clama-se justiça daquilo que consiste num direito humano irrevogável.

Vítor Jorge

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A "FESTA" DOS TUPINIQUINS

A "FESTA" DOS TUPINIQUINS "

Todo o mundo tá presente, e muita gente ainda tá p'ra chegar: p'ranimar a FESTA," SEMANA DO MAR 2016"! Isto aqui está muito quente, está muito bom, olha a grande animação, comidas e bebidas às paletes, músicas a pontapés, o oceano virou lago; em terra, as ruas sumiram, foram p'rá festa, e anda a gente em ziguezague, uns com asas nos pés, outros com pés de chumbo, choques, embates, desculpas apressadas, sorrisos prazerosos. Caem as noites suaves em monumentais bebedeiras, muita alegria, vómitos de fartura, de fraqueza, servem de almofada, ali mesmo, nas ruas, praias, onde quer se esteja, no masculino, feminino, segura o tchan amarra o tchan, a lua míngua, o sol desponta para um novo dia nublado na forte ressaca dissimulada no breu da bica milagrosa.
Segue a festa, esta é a essência . Que festa? A depurativa orgânica! Vivam os lucros!
Há muito mais "festa" para além da festa: a dos tupiniquins! Quais bichos do mato, encarcerados nas suas viaturas, pedalando para não chegar com atraso aos seus empregos, a contas com desvios, voltas, reviravoltas, condicionamentos. Puzzles de solução difícil e onerosa a qualquer hora do dia, de muitos dias. Alto preço pagam os tupiniquins pela alegoria "festiva."
É um dever ético da organização deste evento, SEMANA do Mar, fazer muitíssimo melhor. Primeiro que tudo a salvaguarda harmónica do nosso povo "tupiniquins", depois os forasteiros que nos visitam. Mas a capacidade de fazer bem, não se vende, ou se tem, ou se teima em não ter, ou sofrem de decidofobia naif elevada ao cubo. Ou será desígnio divino? À cete égard !
Pôr um fim às restrições, proibições, libertar artérias deste "mau colesterol" imposto ao povo Faialense, facultar—lhe os motivos para festejar livremente a sua Semana do Mar, é prioritário. Primeiro nós, depois, e só depois, boas vindas aos forasteiros que desejem partilhar a alegria da festa livremente. Esta gratificante experiência já foi testada com resultados positivos, descontinuada sem justificação plausível. Não cabe na cabeça de ninguém que se interdite o livre acesso ao nosso melhor palco: Avenida Marginal e ruas limítrofes, acessos fundamentais ao correcto e saudável funcionamento dos pulmões desta cidade mar. Isto sim, é progresso saudável que deve ser cultivado, desenvolvido e acarinhado, em nome do povo e da sua belíssima cidade, que a comissão de festas se deve orgulhar de fazer reviver e partilhar com lucro garantido pela natureza ávida de mudança.
Obviamente fica provado que não dispomos de inteligência plausível, com capacidade de inverter o colapso. Que se importem mentes capazes de repor a ordem e progresso natural da festa, e, garantidamente, sobrará lucro para fogos de artifício, e da maior comemoração de todas : a liberdade de viver a festa sem grilhetas nem algemas.
Esta, é a "festa" dos tupiniquins.

(tupiniquins : [etnologia] pertencente ou relativo aos tupiniquins, antiga nação de índios brasileiros, no território da Bahia, actualmente ocupado.)

Vítor Jorge

sábado, 23 de julho de 2016

OS BUFOS

OS BUFOS

A palavra bufo na sua etimologia tem diversos significados nos dicionários de língua portuguesa. Nome masculino, na sua forma popular significa: pessoa que faz queixa dos outros, que denuncia os outros.
Nem as entidades divinas possuem nos seus exércitos arcanjos com capacidade depurativa desta praga humana perfeitamente dispensável, permanecendo evolutivamente a título de desígnio divino.
Sem constituir uma doença, é uma atitude humana próxima da esquizofrenia, da alienação horrenda do ego e da personalidade.
A sua história é tão antiga quanto a humanidade, na actualidade, motivada por determinados padrões sociais doentios, pessoas têm prosseguido nesta forma de aviltamento do ego na espectactiva de atingir o topo daquilo que entendem por "pirâmide social", a fórmula mais torpe de o conseguir, é , como é possível constatar, tornando-se num bufo especializado.
Comum aos dois sexos, embora explícito no masculino, prolífera epidémicamente em todas as áreas sociais. Sem identificação ou sinal que os defina, ou forma de os contabilizar, os bufos sempre constituiram uma "classe" social perversa e mesquinha na convivência com a honestidade e personalidade decentes, quer individualmente quer no colectivo. Aqui cabe a expressão " tanto é o ladrão, como o que fica ao portão", ou seja, o bufo delata alguém a outrém que por sua vez o consente para utilização pessoal ou colectiva, eis como se multiplicam estes vermes que se passeiam diariamente livres e disfarçados da mais imaculada inocência.
A covardia é o seu lugar comum, tola e velhacamente convictos que prestam um serviço que construirá os seus egos desfeitos em prodígios perante os sósias que se servem deles com igual perfídia delatando a seguir o seu venenoso "troféu".
São incontáveis as vítimas inocentes que estes bufos deixam pelos caminhos das suas existências necrófagas despojadas de qualquer sentido humano. As ditaduras utilizam-nos como polícias servis, lambe botas de sistemas políticos decrépitos, as democracias corruptas, o capitalismo, e cuide-se o leitor, que a seu lado tem imensos com residência fixa dispostos a tudo para bufar a sua existência aos quatro pontos cardeais.
Toda esta preocupante convivência tem como finalidade uma nova ordem social, segundo o parecer de alguns especialistas da regeneração humana, que evoluirá no sentido da sã convivência irmanada na bondade universal. Gostaria de partilhar o optimismo destes especialistas e acreditar na prática do bem e na total aniquilação e erradicação da face da terra desta terrível praga social. Até lá, confesso-me séptico e hermético aos bufos de qualquer etiologia.

Victor Jorge

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Voltei com o vento

VOLTEI COM O VENTO

O vento sopra para várias direções.

Em uma dessas direções

O vento me levou.

Assim como me trouxe de volta,

A casa que sempre me acolheu.

Não é que eu tenha escolhido ir.

Mas o destino se fez presente.

E não pude vencê-lo.

Levou-me para mais um desafio.

O desafio foi vencido e conquistado.

E lá do outro lado senti, saudades.

E a saudade me trouxe o vento.

O vento me trouxe de volta.

Hoje eu voltei!

Com o coração aberto e mais maduro.

Pronto para enfrentar novos convites

Vindo com o vento.

Mas não se preocupe se eu for.

Porque sempre estarei de volta.

Assim como vento vai e volta;

Eu também vou!

Levando lembranças.

E trazendo novidades.

A FLOR DE LIS *_*

quinta-feira, 21 de julho de 2016

ILHA


Tu vives - mãe adormecida- nua e esquecida, seca, fustigada pelos ventos, ao som das músicas sem música das águas que nos prendem...

Ilha: teus montes e teus vales não sentiram passar os tempos e ficaram no mundo dos teus sonhos - os sonhos dos teus filhos - a clamar aos ventos que passam, e às aves que voam, livres, as tuas ânsias!

Ilha: colina sem fim de terra vermelha - terra dura - rochas escarpadas tapando os horizontes, mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânsias!

Amilcar Cabral

terça-feira, 19 de julho de 2016

O EGO COLECTIVO

O EGO COLETIVO

Trecho de “O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA” Por Eckhart Tolle
(tradução Henrique Monteiro)

Até que ponto é difícil viver consigo mesmo? Uma das maneiras pelas quais o ego tenta escapar da insatisfação que tem em relação a si próprio é ampliando e fortalecendo sua percepção do eu. Ele faz isso identificando-se com um grupo, que pode ser um país, um partido político, uma empresa, uma instituição, uma seita, um clube, uma turma, um time de futebol, etc. Em alguns casos, o ego pessoal parece se dissolver completamente quando alguém dedica a vida a trabalhar com abnegação pelo bem maior de uma coletividade sem exigir recompensa, reconhecimento nem enaltecimento. Que alívio ser libertado da carga incômoda do eu pessoal. Os membros do grupo sentem-se felizes e satisfeitos, não importa quanto precisem trabalhar, quantos sacrifícios tenham que fazer. Eles parecem ter superado o ego. A questão é: será que se libertaram de verdade ou o ego apenas se mudou do plano pessoal para o coletivo? Um ego coletivo manifesta as mesmas características do ego pessoal, como a necessidade de enfrentamentos e inimigos, de ter ou fazer mais, de estar certo e mostrar que os outros estão errados, etc. Cedo ou tarde, essa coletividade entrará em conflito com outras coletividades porque busca inconscientemente o desentendimento e precisa de oposição para definir seus limites e, assim, a própria identidade. Depois, seus integrantes experimentam o sofrimento, que é uma conseqüência inevitável de toda ação motivada pelo ego. A essa altura, eles podem despertar e compreender que seu grupo tem um forte componente de insanidade. Pode ser doloroso acordar de repente e perceber que a coletividade com a qual nos identificamos e para a qual trabalhamos é, na verdade, insana. Nesse momento, há pessoas que se tornam cínicas ou amargas e, daí por diante, passam a negar todos os valores, tudo o que vale a pena. Isso significa que elas adotam rapidamente outro sistema de crenças quando o anterior é reconhecido como ilusório e, portanto, entra em colapso. Elas não encaram a morte do seu ego; em vez disso, fogem e reencarnam em outro. Um ego coletivo costuma ser mais inconsciente do que os indivíduos que o constituem. Por exemplo, as multidões (que são entidades egóicas coletivas temporárias) são capazes de cometer atrocidades que a pessoa sozinha não seria capaz de praticar. Vez por outra, os países adotam um comportamento que seria imediatamente reconhecido como psicopático numa pessoa. À medida que a nova consciência for surgindo, algumas pessoas se sentirão motivadas a formar grupos que a reflitam. E eles não serão egos coletivos. Seus membros não terão necessidade de estabelecer sua identidade por meio deles, pois já não estarão procurando nenhuma forma para definir quem são. Ainda que essas pessoas não estejam totalmente livres do ego, elas terão consciência bastante para reconhecê-lo em si mesmas ou nos outros tão logo ele se manifeste. No entanto, será preciso estar sempre alerta, uma vez que o ego tentará assumir o controle e se reafirmar de qualquer maneira. Dissolver o ego humano trazendo-o à luz da consciência – esse será um dos principais propósitos desses grupos formados por pessoas esclarecidas, sejam eles empresas, instituições de caridade, escolas ou comunidades. Essas coletividades vão cumprir uma função importante no surgimento da nova consciência. Enquanto os grupos egóicos pressionam no sentido da inconsciência e do sofrimento, as agremiações esclarecidas podem ser um vórtice para a consciência que irá acelerar a mudança planetária.

domingo, 17 de julho de 2016

NEBLINAS & TURISMO S.A.

Esta asfixiante e intermitente neblina em pleno mês de Julho, faz-me dor de cabeça. Abro as janelas, para as fechar imediatamente a seguir. Temo que a réstea de verão que sobra dentro destes quartos se escape. Saio para a rua, a impiedosa neblina não permite que o meu olhar ultrapasse os dez metros, outras vezes, nem tanto. Apoio os braços na janela da bruma, penetro como uma flecha na densidade asfixiante e depressora da bruma plumbea: o azul suave, a carícia do sol invadem-me, ergo esta orgia de sentidos nos meus braços, como se ergue um afogado para o transportar a terra firme, um tremor de emoção, contemplo o universo, pior melhor, não sei, respiro sol, azul, daria metade da minha vida por este tónico natural que ora me fortalece. Talvez não tenha sabido olhar, tenho os meus olhos apagados pela neblina, sou um cego honesto.
Não acreditem que os meus dedos me transmitem a paz roçando o pontilhado dos caracteres Braille, nas minhas leituras e preocupações sociais, o desassossego anula a estúpida tranquilidade que oferece a posse sem lutas, a persistência da densa bruma continua sendo um arpão na esperança democrática destas ilhas Açóricas.
Vislumbro além das neblinas: o povo que se bronzeia da densa névoa, aplaude de pé o progresso nebuloso à boleia das neblinas protectoras em que se firma evanescente.
A espessa densidade de fog cativa turistas! Quem diria! Tantos, que entopem as ruas dificultando o trânsito automóvel. Delicadamente imobiliza-se a viatura, sem progresso chega-se tarde ao emprego, ás necessidades de quem pretende suprir a existência. Nada! Ninguém se move um milímetro, por vias da lógica as viaturas automóveis vem equipadas com uma buzina que obrigatoriamente se faz soar mínima e delicadamente em fá sustenido para não quebrar o enleio e felicidade de quem amávelmente nos visita. Estala o caos, os visados entendem que pagaram o silêncio, as ruas, o fog, a ilha inteira. Partem para viatura visada com a agressividade a quem desfacelaram os tímpanos, insultam, pontapeiam, (inclusive senhoras) extremam-se posições e, por fim, lá se consegue a tão desejada progressão, agora depressiva na expectativa da próxima que poderá surgir ao voltar da esquina a seguir. Sem generalizar, não é lugar comum, mas cada dia há mais.
O turismo é desejável, mas nunca o seu futuro desorganizado. É possível a coabitação saudável de turistas e residentes desde que impere o respeito mútuo.
Surgem novas empresas pretensamente vocacionadas para o turismo, até para o científico, todas são dignas de aplausos, porém a desorganização flagrante, a cegueira do lucro fácil, constituem motivo de preocupação. Vender gato por lebre, ou comprar férias no paraíso, trás repercussões negativas a breve trecho, que ninguém modera ou acautela relativamente ao futuro turístico regional. Abram alas e siga a festa, vamos alugar as ilhas, exportar nevoeiro, manuais para turistas pedestres, viver para o Vaticano, subsistir de alugueres, e rezar terços em harmonia com o orgulho da fé(zada.)

Vítor Jorge
13/07/2016

ZAPPING À FLA

Queixa-se a FLA de um clima de medo instaurado na região que limita, segundo a mesma, a representatividade em todas as ilhas, assim como a participação pública das populações em qualquer evento desta organização separatista, e criminosa, que promete fortalecer e extremar posições no terreno em parceria com associações independentistas Europeias, entenda-se americanas.
É de bom tom conter os excessos de testosterona, até porque o Rambo e quejandos já passaram à história, as façanhas bombistas, os ataques covardes ao património, e as mariquices pseudo guerrilheiras também. A cobardia continua igual a quem a pratica, porém os cenários mudaram, o risco é por demais elevado aos agitadores da discórdia e da guerra.
Queremos paz e prosperidade.
O que à FLA não interessa, é o facto da não representação do desejo íntegro do povo Açoriano, que nunca representará, defendendo com unhas e dentes exclusivamente as elites capitalistas, ou sejam: eles próprios.
A FLA acredita que o produto do pescado nos mares da região basta à sua total autonomia financeira, acrescida da lavoura, derivados, turismo, alguns artesanatos, uns pózinhos de perlim pim pim, e das restantes misérias em que vive o povo destas ilhas.
As grandes propriedades privadas continuarão pertença dos dois ou três que sempre as dominaram, dominam, e continuarão a dominar com mão de ferro a escassa indústria e economia financeira Açoriana.
Se a riqueza dos mares Açorianos, a sua lavoura, indústria, e lavoures, nunca tiraram o povo da miséria, tem a FLA a solução milagrosa das gestões na rica imagem do Santo Cristo? Ou será que nas sujas mãos dos judeus agiotas que detém e mantém as únicas grandes fortunas seculares destas ilhas à custa da exploração vergonhosa deste povo? Emigrantes Açorianos bem sucedidos ( os que bateram de cabeça no el dourado) em território americano constituem os principais financiadores da FLA. Estarão dispostos ao regresso e a enterrar as suas gordas fortunas nos Açores? Em troca de quê? Nem mortos! Pretendem estes púdicos falsos salvadores dos Açores a anexação há sua querida pátria americana, com a finalidade única da manipulação, engordar o seus próprios impérios financeiros, uma fórmula suez de escravidão premeditada com comando à distância.
Os números de aderentes à causa independentista é visivelmente manipulado, não vai além do milhar de pessoas, com IVA, e por grosso, o que na realidade lhes preenche as "estatísticas" são os emigrantes que na sua larga maioria pretende cuidar da sua vidinha honestamente. Pessoas simples, instrumentalizadas na falsa crença do milagre que nunca existiu, nem existirá, simplesmente porque prevalecerão os outros que não vão em charopes independentistas destes curandeiros vendidos e vencidos desde sempre e para sempre. O falso argumento dos independentistas da FLA intenta a ideacão paranoide que Portugal não sobrevive sem as regiões autónomas não tem qualquer conotação com a realidade, antes pelo contrário, são as regiões autónomas que nunca se bastaram a elas próprias, dependendo dos orçamentos de estado do governo português, financeiramente, como é de domínio público! A origem do povoamento destas ilhas foi essencialmente portuguesa, uma razão mais do nosso orgulho português, aliás somos todos migrantes e emigrantes. Como pretende a FLA não somos um povo de Atlantes saídos das águas da lagoa das Sete Cidades, eis a diferença abissal que nos separa, somos e seremos para sempre Portugueses. Se a própria autonomia regional é uma farsa centralizada apenas numa ilha, como pretende a FLA anexar as restantes oito, como apregoa, em igualdade harmónica e "democrática", coisa que nunca foi nem será possível. O polvo sempre teve casa própria na ilha de S. Miguel, será sempre a partir de lá que estenderá os seus tentáculos usurpadores num interesse único e sempre que assim o entenda e convenha, porém sob a alçada da FLA a mais valia das "ilhas de baixo" seria um enorme lençol azul e branco com o símbolo da águia (não Açor) a arrochar oito ilhéus a desfraldar ás ventanias no ponto mais alto dos mesmos para a foto simbólica dos satélites da NASA. Grande orgulho Açórico o destes separatistas Cicoples! Estes deuses Gregos vivem no propósito passado e presente da exaltação do seu próprio ego e interesse, sem outra fórmula, despojada de qualquer virtuosidade pessoal, legal ou democrática. O SIS ( Serviço de Informação de Segurança) segue esta organização criminosa de perto, e bem, a única que deveria ser erradicada em definitivo de solo Autonómico. Fica-lhes bem os governos sombra em terras do tio Sam, ou outras, entre faustos banquetes e vivas à estupidez, que lá não tem limites, aqui tem, porque somos um povo de razões patriotas e honestidade inabaláveis.

Vítor Jorge

Exemplo da falsa valentia dos independentistas:

"Fontes próximas das chefias militares portuguesas garantem que a Marinha portuguesa desenhou um plano, e está preparada, para a invasão do mar dos Açores, caso ocorra uma proclamação unilateral do mar dos Açores como açoriano. Segundo as mesmas fontes, estudos científicos provam que uma percentagem significativa do mar dos Açores são lágrimas de Portugal, o restante sendo composto por sangue do tempo do tráfego de escravos e suor do trabalho roubado pelo colonialismo português."

Comentário ilustrativo

"uma reunião com o Trump ou com o Jinping  e queria ver esta força toda !!! marinha de merda !!!!!!"

MAR PROIBIDO

O maior erro de todos os governos, de todos os tempos, foi e será sempre a legislação de leis proibitivas e punitivas que incidem directa ou indirectamente sobre os mais pobres e carenciados. Sob a égide de "nobres" pretestos limita-se, proibe-se, extrapola-se, sempre visando os mesmos, sem escrúpulos dos danos causados às maiorias favorecendo inequivocamente as minorias. Este governo regional dos Açores não foge à regra, e pior, debita leis absurdas, sem sentido nem gota de respeito para com as tradições do seu povo, menos com as suas necessidades de subsistência nas mais variadas áreas, no caso presente, a pesca "no calhau", pomposamente chamada de lúdica. Primeiro foi a interdição da doca da Horta, sob pretextos desconexos.
Desde a sua construção ali viveram na melhor das harmonias movimentos de navios, aeronaves, etc. em alta escala, ( inexistente na actualidade)com o pobre que após um dia de árduo labor capturava algum peixe para suprir as necessidades alimentares das suas famílias que o magro salário não podia suster. Hoje como ontem as condições sociais não são favoráveis, aos mesmos de sempre com a agravante do elevadíssimo número de desemprego, salários miseráveis, reformas de fome visíveis, que a vergonha remete para "o calhau" na busca quiçá da única refeição do dia, negar-lhes essa única hipótese é o que este governo está a tentar implementar fazendo tábua rasa das realidades.
Para a concretização das proibições, faz-se valer este governo regional de um ror de nulidades, para justificar fins. A saber: motivo invocado, a proteção de áreas consideradas viveiros, de muitíssimas espécies piscícolas, e bem, segundo parecer do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, solicitou ao Clube Naval da Horta parecer sobre o assunto, e para não ficar com as vastas mãos abanando, introduziu a autoridade marítima, e o seu consórcio regional Portos dos Açores S.A..
Os factos:
Os erros mor dos cientistas continuarão sendo os mesmos de sempre: concluir após os factos consumados. Onde estavam eles quando os atuneiros faziam e fazem isco entre os calhaus?! Não os vimos quando da atribuição de licenças de mergulho e a sua consequente delapidação diurna e noturna dentro desses viveiros naturais capturando tudo o que mexe entre os calhaus em escassos centímetros de água?! Desapareceram quando grupos de turistas de mergulho altamente equipados se lançam à água nos ditos viveiros, fazendo o mar em sangue para a fotografia dos troféus?! O elevadíssimo grau de poluição das nossas águas que vem desde muito a ameaçar os fundos marinhos e consequentemente as espécies não seria objecto de profundo estudo científico e combate emergente ?! Que qualidade de pescado ingerimos?! (os que tem possibilidade financeira de compra).
Muitíssimas questões nesta área da investigação científica continuarão sem respostas objectivas e esclarecedoras da população em geral, porque inconvenientes a uma governação que zela ciosamente os seus interesses, e dos industriais, castigando severamente quem mais necessita, e os que mais pagam as tropelias que lhes são impostas sob a fórmula de lei "protectora".
Aliás é visível o desnorte, quando se solicita o parecer do CNH sobre a aplicação das proibições de pesca lúdica. Não reconhecemos a esta entidade qualquer tipo de poder representativo da população Faialense, logo, a sua total nulidade em qualquer parecer desta natureza, por ser um clube com associados que tem dinheiro para pagar cotas. Repetimos não representam o povo que deveria ser ouvido por métodos democraticamente aceites. A cereja no topo do bolo vem com a consórcia Portos dos Açores S.A. entidade que não deve ser vista nem achada nesta questão, porém como se trata de um erro gravíssimo, mais um menos um, igual a zero.
Antes de terminar deixamos um desafio ao governo regional, e aos cientistas do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores: provem-nos, com ou sem ciência, que foram os pescadores à cana e anzol que provocaram ou provocam a delapidação piscicola em curso, se o conseguirem provar, tem a nossa garantia de que doravante passaremos à fase da contemplação costeira, queimando simbolicamente as canas linhas e anzóis, para de seguida cair em peso à mesa da assistência social.
Se temos deveres temos direitos como cidadãos Açorianos de pleno direito.
Quando o governo regional dos Açores vende o destino turístico Açores deveria acautelar interesses de todos os residentes. Resultado: vende-se gato por lebre, ou pagará sempre o mesmo que teve a infelicidade de aqui ter nascido. Que orgulho tem um Açoriano em o ser se lhe são proibidos os acessos a uma secular tradição de pesca com cana e anzol. Nenhum argumento o justifica, procurem os verdadeiros culpados e seremos todos felizes à luz dos direitos humanos. Até lá continuaremos a pescar para subsistir, contra tudo e contra todos, nem temos dinheiro para a coima e em consciência tranquilos.
Convém construir mais cadeias! Prisões já temos em excesso.

Vítor Jorge

PRISIONEIROS DA PUBLICIDADE

Um grande técnico publicitário, e meu amigo pessoal, escreveu há alguns anos um artigo para o jornal "A Capital" versando o tema "As NovasTécnicas de Publicidade".
Afirmou que os superlativos já não exerciam influência no público e que ás expressões " óptimo, único, perfeito," se preferem termos atenuados, "relativamente bom, eficaz na generalidade dos casos". Em alguns países, na actualidade, não porque se inspirem na psicologia de massa e sim para resguardar o público de fraudes a lei proibiu os anúncios que aliciavam os ingénuos: "a erva que neutraliza o cancro"; o sal que cura a epilepsia", " a loção que restitui a cabeleireira ..." Hoje diz-se: "eficaz como coadjuvante ... recomendável como complemento da cura ..."
Mas o público se lhe disser-mos demais acredita menos, e dizendo-lhe menos acredita mais; continua, pois, a comprar o sal, a erva, a loção; e o resultado é o mesmo. Submerso no "maelstrom" da publicidade, que lhe reduziu ao mínimo os textos dos publicitários, o leitor sofre, sem a avaliar, esta violência psicológica: "beba, compre, peça, prove!"
Lembro-me dum cartaz de propaganda em Paris onde três ou quatro pedestres apontavam, com uma risada escarninha, um passante trajado de modo ridículo, com o estigma da ideotice na cara. Eis um homem que ainda não viu Phi- Phi, dizia o letreiro, Phi-Phi era uma opereta; e os que ainda não a tinham visto reconheciam-se naquele anormal (como eu) que estava a par dos sucessos parisienses.
Um anúncio que impressiona sempre é o que aparece anulado por dois riscos em cruz. Mesmo quem não lê sistematicamente anúncios, lerá esse.
A perfeição máxima foi atingida pelo anunciante que, sob o título "Saltem estas linhas", dizia: "Não leram o título? Não viram que deviam saltar este trecho? Então porque teimaram em ler? "Se ainda não desistiram, perdem o tempo. É o momento azado para mostrar que são dotados de força de vontade bastante para desistir. Não compreenderam? Basta! Chegaram a meio e ainda continuam. Não sabem resistir à tentação de ler a linha seguinte. Ou resistem? "Não.
Bem dissemos nós.
"Sabem explicar o que lucraram com isso? Nada. Mas vocês procedem como se estivessem enfeitiçados. "Restam poucas linhas. Mostrem que tem força de vontade e parem. "Mas provavelmente são curiosos e perderão tempo, lendo até ao fim. Não é? "Então comprem ... "
Sofre o sistema nervoso comprometido pelas violências, pelos abusos, pelas obsessões da publicidade, cantada musicada, declamada através das ondas do éter, aconselhando o depurativo regenerador da circulação, garantida de artérias de papagaio, e longevidade correspondente. Estava eu a almoçar num restaurante da baixa Lisboeta com este meu amigo publicitário. O dono do local, mais hábil em preparar um "cozido à portuguesa" do que em destrinçar nós psicológicos, mostava-se alarmado pelo letreiro inaugurado pelos seus três concorrentes da mesma rua: "Aqui come-se melhor do que em Lisboa inteira". "Servimos pratos que não os há tão bons em todo o Portugal". "O restaurante onde se come melhor do que em todo o mundo". O pobre homem sabia que não é possível ir além do universo e não via como desbaratar os rivais. O meu amigo, mestre da publicidade, aconselhou: Escreva: "aqui come-se muito melhor que em toda a rua". Nesse ponto intervim eu, que não sou poeta menos técnico de propaganda: Pode fazer uma coisa muito mais simples. Escreva: "Aqui come-se".
Resultou! Para ele, e para mim. Ainda me lembro de ser obsequiado com três almoços grátis, e uma amizade que perdura até hoje, desinteressadamente.

Vítor Jorge 17/07/2016

(Deixo expresso o meu pedido de desculpas aos meus fiéis leitores(as) pelo facto do tema de hoje não ter incluído os nossos doentes, casos do vosso interesse pessoal, animais, etc. Recordo que cada caso é um caso e todos merecem a minha mais empenhada preocupação, excepção para casos específicos com os quais não se identificam. Lamento não ser à double face. À la tienne. Merci.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

À PEDRADA

                    À PEDRADA

Naquele tempo escribas e fariseus trouxeram à presença de Jesus uma mulher surpreendida em flagrante adultério, que segundo as leis de Moisés teria que ser apedrejada como punição do acto. Instaram Jesus a pronunciar-se sobre a questão, mas Jesus não estava para aí virado, escrevia com o dedo na areia, um método inteligente de fugir a questões pertinentes. Porém os tipos, que eram uns chatos do caraças, insistiram, ao que Jesus respondeu: o único de vós que não tiver pecado lance-lhe a primeira pedra, e continuou a escrever com o dedo na areia, talvez a redigir este ou outros erros bíblicos mais tarde impressos por Gutenberg.
A sós com a mulher adúltera Jesus perguntou-lhe se a corja não a tinha punido, ao que ela respondeu negativamente, então Jesus sentenciou: se eles não te castigaram eu também não o farei, e mandou a aflita dama em paz, desconhece-se no entanto se lhe terá recomendado mais recato nas futuras celebrações do corpo. Século XXI, a história repete-se, não com uma mulher, mas com um povo inteiro.
Os escribas e fariseus do governo regional dos Açores, desataram sem dó nem piedade, menos capacidade governativa, a lançar pedras por tudo o que é sítio e recanto: novo matadouro da Horta, placas, plaquinhas, plaquetas, e outras coisas de tretas, enquanto o essencial, o fundamental se degrada no tempo, por ter sido escrito na areia das cabeças que lhes deram o voto solene. Para progredir à que concretizar cada área, começar não acabar é o ponto de desordem deste governo regional. Cito apenas algumas áreas: Saúde e Coesão Social, Educação e Empregabilidade, Inovação e Investigação, Economia Tradicional, Economia Emergente, Qualificação da Democracia, Crescimento Sustentável e Coesão Territorial, Projeção Externa dos Açores, Atractividade Regional, Reforma de Autonomia. Apenas estes pontos sugeridos no boletim do governo regional "Prestar Contas". Nenhuma destas áreas governativas está condignamente actualizada em consonância com as realidades e necessidades do povo Açoriano.
Consolidar responsavelmente cada uma delas é o mínimo exigível num processo democrático comprometido para com o eleitorado. O povo sofre as consequências graves destas "meias de leite" simultaneamente alvo do lançamento de intensa e perfeitamente dispensável chuva de pedras como punição anacrónica.
No parlamento, e fora dele, há vozes coerentes que insistem e persistem na regulamentação democrática deste desnorte. São a voz do povo que sofre as realidades das "passas dos Algarves" que continua comendo o pão que o diabo amassou no silêncio dos medos, de uma subsistência falida de direitos fundamentais onde se arrancam a ferros deveres a uma pobreza que retira da boca para fartar injustiças sociais.
Humanos já não somos! Apenas um número, parte de uma equação matemática esquematizada escrita com o dedo nas areias dos nossos desertos de incertezas quotidianas.
"Coesos e unidos, e preservando a estabilidade social e política, somos capazes de avançar em nome do futuro dos Açores". Palavrões do actual presidente do governo regional dos Açores que ofendem e ferem profundamente todos os Açorianos apedrejados inocentemente, mas com um pecado sem remissão. Votaram PS.

Vítor Jorge
15/07/2016

quinta-feira, 14 de julho de 2016

NEBLINAS & TURISMO S.A.

NEBLINAS & TURISMO S.A.

Esta asfixiante e intermitente neblina em pleno mês de Julho, faz-me dor de cabeça. Abro as janelas, para as fechar imediatamente a seguir. Temo que a réstea de verão que sobra dentro destes quartos se escape. Saio para a rua, a impiedosa neblina não permite que o meu olhar ultrapasse os dez metros, outras vezes, nem tanto.
Apoio os braços na janela da bruma, penetro como uma flecha na densidade asfixiante e depressora da bruma plumbea: o azul suave, a carícia do sol invadem-me, ergo esta orgia de sentidos nos meus braços, como se ergue um afogado para o transportar a terra firme, um tremor de emoção, contemplo o universo, pior melhor, não sei, respiro sol, azul, daria metade da minha vida por este tónico natural que ora me fortalece. Talvez não tenha sabido olhar, tenho os meus olhos apagados pela neblina, sou um cego honesto.
Não acreditem que os meus dedos me transmitem a paz roçando o pontilhado dos caracteres Braille, nas minhas leituras e preocupações sociais, o desassossego anula a estúpida tranquilidade que oferece a posse sem lutas, a persistência da densa bruma continua sendo um arpão na esperança democrática destas ilhas Acóricas.
Vislumbro além das neblinas: o povo que se bronzeia da densa névoa, aplaude de pé o progresso nebuloso à boleia das neblinas protectoras em que se firma evanescente. A espessa densidade de fog cativa turistas! Quem diria! Tantos, que entopem as ruas dificultando o trânsito automóvel. Delicadamente imobiliza-se a viatura, sem progresso chega-se tarde ao emprego, ás necessidades de quem pretende suprir a existência. Nada! Ninguém se move um milímetro.
Por vias da lógica as viaturas automóveis vem equipadas com uma buzina que obrigatoriamente se faz soar mínima e delicadamente em fá sustenido para não quebrar o enleio e felicidade de quem amávelmente nos visita. Estala o verniz, o caos, os visados entendem que pagaram o silêncio, as ruas, o fog, a ilha inteira. Partem para viatura visada com a agressividade a quem desfacelaram os tímpanos, insultam, pontapeiam, (inclusive senhoras) extremam-se posições e, por fim, lá se consegue a tão desejada progressão, agora depressiva na expectativa da próxima que poderá surgir ao voltar da esquina seguinte. Sem generalizar, não é lugar comum, mas cada dia há mais casos.
O turismo é desejável, mas nunca o seu futuro desorganizado.
É possível a coabitação saudável de turistas e residentes desde que impere o respeito mútuo. Surgem novas empresas pretensamente vocacionadas para o turismo, até para o científico, todas são dignas de aplausos, porém a desorganização flagrante, a cegueira do lucro fácil, constituem motivo de preocupação.
Vender gato por lebre, ou comprar férias no paraíso, trás repercussões negativas a breve trecho, que ninguém modera ou acautela relativamente ao futuro turístico regional.
Abram alas e siga a festa, vamos alugar as ilhas, exportar nevoeiro, manuais para turistas pedestres, viver para o Vaticano, subsistir de alugueres, e rezar  terços em harmonia com o orgulho da fé(zada.)

Vítor Jorge 13/07/2016

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

AS MINHAS PRECES A NOSSA SENHORA


Respeitosamente, não gostaria de deixar passar esta opurtunidade rara da visita da imagem de Nossa Senhora peregrina a esta Ilha Azul, cor do céu, para lhe dirigir publicamente algumas preces que julgo dignas de serem expostas À Sua excelsa benevolência e misericordiosa compaixão. Não peço nada para mim, não me assiste esse direito em consciência, nem padeço de egocentrismo. Peço perdão por não Lhes dirigir as minhas preces de joelhos, mas sabe, aquela questão do reumático que me dificulta as genuflexões continua em crescendo, pelo que forçadamente terei que ficar ereto, como as árvores, que conheceis muito bem .
Senhora, permita-me iniciar as minhas preces que desejo e suponho que atendereis na Vossa infinita misericórdia : peço-vos perdão pelos "tremeliques" sofridos durante a vossa viagem a bordo da Sata, mas sabe, é também esse o nosso martírio (só temos esta). Perdoai Senhora a quantidade e a qualidade de todos aqueles que participam no cortejo automóvel até esta cidade que como sabeis transportam na mala do automóvel os excessos de petulância e má fé que não lhes cabe nos corações. Tende piedade de todos os que não acompanharam o vosso cortejo por não, possuirem automóvel,  sabe, a correr nenhum chegaria vivo, ainda é longe. Ao passar, dirigi os vossos misericórdios olhos para o estado das nossas estradas e ambientes circundantes, Vós sabeis, tal como eu, que sereis conduzida pelas artérias mais apresentáveis numa manobra digna da Vossa passagem, porém dignai-vos olhar para a rua Consul Dabney que é o espelho fidedigno de todas as outras: as crateras tapadas com alcatrão a frio e à "sapatada" tem a duração de um dia ou horas, se chover nem isso, o povo que percorre diariamente essas ruas ou pseudo estradas para os seus parcos empregos, não ganha para suspensões e amortecedores das suas viaturas, e são poucos os bem-aventurados que possuem jipe todo o terreno, neste item suplico Senhora, cravai bem fundo a vossa espada de justiça nos corações dos responsáveis por esta injustiça que pagamos com o suor dos nossos rostos, e que decerto vos acompanharão no vosso cortejo. Olhai misericordiamente para os condutores de veículos deste pequeno burgo, que não exitam em parar a viatura para pôr a conversa em dia, tomar café, ir à padaria etc. sim esses mesmos que certamente fazem parte do vosso cortejo, dai-lhes Senhora a capacidade de perceberem que interrompem o trânsito, e que atrás deles estão  pessoas com pressa ocupadas com a sua vida exigente .Tende piedade dos pobres, Vós sabeis quantos, visíveis e invisíveis, dos desempregados vergados sob o mesmo peso da injustiça e burocracia consentida por quem nos governa, aqui na terra, cravai de novo a vossa espada da justiça social  nos seus corações de pedra. Já nesta cidade, vê-de com os vossos santos olhos, a falsidade, a idolatria, as lágrimas de crocodilo, os falsos profetas, os sofistas, os falsos pobres, facínoras, fanáticos, egoistas, golpistas, e tantos outros que suprimi da lista afim de não Vos sobrecarregar a agenda, a Vós que tudo sabeis suplico da Vossa sábia justiça o que em Vosso supremo entender merecem. Dirigi Senhora o Vosso santo olhar para a nossa doca vazia da presença deste povo, nascido e criado ali, e que cérebros doentes de ideotice proibiram o seu acesso, suplico-vos que lhes retirais a anomalia de que padecem afim de ser derrubado o muro da vergonha que nos separa do que é nosso por direito. Iluminai as mentes do nosso povo, retirai-o do comodismo e conformismo de que padece, e dai-lhes voz para clamar a justiça que pregais na Vossa bem aventurança. Tende piedade das beatas, beatos, que nos envenenam o sangue, e que constituem um fulcro de poluição de difícil erradicação secular.  Senhora Magnífica, não permiteis que os Vossos ministros insistam em espoliar as mentes do vosso povo com a tradicional tendência politica direitista, todos fomos paridos em dor ninguém é  mais que ninguém ao vosso Santo olhar, permiti que sobrevivamos em igualdade e justiça, tambem somos filhos da mesma justiça. Ou não? Fico indeciso, na minha infância obrigaram-me a rezar a seguinte oração : "livrai-nos Senhora de Fátima dos comunistas e terroristas, se a fome vier é a Vossa infinita vontade, tende piedade de nós, amém"! Vivi, envelheci, e aprendi, que esta bendita oração benificiava um regime de terror e miséria. Hoje os tempos mudaram, não mudou a mente dos opurtunistas e corruptos que tem conduzido esta "Vossa Pátria amada" ao caos económico e de novo ao terror da fome e da pobreza. Dignai-Vos Senhora partilhar com os desamparados o rico pecúlio do Vosso Santuário, não permiteis que continue a engordar o banco do Vaticano, enquanto dentro de portas se passa fome. Compreendo que depositar dinheiro nos Bancos Portugueses não é seguro, doar aos que precisam Vós sabeis que é um investimento segurissimo, tomai essa nobre atitude expulsando os Vossos administradores que não diferem em nada dos restantes colegas de profissão.
Suplico-vos piedade para com os escoteiros, não permiteis que as criancinhas sejam vítimas inocentes do faz de conta, do elitismo xenófobo, e da falsa ilusão de missão que não cumprem, nem digna da tão apregoada e desejada unificação humana de paz concórdia, e compromisso activo e constante com o meio ambiente. Vós sabeis a verdade, tomai-a no vosso Sagrado coração e eliminai do nosso convívio pecados tamanhos.
A terminar, desejo-Vos que a estadia nesta Ilha azul alegre o Vosso coração de infinita bondade ; na vossa partida inundai os corações deste povo de espírito participativo, reivindicativo, no amor pelo próximo e pela igualdade unificadora do bem estar a que todos temos direito de liberdade escorreita.
Saudo-Vos respeitosamente.
Amém !

(texto de oração pessoal e colectiva protegido por copyright)
O autor não utiliza o acordo ortográfico por questão patriótica.
Este blogue é um espaço livre, se lhe aprover comente com o mesmo espírito, é sempre bem vinda(o) se vier por bem!

O ESCOTISMO NÃO DEVERIA EXISTIR

O escotismo algumas vezes tornou-se controverso,tanto na América do Sul como por movimentos de resistência nacionalista na Índia. O escotismo foi introduzido naÁfrica por militares britânicos como um instrumento de domínio colonial, afim de legitimar a supremacia do Império Britânico nos lugares conquistados. Entre uma das críticas ao movimento criado por Baden-Powell está na não-permissão de jovens homossexuais nos grupos. Também sofreu críticas ao longo dos anos por não permitiram ateus no movimento, embora em alguns países como os Países Baixos e Suíça tenham permitido a entrada de jovens ateus no escotismo.

O escotismo foi proibido em todos os países comunistas, na maioria dos países fascistasno século XX, e alguns países de regime totalitário até hoje, como o Afeganistão dentro doTalibã, Malawi e Irã. A URSS baniu o escotismo em 1922, criando um movimento adaptado chamado Organização Pioneira da União Soviética. Durante a Segunda Guerra Mundial,o escotismo foi banido da Alemanha,Itália,Japão,Hungria e Romênia. Em contrapartida,o ditador alemão Adolf Hitler criou a Juventude Hitlerista. Benito Mussolini criou a Balilla. O governo romeno criou a Străjeria. não existem organizações escoteiras em Cuba,Coreia do Norte,Laos,Myanmar e na República Popular da China, exceto nas ZEE.

Algumas pessoas,como o jornalista Roberto Porto, que já foi escoteiro, acusam o Movimento Escoteiro de ter como o objetivo principal tornar os membros do movimento futuros maçons. Outras pessoas consideram os ideais escoteiros "ultrapassados","fora de moda", segundo o mesmo jornalista. O escotismo sofre críticas de defensores dosdireitos dos animais por incentivar a tortura e morte de animais em testes de sobrevivência na selva.

Gabriel Baltazar 

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Um comentário:

Jonheiny Alves6 de maio de 2013 04:58

O motivo pelos quais o movimento escoteiro foi proibido nos países comunista envolve por grande parte o envolvimento dos ingleses e americanos na inserção do Mov. Escoteiro na formão capitalista e na contra revolução! Mas já existe a indicação de que a região escoteira da Venezuela venha a atuar na formação da nova região de Cuba! 

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

AS MINHAS NOTAS DIÁRIAS NO FACEBOOK

HOJE , bem cedinho cruzei-me com um português feliz! Afirmava com convicção que o seu banco mudou de nome: SantanderTottaBanif, e exibia triunfante na mão direita os trezentos euros que cada português tem que pagar como contributo para a vendai do Banif. Perplexo, deduzi de imediato que vou estar um mês sem comer nem beber, e contribuir com cinco euros! "Exijo a devolução da minha dignidade " ! Será esta a frase que constará da minha lápide! 22/12/2015 Hoje, nas asas de uma gaivota solidária percorri o espaço público/proibido da doca da Horta. Em lágrimas escutei o seu lamento de profunda solidão a que foi votada por mero capricho de um governo cego, desconexo e estupidificante na "arte" de legislar. Amiga doca, deixo-te o meu abraço solidário expectante que em breve sentirás o doce sabor dos nossos passos, e o sorriso fascinante das crianças respirando mar e liberdade no cotidiano do todo de uma ilha. 21/12/2015 O meu cão escutou-me hoje com uma atenção incrível, com laivos de humanidade ! 20/12/2015 HOJE , descobri a fórmula mágica de contribuir para que um nosso semelhante sinta a magnificência de ser rei por um segundo: permitir que tome a nossa vez numa fila de espera! 23/12/2015 HOJE: Os dois homens mais justos da humanidade, Jesus e Sócrates, foram condenados pela própria justiça humana! 24/12/2015 HOJE: As certezas que valem a pena são aquelas que temos em cada manhã ! 25/12/2015 HOJE: Um sorriso sincero é uma forma de energia comunicativa. E custa pouco, repetem todos ! 27/12/2015 HOJE: Afim de consolidar a harmonia entre os animais considerados perigosos pela raça humana, seria recomendável que completássemos a educaçao de adultos e crianças, ensinando-os a não confiar em tigres, leões, cascaveis, touros mulas, cães desconhecidos, homens desconhecidos e elefantes. 29/12/2015 HOJE : Os anjos "gigantescos" da actualidade não tem lugar em nenhum céu ou inferno, partilham o nosso pequeno paraíso . 01/01/2016 HOJE : Continuamos a circunscrever os anos aos calendários: nasce morre, renasce remorre. Os anos persistem em ser livres tempos que processam as comemorações fantásticas e complexas num único verbo infinitamente presente no nosso passado. 02/01/2016 HOJE: A incapacidade de guardar um segredo é uma das curiosidades mais singulares de cérebros extravagantes . 04/01/2016 - 7 gostos HOJE : A vida em geral é como a bicha de um hipermercado : lenta, incómoda e cheia de gente insuportável ! É possivel voltar a página ! 06/01/2016 HOJE : Na escasês da memória apregoa-se liberdades que não se possui, aparências estorquidas à ilusão de que tudo é sinal de progresso pessoal individualista. Os homens são tão estúpidos- que uma violência repetida acaba por lhes parecer um direito. Receio que o uso bárbaro destas atitudes se difunda neste fenómeno recessivo de que padece a humanidade! 11/01/2016 HOJE : A tendência do eleitorado continua na eleição de um pobre diabo num pequeno Creso! A fórmula do sucesso é a mentira, a fachada, renunciar ao necessário, mas exibir smoking impecável é apanágio de politicos desconexos. Tratando-se de gritar, a multidão berra tudo que o primeiro estúpido lhe puser nos lábios! Não me preocupam as multidões, preocupa-me a estupidez descarada com que  manipulam e enganam. Nas próximas eleições presidenciais exercite um pequeno esforço mental no momento de colocar a cruz da sua escolha, é essa mesma cruz que vai carregar durante os próximos anos. Que seja suave, democrática, e justa para todo o povo português ! 12/01/2016