quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O que o papa não disse

O que algumas religiões dizem sobre o destino dos animais após a morte? http://www.megacurioso.com.br/religiao/57700-o-que-algumas-religioes-dizem-sobre-o-destino-dos-animais-apos-a-morte.htm

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Consumismo

O impeto irracional de compra devasta natureza e amplia desigualdade. Mas é alimentado pela ideia de que mercadorias suprem vazios existenciais O trânsito insano nos grandes centros urbanos, a excitação provocada pelas luzes e decoração das cidades, filas enormes no estacionamento dos centros comerciais e a imposição da compra de um número quase sem fim de presentes: para familiares, amigos secretos ou simplesmente conhecidos. Fico pensando no real significado da data, de fechamento do ano e de um ciclo. Será que estamos comemorando o Natal de forma sustentável, com tanto desperdício de comida e embalagens, amontoado no dia seguinte às comemorações? Será que passamos valores humanos para as crianças ao comemorar um Natal em que o presente é o mais importante da festa e as cartas endereçadas ao bom velhinho trazem listas sem fim de brinquedos e eletrónicos – objetos de desejo das nossas crianças desde a mais tenra idade? Consumo consciente versus consumismo. Esse talvez seja o maior desafio que a contemporaneidade nos reserva: como consumir de forma mais consciente e crítica, principalmente em épocas como o Natal, quando somos atravessados e impelidos a consumir em excesso? Não podemos negar que o consumo faz parte do nosso cotidiano. É um factor importante no processo de desenvolvimento económico, pois aquece o mercado e a produção, gera lucros e empregos. Mas, quando recebe o sufixo ismo essa prática, tão trivial no nosso dia a dia, transforma-se em doença. Oneomania ou compulsão por comprar é hoje um fenômeno que acomete uma grande fatia da população mundial, a maioria mulheres, segundo dados científicos recentemente apurados. Um alerta, porém: atualmente o consumismo não é tido como doença. É um hábito e estilo de vida, aceite na nossa sociedade desde a infância não só pelo estímulo incansável do mercado, mas também pela enorme pressão social que nos convida a consumir sem reflexão. Mais do que um hábito, o consumismo hoje agrega valor ao indivíduo. E aí vale a reflexão: que valores são esses que estamos transmitindo às crianças? Hábitos consumistas e valores materialistas que priorizam o ter em detrimento do ser, o individual acima do coletivo, a competição ao invés da cooperação. Facto que fica evidente no documentário de 2008 "Criança, Alma do Negócio", da directora Estela Renner, numa cena surpreendente em que somente uma em cada dez crianças diz preferir brincar a comprar. O estilo de vida consumista coloca-nos, portanto, questões sérias e urgentes. A primeira é de ordem ética e moral: 20% da população mundial consomem 80% dos recursos naturais, ou seja, poucos consomem muito, enquanto a maioria passa por privações. Num país como Portugal, que tem uma desigualdade social enorme, esse fator agrava-se contribuindo para o aumento da pobreza e da violência. O segundo ponto diz respeito às questões ambientais, pois sabemos que os recursos são finitos e relacionamo-nos com eles de forma insustentável. Por fim, não podemos deixar de mencionar os impactos emocionais que esse estilo de vida impõe aos sujeitos contemporaneos que crescem acreditando na posse e oferta de objetos como sinónimo de felicidade e demonstração de afeto. Se antigamente os nossos elos sociais se davam por instâncias claras como espiritualidade, família e escola, hoje precisamos adornar os nossos corpos para nos fazer visíveis e assim sermos reconhecidos e aceites como membros da sociedade. O consumo transformou-se em passaporte para obtenção de cidadania, proporcionando ao sujeito visibilidade social. Bens e serviços funcionam como ingresso de trocas sociais e afetivas. A cultura do consumo, na qual estamos todos inseridos, mercantilizou dimensões sociais e datas comemorativas. Mas consumir pode significar extinguir e destruir, portanto precisamos mudar nossos próprios hábitos de consumo, assim como passar valores menos materialistas às nossas crianças, para que nas suas cartas de Natal peçam algo além de objectos. O meu pedido vai aos adultos cuidadores de crianças, sejam eles pais, avós ou educadores. Será que juntos não conseguimos lutar contra esse convite exagerado ao consumo, e realizar festas de final de ano que envolvam outro tipo de troca – que não somente a de presentes? Talvez assim possamos subverter a ordem estabelecida do consumismo desenfreado e exercitar o desapego. E encontrar uma forma mais sincera de fechar nosso ano com menos dívidas e mais afecto. Boas festas!

Papa Francisco afirma que todos os animais vão para o céu

http://portaldodog.com.br/cachorros/noticias/papa-francisco-afirma-que-todos-os-animais-vao-para-o-ceu/

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

MONARQUIA P.S.

26 NOVEMBRO 2014

As monarquias ainda são um fenómeno privilegiado em muitos países do mundo pelos súbditos que as desejam manter a expensas próprias. Com cada vez menos poder e representatividade política, conclui-se que não servem para coisa alguma, ou melhor, dão prejuízo . Portugal e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira vivem numa República descaracterizada, maltratada e vilipendiada, mantendo ainda o nome de república (quantas vezes das bananas) . Nos Açores, os nossos (des)governantes P.S. tomaram a decisão empirica de instaurar uma monarquia com todos os privilégios da realeza actualmente designada por bois, desculpem os leitores Boys, termo inglês ridículo sem sentido na língua dos patriotas portugueses. Instaurada a monarquia, de imediato a nomeação de condes, marqueses, alcaides, senhores do tudo e do nada ou sejam os tais de bois , perdão Boys (irra) . Na presente monarquia os títulos honoríficos foram meticulosamente escolhidos não fosse algum desatar aos berros e às marradas ; assim nomeou-se o conde dos mares e ilhas , com gordurosas mordomias quando na realidade nem conhece as características da água da torneira muito menos os ilhéus das formigas. Está mal ! Entrega-se ao marquez o estatuto de senhor administrador todo poderoso da produtividade, quando na realidade não sabe produzir coisa alguma . Está péssimo! Enquanto se distribuem títulos honoríficos e cargos de altíssima responsabilidade a condes e marqueses numa dinastia sucessória, a plebe vive as ruas da amargura deambulando de "canudo" nas mãos na busca incessante de uma oportunidade de emprego no desejo intrínseco de mostrar os seus valores e conhecimentos adquiridos a expensas próprias e atestados por universidades e instituições credíveis que em monarquia valem muito menos que um sabugo . O rei vai nú mas tem o poder e a glória.
São estes cus de Judas das monarquias modernas que ditam abulias de dimensões catastróficas na senda do progresso.
A um vulgar ladrão dá- se o pomposo nome de corrupto e se por mero acaso é preso diz-se detido para averiguações, que um advogado dos caros se encarrega de provar a " inocência" e devolver o mesmo à sua profissão de ladrão. Aconselho a toda a plebe Açoreana que vive na amargura e depressivo desalento, não tem emprego nem perspectivas, que se inscrevam  membros o mais urgente possível nesta monarquia "rosa", e quiçá se abra alguma porta. Claro que terão de lamber muitas botas, e cheirar umas quantas bufas pestilentas da praxe,com persistência e poder de encaixe quiçá  surge uma destas promoções compensatórias. Como bónus poderá ainda renomear por sucessão familiares amigos e conhecidos até à décima centésima geração de parentesco. Caso opte por oferecer resistência ideológica, terá de comer as sobras dos porcos de engorda ,se as encontrar. Eles comem tudo!
A desumanidade e as injustiças sociais encontram nesta gestão monárquica monopolista o alento para uma corrupção de valores humanos com resultados nefastos e imprevisíveis numa sociedade que se ergue diariamente numa cruzada de esperança e sonhos desfeitos, acreditando que a igualdade de oportunidades são o motor do progresso e da democracia. O breu da noite devolve ao sonho a realidade numa anarquia de favores a quem nunca os mereceu .
Não se nota, mas sou republicano convicto!

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright) o autor não utiliza o acordo ortográfico ensaiosobrealucidez53blogspot.com

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domingo, 23 de novembro de 2014

Espelhos (Eduardo Galeano)

11 NOVEMBRO 2014

 "Espelhos/ Uma história quase universal" (extractos), de Eduardo Galeano 26-Abr-2008 Passagens escolhidas do livro "Espelhos/ Uma história quase universal", de Eduardo Galeano, que será publicado em breve. "É algo assim como uma história universal", explica o autor: "Confesso que sucumbi à tentação de contar alguns episódios da aventura humana no mundo, do ponto de vista dos que não apareceram na fotografia." Publicado originalmente no site da Carta Maior. O herói Como teria sido a guerra de Tróia contada do ponto de vista de um soldado anónimo? Um grego a pé, ignorado pelos deuses e desejado apenas pelos abutres que sobrevoam as batalhas? Um camponês armado em guerreiro, cantado por ninguém, por ninguém esculpido? Um homem qualquer, obrigado a matar e sem o menor interesse de morrer pelos olhos de Helena? Teria pressentido esse soldado o que Eurípedes confirmou depois? Que Helena nunca esteve em Tróia, que somente a sua sombra esteve ali? Que dez anos de matanças ocorreram por uma túnica vazia? E se esse soldado sobreviveu, o que lembrou? Quem sabe. Talvez o cheiro. O cheiro da dor, e simplesmente isso. Três mil anos depois da queda de Tróia, os correspondentes de guerra Robert Fisk e Fran Sevilla contam que as guerras têm cheiro. Eles estiveram em várias, sofreram-nas por dentro, e conhecem esse cheiro de podridão, quente, doce, pegajoso, que se mete por todos os poros e se instala no corpo. É uma náusea que jamais te vai abandonar. Americanos Conta a história oficial que Vasco Núñez de Balboa foi o primeiro homem que viu, num cume do Panamá, os dois oceanos. Os que ali viviam, eram cegos? Quem colocou seus primeiros nomes no milho e na batata e no tomate e no chocolate e nas montanhas e nos rios da América? Hernán Cortés, Francisco Pizarro? Os que ali viviam, eram mudos? Os peregrinos do Mayflower ouviram: Deus dizia que a América era a Terra Prometida. Os que ali viviam, eram surdos? Depois, os netos daqueles peregrinos do norte apoderaram-se do nome e de todo o resto. Agora, americanos são eles. Nós, que vivemos nas outras Américas, o que somos? Fundação dos desaparecimentos Milhares de mortos sem sepultura deambulam pela pampa argentina. São os desaparecidos da última ditadura militar. A ditadura do general Videla aplicou em escala jamais vista o desaparecimento como arma de guerra. Aplicou, mas não inventou. Um século antes, o general Roca utilizou contra os índios esta obra prima da crueldade, que obriga cada morto a morrer várias vezes e que condena os seus queridos a ficarem loucos perseguindo sua sombra fugitiva. Na Argentina, como em toda a América, os índios foram os primeiros desaparecidos. Desapareceram antes de aparecer. O general Roca chamou de conquista do deserto a sua invasão das terras indígenas. A Patagónia era um espaço vazio, um reino do nada, habitado por ninguém. E os índios continuaram a desaparecer depois. Os que se submeteram e renunciaram à terra e a tudo, foram chamados de índios reduzidos: reduzidos até desaparecer. E os que não se submeteram e foram vencidos à bala e golpes de sabre, desapareceram transformados em números, mortos sem nome, nos comunicados militares. E os seus filhos desapareceram também: distribuídos como saque de guerra, chamados com outros nomes, esvaziados de memória, escravos dos assassinos dos seus pais. Pai ausente Robert Carter foi enterrado no jardim. No seu testamento, pediu para descansar debaixo de uma árvore de sombra, dormindo em paz e escuridão. Nenhuma pedra, nenhuma inscrição. Este patrício da Virgínia foi um dos mais ricos, talvez o mais, entre todos aqueles prósperos proprietários que se tornaram independentes da Inglaterra. Apesar de alguns pais fundadores dos Estados Unidos terem má opinião sobre a escravidão, nenhum deles libertou os seus escravos. Carter foi o único que desacorrentou os seus 450 negros para deixá-los viver e trabalhar segundo a sua própria vontade e prazer. Libertou-os gradualmente, cuidando que nenhum fosse lançado no desamparo, setenta anos antes de Abraham Lincoln decretar a abolição. Esta loucura condenou-o à solidão e ao esquecimento. Deixaram-no sozinho os seus vizinhos, os seus amigos e os seus parentes, todos convencidos de que os negros livres ameaçavam a segurança pessoal e nacional. Depois, a amnésia colectiva foi a recompensa pelos seus actos. A Justiça vê A história oficial do Brasil continua a atrair inconfidências, deslealdades às primeiras revoltas pela independência nacional. Antes de o príncipe português se transformar em imperador brasileiro, houve várias tentativas patrióticas. As mais importantes foram as de Minas Gerais e da Bahia. O único protagonista da Inconfidência Mineira que foi enforcado e esquartejado, Tiradentes, era um militar de baixa graduação. Os demais conspiradores, senhores da alta sociedade mineira, fartos de pagar impostos coloniais, receberam indulto. No fim da Inconfidência Baiana, o poder colonial indultou todos, com quatro excepções: Manoel Lira, João do Nascimento, Luís Gonzaga e Lucas Dantas foram enforcados e esquartejados. Os quatro eram negros, filhos ou netos de escravos. Há quem acredite que a Justiça é cega. Olympia São femininos os símbolos da revolução francesa, mulheres de mármore ou bronze, poderosas mamas nuas, gorros frígios, bandeiras ao vento. Mas a revolução proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e quando a militante revolucionária Olympia de Gouges propôs a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, a guilhotina cortou a sua cabeça. Ao pé do cadafalso, Olympia perguntou: - Se nós mulheres estamos capacitadas para subir na guilhotina, por que não podemos subir às tribunas públicas? Não podiam. Não podiam falar, não podiam votar. As companheiras de luta de Olympia de Gouges foram trancadas no hospício. E pouco depois de sua execução, foi a vez de Manon Roland. Manon era a esposa do ministro do Interior, mas nem isso pôde salvá-la. Foi condenada pela sua antinatural tendência à actividade política. Ela tinha traído a sua natureza feminina, feita para cuidar do lar e parir filhos valentes, e tinha cometido a mortal insolência de meter o nariz nos masculinos assuntos de estado. E a guilhotina caiu de novo. Os invisíveis Em 1869, o canal de Suez tornou possível a navegação entre dois mares. Sabemos que Ferdinand de Lesseps foi autor do projecto, que o paxá Said e os seus herdeiros venderam o canal aos franceses e aos ingleses em troca de pouco ou nada, que Giuseppe Verdi compôs a ópera Aída para ser cantada na inauguração e que noventa anos depois, após uma longa e dolorosa disputa, o presidente Gamal Abdel Nasser conseguiu que o canal fosse egípcio. Quem se lembra dos cento e vinte mil presidiários e camponeses, condenados a trabalhos forçados, que, construindo o canal, caíram assassinados pela fome, a fadiga e a cólera? Em 1914, o canal do Panamá abriu um talho entre dois oceanos. Sabemos que Ferdinand de Lesseps foi autor do projecto, que a empresa construtora faliu, num dos mais estrondosos escândalos da história da França, que o presidente dos Estados Unidos, Teddy Roosevelt, se apoderou do canal e do Panamá e de tudo o que encontrou pelo caminho, e que sessenta anos depois, após uma longa e dolorosa disputa, o presidente Omar Torrijos conseguiu que o canal fosse panamenho. Quem lembra dos operários antilhanos, indianos e chineses que caíram construindo o Canal? Por cada quilómetro morreram setecentos, assassinados pela fome, a fadiga, a febre amarela e a malária. As invisíveis Mandava a tradição que os umbigos das recém-nascidas fossem enterrados debaixo da cinza do fogão, para que cedo aprendessem qual é o lugar da mulher, e que daí não se sai. Quando estourou a revolução mexicana, muitas saíram, mas levando o fogão nas costas. Por bem ou por mal, por sequestro ou por vontade, seguiram os homens de batalha em batalha. Levavam o bebé colado na mama e nas costas as panelas e as caçarolas. E as munições: elas encarregavam-se de que não faltassem tortillas nas bocas nem balas nas espingardas. E quando o homem caía, empunhavam a arma. Nos comboios, os homens e os cavalos ocupavam os vagões. Elas viajavam nos tectos, rogando a Deus que não chovesse. Sem elas, soldaderas, cucarachas, adelitas, vivanderas, galletas, juanas, pelonas, guachas, essa revolução não teria existido. Nenhuma recebeu pensão. 

Leia outros extractos do mesmo livro Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores, adaptada para Portugal por Luis Leiria < Artigo anterior Artigo seguinte > [ Voltar ]

domingo, 16 de novembro de 2014

Maldita Burocracia

16 NOVEMBRO 2014
...Crimes Burocráticos

Vivemos na era das ditaduras, se cai um sistema de “governo ditatorial”, um novo governo nada faz para mudar o que está errado, pior, o povo, já cansado de tantas lutas, acredita que realmente mudou. O resultado dessa crença inabalável de que tudo agora vá dar certo, somado à publicidade, interesse de religiões baseadas em princípios fundamentalistas, achando que realmente não é preciso ter sentimento para dar significado às palavras, levam-nos a retroceder no tempo. Cansados de tantas batalhas e lutas do dia-a-dia, os trabalhadores abrem a guarda para mais uma ditadura, a ditadura da burocracia. Para quem não está atento, burocracia é a melhor maneira de roubar uma pessoa. Algumas pessoas acreditam que o que foi assinado deverá ser cumprido, não importando se foram roubadas, mas é para isso que servem os advogados. Se você tiver um bom advogado – o melhor advogado é o advogado que se pode confiar – você terá uma grande possibilidade de não ser roubado, caso contrário, estará nas mãos dos burocratas. Não é tão fácil evitar a burocracia, ela está por toda parte, mas isso não evita a ação dos malandros. Com tanta burocracia, surge até a fobia, pessoas que não suportam ver papéis à sua frente. Pessoas com fobia de burocracia enchem caixas de papéis e faturas durante até um ou dois anos, para depois tentar arrumar. Durante alguns momentos a pessoa tem a brilhante idéia de queimar tudo, logo o pavor toma conta dela: E se algum papel importante for queimado? – pensa. A burocracia é, em alguns casos, totalmente inútil. Pense bem, segundo os especialistas em burocracias – acredite, já temos isso – contas como àgua, luz e telefone, devem ser guardadas durante dois anos. O motivo, segundo esses “consultores”, é que, em caso de alguma falha no sistema, você terá como comprovar o pagamento, evitando dor de cabeça. Tente imaginar uma família humilde que gaste mensalmente vinte e cinco euros de luz – acredite, temos pessoas humildes assim também – essa pessoa guarda os extratos de suas poucas contas durante dois anos, para evitar essa tal dor de cabeça. Se essa mesma pessoa deixar de pagar a sua conta um único mês, receberá o aviso “carinhoso”: “Caro cliente, a sua conta desse mês não foi paga. Caso essa conta não seja paga dentro de trinta dias, o seu abastecimento será suspenso.” Entenderam? – Se faltarem dois pagamentos, o abastecimento será suspenso, mas a “bendita” fatura deve ser guardada por dois anos, para que fique devidamente comprovado o seu pagamento. Lembro quando fui ao Centro de Emprego para fazer o meu primeiro registo, até então eu trabalhara sem registo – e aí de quem denunciasse para o Ministério do Trabalho. A atendente perguntou-me – Onde está a sua carteira profissional , para que eu possa fazer o seu registo. Não tenho carteira profissional – respondi. Mas que tipo de homem é você que não tem carteira profissional ? – perguntou-me ela. Com quinze anos, eu senti todo o peso da burocracia nas minhas costas. Pensei em explicar à mulher que eu só tinha quinze anos, mas senti no seu olhar que a sua intenção não era exactamente discutir o sistema – perdi uma grande oportunidade de emprego. Depois de juntar setenta escudos, fui até o Banco da cidade. A bancária disse-me gentilmente – O mínimo, para abrir uma conta, é cem escudos, meu filho. Concluí que a procura pela primeira conta bancària deveria ser grande, e que eu precisaria juntar mais trinta escudos , caso eu quisesse realizar o meu “grande” sonho "capitalista". Depois de conseguir os cem escudos, voltei ao banco – Você poderia me apresentar o seu BI, por favor? – pediu-me educadamente a bancária. Sem o BI não daria para abrir a conta, mais uma vez o meu sonho seria adiado. O dinheiro do custo do BI canalizei para a poupança. BI – Cadastro de pessoas físicas. Poderíamos chamar também de controle de pessoas físicas, mas eles são covardes demais para assumir. Um amigo meu resumiu tudo assim: Precisamos de identidade para tirar qualquer tipo de documento; precisamos do registo de nascimento para tirar a identidade; precisamos da certidão de casamento dos pais para tirar a identidade, etc. Se a identidade é necessária para tirar qualquer tipo de documento, então porque ela não pode ser utilizada para realizar essas funções, onde se utiliza outros documentos? – A resposta é controle. É através de seu BI e NIF que o Governo controla todo dinheiro que você movimenta, exceto o dinheiro que realmente deveria ser controlado, o dinheiro do OE. Não importa se você só tem quinze anos, se quiser entrar no sistema, terá que seguir as normas, além de ficar preso a elas, naturalmente. Maldita burocracia ! Em consciência sou um claustrofóbico da mesma, por essa razão nego-me a fazer parte desta sociedade burocratizada .

sábado, 1 de novembro de 2014

Sonho Americano?

O SONHO AMERICANO? CONHEÇA 10 FACTOS CHOCANTES SOBRE OS EUA

Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidentais

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1. Maior população prisional do mundo Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.

2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza. Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade económica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países. O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momento mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.

4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade. Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.

5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde. Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temer ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.

6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano. Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.

7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA. Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares. O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.

9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo. Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin. A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satanàs .

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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

JÁ MARCOU CONSULTA ?

16 OUTUBRO 2014

" Os deputados eleitos pelo PS pela ilha do Faial visitam no dia 20 de Outubro a freguesia das Angústias com o objectivo de auscultar as preocupações das pessoas e instituições" . Estarão disponíveis para atendimento na junta de freguesia das Angústias a quantos entendam colocar as suas preocupações ou sugestões entre as 10:30h e as 13:00h ". "Solicita-se que faça a sua marcação pelos telefones ...
Oh senhores deputados, aquando das eleições em que este bastião socialista lhes entregou a vitória não recordo de v.as ex.as terem imposto quaisquer reticências, antes pelo contrário lambiam botas distribuíam sorrisos às paletes num frenesim expectante de uma gorda vitória.
O povo, sempre o povo, fez-lhes a vontade acreditando bem aventuranças que nunca apareceram. Triste povo !
Não é minimamente ético, nem politicamente correta a vossa sobranceria para com este povo que os elegeu.
Ademais convém ter presente que os bastiões também caem e este especificamente está em ruínas e lá se vai o tacho que diga-se em abono da verdade não abundam por estas paragens.
Percorrer as ruas, tomar conhecimento in loco dos gigantescos problemas reais da freguesia com soluções seria o mínimo que se poderia oferecer aos Angustienses angustiados.
Isto não se faz senhores deputados! Como podem v.as ex.as ficar conscientes da realidade desta freguesia fechados num gabinete "atendendo" por marcação? Essa não lembrava ao diabo, mas lembrou a v.às ex.as habituados que estão ao comodismo de não fazer a ponta del corno e o ordenado (miserável) certinho no final de cada mês.
Quantas empresas sediadas nesta freguesia faliram deixando os funcionários com ordenados em atraso e vivem actualmente nas ruas da amargura (não valem estatísticas) ? Quantas pessoas buscam o primeiro emprego ? Quantos vivem no limiar da fome e da pobreza envergonhada quem lhes assiste ? Que valências tem o Hospital da Horta face ao seu custo? O que foi feito pelo ambiente, com contentores de lixo expostos em locar de valência turística exalando cheiros nauseabundos? Qual o estado das vias e respectivos passeios onde diariamente circulam pessoas com dificuldades motoras ?
Qual ... qual nada, dentro do gabinete com as indicações "sábias" do presidente da junta também PS ,conclui-se que está tudo bem, não falta nada e o povo que elegeu v.às ex.as são uns grandessimos pacóvios sem mérito algum. Pessoalmente não faço parte do "leque" da vossa marcação de consultas em virtude de prestar cuidados à minha mãe com doença de Alzeihmer que me absorve todo o tempo, ademais entendo que em democracia são os deputados que se deslocam até ao povo e não o contrário como bem entendem. Basta de desrespeito por quem os elegeu e merece tudo. Demonstrações desta natureza tem barbas brancas salazaristas.
Tirem portanto as vossas conclusões políticas deste acto, que vos sirva de lição, e sobretudo jamais esqueçam que apesar do medo instaurado é sempre o povo quem mais ordena .
Boas jantaradas, e viva o PS.

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright ) O autor não utiliza o acordo ortográfico ensaiosobrealucidez53blogspot.com

terça-feira, 30 de setembro de 2014

PENSÃO DA MORTE LENTA

30 SETEMBRO 2014

Nunca viver pesou tanto como na actualidade ! Motivos, são os mais díspares no cotidiano de cada qual . Quando a doença se associa instala-se a anarquia ficamos perante e à mercê das circunstâncias mais incomuns e desumanas, nunca a vida valeu tão pouco. É aqui que nos damos conta que não somos mais que míseros hóspedes da pensão da morte lenta, onde também se hospedam a burocracia os interesses pessoais, partidários, compadrios etc. num ror infinito de prestação de um péssimo serviço de saúde quando deveria roçar as raias da perfeição. A eterna tendência de culpar governantes e afins não tem neste caso lugar visível, mas outro sim o péssimo hábito de todos conhecido de alguns funcionários que se dão ao luxo de brincar com a saúde pública colocando o doente em fila de espera segundo o grau de amizade, ou outro interesse pessoal . Uma história bem singela, um doente uma marcação de consulta efectuada por familiar (filha) no Centro de Saúde da Horta mês Junho consulta Agosto, adiada para Setembro novamente adiada para Outubro . A "culpa" é do médico que se encontra de férias ! Concordo, então o médico não têm direito a férias? Tem sim senhor, é um direito inalienável previsto na lei vigente, o que já não se encontra em nenhuma lei em vigor são as fórmulas, os sistemas, o compadrio com que são reorganizados os padrões das listas de espera literalmente adulterados pelos funcionários que as elaboram a seu bel/prazer sem um mínimo de consideração e humanidade por quem sofre e não faz parte das suas amizades. O que deveria ser "secreto" neste caso de repúdio, é público os favorecidos falam gabam-se do favoritismo que como afirmei é do conhecimento de todos e quase todos tem sido vítimas passivas desta situação sem que alguém se manifeste com receio de possíveis represálias (que não consigo saber) sem sentido só que o medo mete medo! Por conseguinte pede-se a quem de direito que acabe de uma vez por todas com este flagelo afim de não lesar mais quem precisa e nunca viu os "funcionários mais gordos " mas tem o direito de atendimento digno e igual a todos sem qualquer tipo de descriminação dando assim dignidade ao utente e ao Centro de Saúde da Horta. Até lá continuamos a ser hóspedes da pensão da morte lenta onde as "diárias" são desumanamente dispendiosas só porque alguém assim o entende. Não procuro razões, procuro soluções, não culpo, clamo justiça e humanidade para todos em igualdade de tratamento.

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sábado, 23 de agosto de 2014

vírus americanus

23 AGOSTO 2014

É o mais conhecido da actualidade! Copiado à letra, ampliado, deturpado, é extremamente maléfico para a humanidade menos incauta. Espirre a américa e o mundo inteiro gritará santinha. Faça-se qualquer idiotice na américa e eis que se difunde mundo fora alucinadamente como "moda " obrigatória a seguir. Porquê? Simplesmente porque a américa ainda goza da dita supremacia universal, quando na realidade está de cuecas e cartola.
O povo não distingue e abraça este vírus convicto que está a cometer a maior bravata de todos os tempos só porque estupidamente americano.
O vírus que está na berra e não pode ser mais" chique" é emborcar um balde de preciosa água gelada sobre a cabeça, rir muito, fazer um vídeo da "proeza " estampar com ele nas redes sociais com a legenda (não comes a minha pala) ou seja, à custa de ... nomeia-se alguém que se não o fizer paga um jantar! Especialmente para a juventude que é quem mais adere, tenham consciência plena da burrice do acto do atentado ecológico que o mesmo encerra! Ao invés surge a notícia de que este vírus nascido na america tem em vista fins beneméritos na angariação de fundos para combater uma estranha doença que tem vindo desde a alguns anos a provocar imensas vítimas no mundo. Ser solidário racional é o bem maior da humanidade e por causas justissimas ainda eleva mais o espírito do contribuinte anónimo. Serão necessários baldes de água gelada para despertar consciências ferventes ? Será que este esbanjamento idiota não é uma ofensa sem perdão a tantos povos no mundo que bebem lama morrem de desidratação e doenças graves só porque não tem água? A humanidade consciente solidária não carece de comédias burlescas para contribuir para o que quer que seja, para tanto basta deixar o seu contributo e sair sem ruído para que o som dos seus passos não seja audível. Ademais lembrar porquê e a quem se entrega donativos que por vezes tem a infeliz tendência de servir para engordar contas bancárias de uns tantos espertos sem escrúpulos. Estarei em erro ? Talvez ! Venho de uma época em que a água era um bem sagrado, e agradecia-se com uma vênia um copo desse precioso líquido usado em todas as necessidades diárias mas verificando religiosamente o seu nível para que não falta-se.
Este vírus americanus é por demais patético e atentatório da preservação de um bem tão precioso quanto a água além do perigo que representa para a saúde, o choque térmico . Vamos contribuir todos por causas justas e deixar de lado estas vergonhosas viroses made in usa para além de tudo um desastre para o intelecto . Caramba, os Portugueses são férteis em imaginação mais coerente com os tempos que vivemos vivendo no equilíbrio da corda bamba. Vamos todos preservar a água e a inteligência, ou daqui a nada estaremos a beber água de colonia vichy e a arrotar adidas.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

UM SONHO DE MADALENA

20 AGOSTO 2014

Ela deambula pelo mercado de sonhos.
Os vendedores estenderam sonhos sobre grandes panos vermelhos no chão. Chega ao mercado o avô de Madalena muito triste porque há muito tempo que não sonha. Madalena leva-o pela mão e ajuda-o a escolher sonhos, sonhos de liberdade, justiça social, saúde, paz, asas para voar dormindo, e lá vão os dois tão carregados de sonhos que não haverá noites que lhe cheguem.

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sábado, 26 de julho de 2014

... outros tempos, outra gente

25 JULHO 2014

A humanidade evoluiu vertiginosamente em todas as direções a que se dá o pomposo nome de progresso! Não sou inimigo do mesmo, antes pelo contrário sou apologista ferrenho do progresso desde que o mesmo evolua num sentido benéfico para bem de toda a humanidade! Mas existe um inimigo monstruoso e voraz que tudo altera em benefício próprio, o capitalismo feroz, sempre utilizado na subjugação e opressão dos povos. Actualmente o capital corre (em boa hora) o "risco" de se aniquilar ele próprio, a américa que já foi a maior economia do mundo naufraga financeiramente ! Quem diria! Os americanos emigram em força, destino Basil etc . Que vergonha, os donos do mundo em cuecas enfim, outros tempos, outra gente !
Na Alemanha o que Hitler não conseguiu ao perder duas guerras, conseguiu a Angela Merkel dominando a Europa com a força capitalista a arma mais poderosa conhecida ... outros tempos, outra gente! Fazer tiro ao alvo sobre aviões civis em pleno voo está a vulgarizar-se como desporto de elite num acto terrorista sem paralelo.
A TAP detentora do galardão de companhia aérea mais segura do mundo, e com uma privatização na calha foi acometida de uma repentina caganeira aguda e já se anda a borrar durante os voos, incompetência para uns, desvalorização para outros ... certo é que são ... outros tempos, outra gente !
Na Ucrânia o conflito continua sobre os corpos de milhares sem um fim à vista numa barbárie de cariz nazista ressuscitando Hitler. Todas as guerras tem elevadíssimo grau de injustiça e loucura com o patrocínio de um deus improvável gerador de fanatismos e irracionalidade. No caso presente o conflito Israelo/Palestiniano reacendido de novo por dois povos que alimentam entre si um ódio visceral, com forças no terreno absurdamente desiguais fazem vítimas a esmo vingadas de seguida com mais e mais vítimas num sucedâneo impensável sem qualquer sentido nem respeito pelo ser humano quantos crianças. Sobre esta guerra já se escreveu de tudo, rios de tinta,muitos na tentativa de apagar rios de sangue. A diplomacia e esforços de paz aqui não tem valor algum, por todas estas razões sou levado a emitir uma afirmação pessoal e convicta de que esta guerra entre estes dois povos jamais terá um fim tão desejado por todos os que professam a paz em linha recta. Cabe aqui a afirmação cientificamente aceite de Richard Dawkins no seu livro "A Desilusão de Deus" cito : os ateus são pessoas mais pacifistas e moderadas, os ateus não praticam a guerra,(fim de citação) lá terá os seus motivos ... outros tempos, outra gente!
O mundo na sua progressão industrial fabrica diariamente biliões de toneladas de cânceres que nós compramos afanosamente a preço elevado dando azo a que se continuem a fabricar mais e mais outros tantos biliões de toneladas afim de satisfazer a insane procura, perante esta brutal realidade o que se vê é o encolher de ombros da humanidade balbociando à guisa de justificação, "é pá temos que viver de alguma coisa não é" Talvez sim talvez não, claro ... outros tempos, outra gente !
Os Portugueses ileminaram do vocabulário cotidiano a palavra crise, de facto estava demasiado gasta e sem sentido, substituída de imediato por "pensão da morte lenta" paraíso da ladroagem e banca rota onde ser vigaro compensa 1000% ! O povo anestesiado assiste de bancada impávido e sereno a este criminoso desmantelamento de si próprio, aquilo que já é conhecido e explorado internacionalmente conhecido pelo paradoxo Português ! Os partidos políticos ao seguir a via do "Basta, Fora os Ladrões" estão a ser coniventes com a situação que ora se vive neste país dando um "valioso" contributo para o partido único de direita fascista com as consequências negativas que o mesmo acarreta. Onde estão os grandes líderes de esquerda da política Portuguesa já que as grandes cabeças não interessam para coisissima nenhuma ? Continuar a fazer política improvável e incrédula, vale a pena ? Portugal tem políticos de valor, ou será que já faleceram todos ? Enquanto me interrogo que renasçam mulheres e homens deste país com objectivo único de se assumir perante o eleitorado como alternativa credível unida de fazer face ao desgoverno que grassa e desgraça este país, passar de espectador passivo a lutador activo é o primeiro passo que todos, mas todos, devemos dar no caminho da liberdade justiça social abrindo caminhos que reverterão em favor de quem trabalha dignamente e que mais dia menos dia deixará de receber o pecúlio do seu trabalho que sustenta a família. O dinheiro voou para outras paragens e os cofres tem ar dentro porque ainda não rende dinheiro. Unam-se os movimentos de indignados, que sós não fazem mais que isso, unam-se partidos de esquerda, unam-se todas as forças que desejam a mudança deste país una-se o povo e que o grito de protesto seja um só potente contra os canhões marchar com a força de um país novo vazio é certo mas que se regenerará com o mérito de todos e para todos não esquecendo de limpar meticulosamente a "casa" para que não sobrem vestígios de novas pragas. Se querer e desejar o bem para toda a humanidade for pecado então sou o maior pecador de todos os tempos mesmo tendo em conta que são ... outros tempos, outras gentes !

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sábado, 12 de julho de 2014

GRANDES FESTIVIDADES

12 JULHO 2014

Cultural e recreativo em louvor dos contentores de lixo na Travessa de Porto Pim, Angústias Horta .

CONVITE :

Convida-se o Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, secretários, subsecretarios, e afins.
Presidente da Assembleia Regional dos Açores, e afins. Senhores deputados com assento parlamentar na Assembleia Regional dos Açores, e afins.
Sr. Presidente, Presidente da Assembleia da Câmara Municipal da Horta, e afins. Todos os partidos políticos, seus representantes, e afins. Todos os órgãos da comunicação social locais, nacionais, e internacionais, e afins.
Público em geral.

PROGRAMA :

Desfrute de um panorama paradisíaco desde o nascer ao por do sol contemplando o mar "espelhado" da baía de Porto Pim, com o sempre apetecível cheirinho a maresia, o Monte da Guia e Monte Queimado. Sem dia nem hora marcados.

DIVERSÃO TOTAL

Concursos e campeonatos junto aos contentores de lixo tem como objectivo entradas para o Guiness Book que se fará representar por entidade competente para o efeito : Concurso de tiro às varejeiras Prova de olfactação de cheiro pestilento
Prova de obstáculos na tentativa de não tocar com os pés no óleo de fritura saído dos contentores sem ser atropelado, terminando esta prova com a contagem de metros que os automóveis marcam nas ruas com os pneus resultado do respectivo óleo de fritura
7 (sete) palanques versus contentores de lixo para que os senhores deputados tenham a possibilidade do discurso em simultâneo, não perdendo assim o "bom" hábito da Assembleia.
Prova de capacidade dos utentes na tentativa de saber quem é capaz de encher os contentores com maior quantidade de produtos anti/lixo
Prova de apanha de "beatas" e farelo de serradura
Prova de fotografia numa tentativa de quem consegue captar o maior número de redemoinhos de lixo em suspensão

ARREMATAÇÕES E OBJECTIVOS

Proceder-se-à à arrematação de beatas (algumas fumaveis)óleo de fritura, vidro, cartão e plástico, o dinheiro apurado tem como fim justíssimo a compra e oferta de um fato camisa gravata e luvas de pelica, tudo topo de gama ao sr. presidente desta junta por justo mérito no combate à poluição no átrio do edifício desta junta de freguesia das Angústias.
Arrematação de farelo de serradura (muita embebida em óleo de fritura) com utilidade para afastar caracóis e ratazanas. Com o valor desta arrematação pretende-se adquirir farelo de serradura novinha a ser entregue ao sr. presidente da junta para absorção dos constantes lagos de óleo de fritura
Imperdível palestra proferida pelo sr. presidente da junta de freguesia subordinada ao tema " Como incluir numa zona turística contentores de lixo pestilento e suas múltiplas vantagens atractivas" Politiquices entre partidos politicos locais (oposição) e o interesse dos mesmos em reverter a situação "lixada" ali presente
Canções de todo o mundo interpretadas pelo nosso "grande artista" Mário (cabaça) que percorre aquela rua várias vezes por dia entoando doces melodias que (derretem) o coração mesmo dos mais empedernidos
A comissão tudo fez para que a vossa comodidade fosse total, no entanto, não nos foi possível ultrapassar a questão do Wi Fi da junta de freguesia das Angústias porque o mesmo não funciona

PRÉMIOS

A organização deste fabuloso evento não dispõe de patrocinadores nem de dinheiros para além do pão para a boca do dia a dia, oferecemos a natureza numa paisagem inesquecível e a diversão de sonho dos contentores de lixo que desejamos seja compensatória da presença.

AGRADECIMENTOS

O nosso profundo agradecimento às entidades e público em geral que tudo fizeram para que este evento fosse possível: A todos os Angustienses que votaram na reeleição do sr. presidente da junta desta mesma freguesia sem a qual este evento não seria possível. Ao sr. presidente da junta pela insolubilidade da pertinente questão dos contentores de lixo e imundície na Travessa de Porto Pim, pois se o houvera feito não teria sido possível à organização a realização deste evento.
Ao público em geral, que suja e polui descontroladamente, maioria jovens, sem um mínimo de civismo ambiental. Desejamos a todos a excelência da diversão. Compareçam ! E bem hajam!

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domingo, 6 de julho de 2014

OS "DONOS" DA VERDADE

05 JULHO 2014, 10:55 "Um governo mundial " "Porque é necessário? " "Será que é possível? " "Quem está preparado para governar?" As testemunhas de jeová tem as respostas e as soluções ?!  Mas ... merecerão crédito ? Claro que não, não lhes assiste o dom da verdade nem algo próximo da mesma !          COMO ACTUAM
Passam por nossas casas com persistência e proselitismo.
"O fim dos tempos está a chegar!" / anunciam eles mal lhes abrimos a porta. "Vivemos os últimos dias deste mundo corrupto. A bíblia já o tinha anunciado. "Veja só: a subida dos preços,as fomes,as guerras um pouco por toda a parte ... e a poluição que transforma o Globo num enorme monte de imundicies! " Deixam sempre um folheto: "satanás está prestes a reunir os chefes políticos de toda a terra para a guerra do grande dia de Deus ! Nada impedirá o conflito universal que se aproxima, dizem. " Insane tentativa egocentrista de fazer querer que só quem faz parte da sua cáfila será "salvo".
"Está assim tão perto?" pergunta-se-lhes ! "Sim ! as guerras sucedem-se. (Desde que a humanidade existe a mesma teve algum dia de paz?), muitíssimo antes de nascer o fundador do jeovinismo Charles Taze Russel (1852-1916) ? Grande farsa! "
Desde 1914 tomaram uma dimensão mundial . E a crise económica e social é precisamente a prova de que tudo vai mal ! A catástrofe está a bater-nos à porta ! Vai ser o armagedão, o grande combate em que os maus (são eles os bons ! ) serão aniquilados por Jeová. Começarão então os mil anos de felicidade em que Jesus Cristo irá governar a terra, transformada num Jardim de paraíso ... " (só mil anos ? E depois ?) (Péssimo negócio! ).
Mas atenção! "No choque que anunciam só podem ter esperança de sobreviver os que tomaram partido pelo reino de Deus" !
BREVISSIMA RESENHA DA SUA HISTORIA
O jeovismo, na origem, situa-se dentro da linha do adventismo primitivo. Está próximo do judaísmo pela sua concepção de Deus, que é a do antigo testamento. Pela leitura literal que faz da bíblia é "fundamentalista" : cada passagem seja qual for o seu lugar no livro, deve ser tomada à letra. E cada afirmação é considerada como a Verdade : os números, as cronologias e também a criação da terra em seis dias. Praticam o profetismo, privilegiando a leitura dos livros deste género na bíblia/ Ezequiel, Daniel, o Apocalipse/ e a identificação dos acontecimentos da época actual com os textos do passado. É igualmente a partir de cronologias constantemente retomadas que irão fixar a data do iminente fim dos tempos. Para William Miller , pai do adventismo, era em 1843, depois 1844. E Russel, pai do jeovismo, ensina que Cristo está presente invisivelmente desde Outubro de 1874 e que o fim do mundo aconteceria em 1914. É de facto a partir de 1874 que nos estados Unidos, Charles Taze Russel (1852-1916), presbiteriano, congregacionista e finalmente adventista, de Pittsburg , na Pennsilvânia, funda o movimento cujo nome é ainda Watch Tower and Tract Society of Pennsylvania/ of New York. A sua origem é tipicamente americana: um homem de negócios consagra-se à difusão das suas crenças, (pudera,oportunista) convencido,depois, dum abandono passageiro de qualquer prática religiosa, de que o regresso de Jesus está próximo, invisivel ao mundo mas visível aos olhos do crente e que ele deve ser o anunciador . A partir de 1879-1880 fundam-se "congregações " sob o nome de estudantes da bíblia ( substituido em 1931 pelo de testemunhas de jeová). Russel apresenta-se como "o escravo fiel e avisado" do evangelho (mat. 24), cuja interpretação da bíblia é a única com direito de cidadania: está- se longe da livre interpretação do texto segundo a tradição da reforma. Quem recusar a sua ditadura ideológica e o centralismo da associação é pura e simplesmente excluído.
Russel terá, porém, algumas dificuldades com os seus aderentes ao ser posta em causa a sua moralidade na altura em que se separa da mulher ou aquando duma venda suspeita dum trigo "milagroso" da qual retirou importantes benefícios financeiros.
Nathan Knorr (1905-1977), na sucessão do "juiz" em 1942, administrará a sociedade à americana. E Frederik W. Franz enriquecerá a intransigência doutrinal provendo-a de regras rigorosas para a vida pratica: recusa da transfusão de sangue, do serviço militar, do voto, da participação em qualquer associação cívica. Refaz novos cálculos para fixar a data da vinda do Reino à terra, já esperado em vão para 1914, 1915, 1916, 1918, depois 1925 e 1930. As suas próprias datas serão 1975 e 1986. A partir de então, as previsões tornaram-se mais fluidas. Mas lá continuam a debitar cálculos numa busca incessante frenética e fanática do tal armagedão com o qual tristemente não se conseguem encontrar nem com a ajuda da imprevisibilidade divina. Estendo a minha mão solidária aos milhões de pessoas que por boa fé e desconhecimento foram caçados, a todos os que tem vindo a ser excluídos, e aos restantes que se mantém firmes nas suas ideologias de fé que não se deixam caçar pelo jeovismo apocalíptico e acreditar que o fim será sempre um recomeço na vida da humanidade que nos impulsiona a caminhar sempre na busca do Paraíso nesta terra que habitamos na paz no amor e concórdia de toda a humanidade.
Sobretudo adorar as testemunhas de jeová quanto maior for a distância a que se encontrem de nós, quando próximos representam um perigo real para mentes menos esclarecidas.
Pela minha parte, respeito a liberdade religiosa desde que me respeitem também no meu sossego e tranquilidade. Caso contrário, (e já não é a primeira vez) dentro da minha propriedade solto os cães, não sem primeiro avisar. Quem é dono da verdade ???

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright. Fontes de pesquisa Jean Vernette ) ensaiosobrealucidez53blogspot.com

sábado, 28 de junho de 2014

NA SOMBRA DE MIL SÓIS ... FINITU


Tudo tem princípio, logo tudo é finitu ! Por conseguinte neste ano de 2014 o Natal, a Páscoa, os Santos Populares, as festividades em "honra" do Espírito Santo, o desempenho da seleção portuguesa no mundial de futebol do Brasil, estão finitas. Quem recebeu prendas e alegrias que as poupe até ao próximo ano, ciosamente pois o sabor da "abundância" sobrevive nas "ruas da amargura neste tempo das vacas magras".
Para os adeptos da fé no Divino, que a continuem fortalecendo em cada dia .
Para os adeptos das pompas e circunstâncias com os "principes rainhas" e ostentação contrária aos princípios do voto da rainha Santa Isabel para com o Espírito Santo de caridade e humanidade, que continuem também na senda da mediocridade formal. Para terminar, para os adeptos fervorosos das sopas e do vinho do Espírito Santo que continuem a jejuar na véspera para no dia se lambuzarem comendo e bebendo até ao tradicional vómito apetecido, nunca esquecendo o açambarcamento total de rosquilhas e vésperas impiedoso mas delicioso calmante para egos bafientos. Guardar o paladar das sardinhadas, do bom vinho, da namorada/do e folias próprias da época dos Santos Populares como refrigério para dias mais soturnos.
Por ordem festiva guarde o mundial de futebol no Brasil especialmente os jogos da seleção portuguesa na memória ou em cd e veja até ficar cegueta as "maravilhas" que ainda somos capazes de fazer sem crise com um selecionador tendencioso e feliz com o "gordo" resultado, pudera tem o seu pão garantido e os jogadores também. Para quê transpirar quando existe mais baco tabaco e bacará.
Ronaldo foi a grande cabeça de cartaz deste mundial, o papa do futebol e ídolo da mulherada, o resto, bem o resto é o resto.
Primeiro a Alemanha, com os seus panzer-division e desejos de glória cilindraram sem qualquer dificuldade a nossa seleçaozinha querida , a seguir os "esteites" que arrogantemente encostraram a nossa glória às cordas, vergonhosamente. A seguir o Gana, o bondoso Gana, que até ofereceu o primeiro golo à nossa seleção como incentivo, nem mesmo assim resultou.Porquê ?
Tem de rolar cabeças, descobrir a culpa para justificar o fracasso, não foi difícil, altas temperaturas "uma realidade" mas foi para todos, cansados debilitados já não é para todos tanto mais que se trata de um campeonato do mundo e não peladinhas de treino . Desculpas à portuguesa, enquanto adeptos alemães não lhes bastando a extensa vitória queimavam com pompa e circunstância a bandeira deste país vassalo.
A FIFA igual a si própria na pessoa de Joseph Blatter mister em corrupção num desporto que move biliões e que existe para esse fim . Lamentavelmente!
Mas, nem tudo correu assim tão mal à seleção portuguesa onde ganhar seria uma afronta à civilização futebolística mundial, onde já se viu uma seleção do terceiro mundo cometer semelhante feito !?
Vá, nada de tristezas Portugal brilhou no protagonismo, na vaidade, nas quedas e lesões, mas o que nos envaidece mesmo foram os cortes de cabelo e penteados apresentados em cada jogo disputado, ficamos na história dos mundiais.
Enquanto isso, os "religiosos" do futebol português frente a ecrãs gigantes engoliam cascois como se fora esparguete empurrando com as cervejinhas do costume. Viva a alegria da miséria! Porque tudo tem um princípio, mal ou bem tudo é finitu, excepção para este desgoverno e a desgraça em que o mesmo aposta em que fermente cada dia mais na sombra de mil sóis sem fim à vista.

(Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright) ensaiosobrealucidez53blogspot.com "Por favor deixe um comentário"

domingo, 8 de junho de 2014

RECANTOS DA MINHA MEMÓRIA ... Versejar do povo

08 JUNHO 2014

O corvo é uma freguesia
Disse quem a conhecia
Que lá não havia cidade
Pelas festas são ingratos
De gravata sem sapatos
Mas vivem na felicidade
                         "
È na Ilha das Flores
Onde vivem os amores
Onde goza a mocidade Chamam a uma lancha e um bote
um coelho espertalhote
E um bode é uma autoridade
                         "
O Faial é Ilha azul
Desde o norte até ao sul
Tem um lindo panorama
Mexicanos e Franceses Americanos Ingleses
Dão à terra boa fama
                        "
O Pico é desprezado
Não tem terra nem arado
Mas é das ilhas mais bonitas Toda a gente escreve e lê Canta e baila chamarritas
                         "
São Jorge terra perdida
É estreita e comprida
É terra que não dá fruta
Desde o Topo às Manadas Quer solteiras quer casadas
É tudo cambada de p**tas
                         "
É na ilha da Terceira
Que há toiros e brincadeira Relógio e bota de cano
Anda aquela gente perdida
P'ra lá a ganhar a vida Roubando o americano
                         "
Há uma Ilha lá p'ro Norte
Que não tem castelo nem forte Mas também se ouve seus urros
É uma Ilha tão formosa
Que uns chamam-lhe Graciosa Outros a terra dos burros
                         "
Na Ilha de São Miguel
Todo o rico usa anel
E o pobre de pé no chão
São fechados num curral
Como feroz animal
Isolados na prisão
                          "
A ilha de Santa Maria
Já se viu numa agonia
Já esteve perto da morte Foram p'ra lá dos melhores Fazer as pistas maiores
Tornar a base mais forte
                         "
A Madeira meus senhores
É um jardim de flores
É das ilhas africanas
Vendem alhos e cebolas
Às freguesas que são tolas
Que lhos trocam por bananas
                          "
Vou falar do continente
Que tem gente inteligente
Mas que são muito trafulhas Tanta gente misturada
De volta e meia atolada
Fazem muitas diabruras

(Nota esclarecedora ! Estes "versos" são de autor desconhecido, e tem cerca de dois séculos, a minha bisavó e avó recitavam-nos! Tantas vezes os escutei que decorei num cantinho da minha memória sem alterar uma vírgula! A minha intenção ao publicar é apenas e tão só dar a conhecer "a quem não conhece" versos populares de antanho cuja interpretação deve ter em conta a época em que os mesmos foram concebidos. Poesia bregeira simplista rima fácil própria do povo na sua sabedoria maior, penso sem intenção de ferir susceptibilidades mas bairrista cem por cento .
Deduzo que o autor@ seja picaroto ou faialense pela
" brasa à sua sardinha" do versejar ! Boas memórias!

sábado, 31 de maio de 2014

NA SOMBRA DE MIL SÓIS

30 MAIO 2014

Especial dia mundial da criança

As crianças são a riqueza maior de que a humanidade privilegia na continuidade e existência da raça humanóide.
"Todos nascemos pagãos" é a sociedade que nos forma para o bem e para o mal somos portanto, a imagem de quem nos forma comportamentalmente.
A maternidade é a enorme vitória da vida sobre a morte, motivo de alegria suprema dos progenitores numa humanidade responsável. Qualquer um se deita e faz um filho o mesmo não acontece quando se trata de levantar e assumir responsabilidade por esse feito.
Nesta dicotomia a humanidade falha com consequências gravosas para o nascituro vítima de todas as situações empíricas a que fica condenado.
Aos pais e à escola compete uma formação responsável de proximidade e humanidade na transmissão de valores éticos e sociais reformadores e formadores dos seus filhos mulheres e homens de amanhã.
Na actualidade os pais convivem com os filhos horas mínimas dado o seu trabalho árduo, é portanto a escola que substitui os pais portanto assumindo a dupla condição de pais e formadores, tarefa incompatível no nosso sistema de ensino é paradoxal e impróprio para consumo humano de transmissão de valores e formação necessários na vida de qualquer criança que uma vez e outra é sempre a vítima inocente.
Um pequenino exemplo: duas meninas cerca de treze anos carregando as suas pesadas mochilas repletas de ignorância; uma retira da mochila um papo seco "tipo bola" solta "alegres" gargalhadas e chuta o respectivo a uma distância razoável, enquanto a segunda embevecida corre e remata de novo perdendo-se no virar da esquina ecoando o inevitável golo. Estas meninas creio, desconhecem que durante os breves minutos que jogavam "futebol" com o pão e por cada minuto morrem cinco crianças no mundo em decorrência da desnutrição cronica . Quem tem capacidades de falar nestes números alarmantes e ensinar que os alimentos são sagrados e advém do sacrifício dos pais ?! Cenas desta natureza são frequentes com "campeonatos" utilizando como bolas caixas de refrigerantes, latas, etc., que após "jogo" são abandonadas no meio da rua ou jogadas ao mar num ritual bárbaro num profundo desrespeito pelo ambiente .
A hiperactividade é uma doença sem dúvida alguma, sempre existiu,antes com cura, hoje quase incurável ou melhor fonte de riqueza para psicólogos de "trazer por casa" utilizando os tradicionais "panos de água quente" numa questão de solução extrema .
A psicologia evoluída e competente tem soluções mas custa caro.
"De pequenino se torce o pepino" e as crianças mostram sinais claros dessa "hiperactividade" só que os progenitores ciosos não sabem ou não querem tomar nenhuma medida corretiva contribuindo sem se darem conta para a evolução do mal. Um bebé que faz birras até ao absurdo atirando com tudo o que apanha à mão frente a país impávidos e serenos, é caricato.
Como referi antes existia cura atempada e simples, quando a fala não era suficiente eram ministradas umas saudáveis "nalgadas" até ao desaparecimento total do comportamento "doentio". Era infalível hereditário ou não. Aproveito para condenar veementemente a violência seja a que título for especialmente sobre as crianças que estão isentas de qualquer culpa da irracionalidade paterna . Bullyng outra situação esta sim profundamente danosa pelos traumas provocados nas crianças e que poderá afectar todo o futuro negativamente, com uma vigilância mais apurada é possível detectar o problema dar-lhe a volta é que me parece difícil infelizmente dada a incúria manifesta pelos responsáveis educativos . É urgentissimo pôr um fim nesta barbárie castigando os prevaricadores com a devida racionalidade . As crianças merecem o melhor, com o esforço de todos é exequível uma mudança para que todas mas todas tenham os mesmos direitos à vida alimentos, paz, saúde ,liberdade, bem estar , e a todos os valores mais elevados nesta sociedade capitalista que intenta a todo o custo roubar valores humanos afim de aprisionar todas as liberdades e direitos que detém as crianças e adultos e fazem parte integrante do ser humano.

Deixo a minha terna e sentida homenagem a todas as crianças do mundo.

Quantos sonhos ligeiros p'ra teu sossego Menino avaro não tenhas medo Onde fores no teu sonho Quero ir contigo Menino de oiro sou teu amigo. (poema de Zeca Afonso)

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

NA SOMBRA DE MIL SÓIS

27 MAIO 2014

No rescaldo das eleições Europeias

... e assim entendeu o eleitorado ! Os grandes vencedores destas eleições Europeias foram : os abstencionistas e a extrema direita de Jean Marie Le Pen . A partir de agora estarão sentados lado a lado no parlamento Europeu a extrema direita, xenófoba nazista, e os "outros" cuja evolução na continuidade nada trará de novo . Não deixa de ser extremamente preocupante a eleição de Le Pen um homem detentor de uma ideologia nazista numa Europa que se deseja una e democrática.
O povo Português naufragado na corrupção e desgoverno oligárquico não poderá alimentar utopias de benesses a retirar destas eleições, antes pelo contrário no panorama político actual. A nível partidário Portugal falhou previsívelmente o povo não se conseguiu rever em nenhuma força política, ressalva para o PCP que se desmarcou conseguindo uma "vitória" que todos desejamos seja profícua na defesa do povo Português. Para a política de esquerda em Portugal é hora de profunda reflexão, de união e de cerrar fileiras perante este profundo descrédito do eleitorado, mostrando alternativas válidas e coerentes capazes de fazer frente a este desgoverno oligarquista onde a anarquia campeia. E os abstencionistas? Quem lhes garante alternativas credíveis e democráticas que lhes defenda os seus justos direitos ?! O tempo voa enquanto a política partidária continua numa panaceia quiçá imberbe e incapaz de vincular alternativas para bem de todos. Abaixo o desgoverno, slogan que diariamente nos chega aos sentidos, na ausência de forças credíveis, politicas com capacidades e valor para renovar este país.
Será que teremos de "contratar" à guisa futebolística algum governante estrangeiro já que estamos empenhados ao mesmo ?
Não causa surpresa, portanto, que o eleitorado "ande a vender a alma ao diabo" numa expectativa comprometida do "vamos ver o que isto dá" Jesus é apenas e tão só treinador do Benfica.
Está é a minha opinião, não uma caça às bruxas nem tampouco crucificar culpados, entendo que é perfeitame exequível fazer mais e melhor por todo este povo que o merece e cesse de uma vez por todas a descrença e o Sebastianismo.

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quarta-feira, 21 de maio de 2014

TRIVIALIDADES ...

21 MAIO 2014

Portugal é um país pobre ! Tão pobre, que já perdeu a identidade, perante uma Europa essencialmente germânica que põe e dispõe a seu bel-prazer tudo o que lhe interessa, apregoando a unidade que jamais existirá. O desgoverno português catastrófico, empenhou, vendeu, tudo o que nos definia no mapa do mundo, resta-nos o ar poluído que já muito poucos conseguem respirar ! Ressalva para os nossos milionários que respiram cada dia melhor graças ao aumento das suas enormes fortunas que a rica crise ajudou a aumentar exponencialmente.
As ilusões desvaneceram-se, as saídas sujíssimas da troika contribuíram para que o triste e envergonhado povo português tenha que continuar a pagar facturas de erros que não cometeu por muitas gerações. Mujica, actual presidente Uruguaio afirmou sabiamente : " estaremos bem enquanto a União Europeia e os U.S.A. não intervieram na nossa pátria" . De facto, estes países , continuam sendo o grande foco de destabilização mundial, lutar contra estes monstros é imperativo, caso contrário poucos sobreviverão para contar a história.
A Europa tal como se entende na actualidade é uma fraude onde o grande capital tudo move à custa dos povos. Valerá a pena ?
Europeístas ou não é- nos pedido mais um voto, que o mesmo seja delegado nas mãos de quem detém capacidades e isenção de lhe dar destino útil como é exigível " para expulsar a austeridade de Portugal, este povo tem que estar de pé, pronto para desobedecer a uma União Europeia que está a destruir o nosso futuro ". Conscientemente acrescento, já destruiu ! "Desde que a troika entrou em Portugal saíram mais de 250 mil pessoas ", os que ficaram estão expostos à corrosão avassaladora da perda de direitos e regalias fundamentais que serão, nesta conjuntura muitíssimo difíceis de readquirir . Vote, consciente ,para que seja uma arma certeira que contribua para pôr um fim nesta ignomínia. Não se deixe ir em trivialidades !
No desporto, mais propriamente no futebol o Benfica conseguiu graças ao seu brilhante plantel e a Jesus feitos notáveis dentro e fora de portas, para na final da UEFA em Turim claudicar perante um Sevilha longe do potencial Benfiquista, mas que levou consigo a vitória. Por todo o mérito que tem o Benfica é um clube português e isso diz tudo. A heroicidade patente do Benfica perante a poderosa UEFA não vale um prato de lulas à Sevilhana, o resultado é bem visível até para os próprios Espanhóis que não tiveram nenhum pejo em denunciar o quanto o Benfica saiu prejudicado desta final Europeia. Os adeptos fervorosos do Benfica demonstraram de forma fiel e alegre o orgulho no seu glorioso onde podem ainda rever o seu orgulho Português. Lamentavelmente não consigo vislumbrar outros motivos com que o povo Português possa ainda orgulhar-se, de facto na actualidade Europeia e mundial franzem-se muitos sobrolhos em relação a este país que ainda vale apenas para alimentar grandes capitais à custa deste povo sofrido e condenado por este desgoverno ao que parece indefinidamente no poder que se propõe a sugar o sangue desta raça heroica condenada aos suplícios de Sisifo.
O flagelo do desemprego, os despedimentos cirúrgicos são uma realidade pungente que mantém este povo numa ditadura do medo e da escravidão como referi sem fim à vista. As realidades doem demais, por essa razão , o povo resiste alheando-se destas atrocidades tentando festejar o que não é festejável embriagando-se de utopias, sofrendo, nascendo, morrendo, miseravelmente numa trivialidade deformada de toda a natureza da existência humana .

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

A MÁFIA DA OPUS DEI PORTUGUESA

07 MAIO 2014, 19:22 OS SEGREDOS DO OPUS DEI Obra de Deus controla várias entidades que têm um património superior a 80 milhões de euros. Está ligada a uma financeira de capitais de risco e conta com cerca de 1500 seguidores em Portugal. Jovens com pouco mais de 14 anos e oriundos de famílias abastadas são a base de recrutamento. São educados para se tornarem santos e difundir “a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para o encontro com Deus, o serviço aos outros e o melhoramento da sociedade”. Estamos a falar da Opus Dei, a “secreta” e polémica organização da Igreja Católica, que em Portugal tem cerca de 1500 seguidores, na sua maioria mulheres e casados. A forma de atingir tais fins e o vasto património que as várias entidades ligadas à Obra de Deus possuem é que levanta muitas dúvidas sobre os verdadeiros objectivos da instituição. A alimentar estas dúvidas está o facto de se desconhecerem quem são e que cargos ocupam os referidos “seguidores” na sociedade portuguesa, sendo certo que deles fazem parte nomes sonantes como Ramalho Eanes, ex-presidente da República, e a sua mulher, o conhecido bancário Jardim Gonçalves, o conselheiro de Estado e ex-ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e o antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, para dar apenas alguns exemplos. Oficialmente, o Opus Dei não tem nada em seu nome. Está tudo nas mãos de várias instituições que têm ligações evidentes à organização. A principal é a Fundação Maria António Barreiro, fundada após a morte desta mulher, em meados da década de 80 do século passado, e que deixou, em testamento, a sua gigantesca fortuna nas mãos do ex- advogado do BCP, José Afonso Gil, um membro da Opus Dei e que é o presidente vitalício da instituição, da qual fazem ainda parte, Francisco Oliveira Dias, ex-presidente da Assembleia da República, e Carlos Câmara Pestana, vice-presidente do BPI e presidente do Banco Itaú, mais dois destacados membros do Opus Dei. METADE DE UM QUARTEIRÃO EM LISBOA Da fortuna deixada por Maria Antónia Barreiro e que deu origem à fundação ligada ao Opus Dei faziam parte 50% do quarteirão onde funciona a Pastelaria Suíça, no Rossio, em pleno coração de Lisboa, que foi vendido pouco depois da morte da benemérita. O negócio terá rendido cerca de 10 milhões de euros em valores actuais. A herança incluía ainda mais 18 prédios espalhados por Lisboa, jóias, depósitos a prazo em vários bancos e títulos do tesouro. A sua fortuna tem sido usada em obras do Opus Dei desde então e a Fundação tem um património superior a 41 milhões de euros. Em seu nome estão quase uma centena de imóveis espalhados pelas freguesias de Penha de França, S. Sebastião da Pedreira, Olivais e S. Domingos de Benfica. Só em Marvila, a fundação tem 10 prédios, nove lojas e nove armazéns, sendo que um deles vale cerca de 500 mil euros. A instituição é igualmente proprietária de mais de metade da Rua Fernando Palha, na zona Oriental de Lisboa Em nome da Fundação Maria Antónia Barreiro está um terreno junto à Universidade Católica, em Lisboa, onde nasceu a residência universitária Montes Claros e o Oratório S. Josemaria Escrivá, o santo fundador do Opus Dei. Ao lado foi construída a Associação de Estudos Superiores de Empresas (AESE), igualmente controlada pela organização católica. O Centro de Orientação Familiar, que promove acções de formação para casais, a funcionar num prédio da Rua do Possolo, ao lado da residência do presidente da República, Cavaco Silva, é também da Fundação e na sua criação esteve envolvido o conhecido banqueiro Jardim Gonçalves, que também foi um dos fundadores da AESE. Aliás, das 23 pessoas que fundaram a associação de estudos, 18 eram membros da Obra, entre os quais Carvalho Cardoso, ex-presidente do clube Belenenses, colaborador de António Champalimaud e antigo gestor da Mundial Confiança, Osvaldo Aguiar, que era o administrador do governo do Opus Dei, Silvério Martins, fundador do CDS e ex-administrador do Banco Pinto de Magalhães e da Rádio Renascença, e José Fonseca Pires, responsável pelas actividades dos membros da Obra casados (no Opus Dei, os membros casados são chamados supranumerários e os solteiros numerários) e presidente da Sociedade Lusitana da Cultura. UMA FINANCEIRA? A Opus Dei tem igualmente ao seu serviço a Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (Cofic), entidade que financia o governo da Obra e que possui quatro imóveis localizados em Viseu e dois em Coimbra, cujo valor ronda os dois milhões de euros. A cooperativa tem 18 imóveis registados em seu nome, entre os quais está a Quinta do Paço do Lumiar, com mais de 10 mil metros quadrados, onde funciona a sede do Opus Dei e vive o líder da organização em Portugal, o vigário regional José Rafael Espírito Santo. Só esta quinta, com o seu sumptuoso palacete, está avaliada em cerca de 20 milhões de euros. O director-geral da AESE, José Ramalho Fontes, também vive numa vivenda em Linda-a-Velha registada no nome da Cofic e que está avaliada em mais de três milhões de euros. A cooperativa é ainda dona de um prédio no Campo Grande, onde funciona o Clube Xénon, vocacionado para organizar actividades para rapazes e que é um dos principais pontos de captação de novos membros para a Obra. O prédio foi uma doação da ISCAL, Sociedade Imobiliária Civil, administrada por três membros do Opus, que também deixou uma quinta em Vila Nova de Gaia, onde a organização construiu um edifício para acolher os participantes nos seus retiros espirituais. Um complexo igual foi construído em Almançor, no Alentejo, em terrenos doados à cooperativa por Alfredo Cunhal, tio do fundador do PCP, Álvaro Cunhal. Mas o investimento onde o Opus Dei aparece envolvido e que provoca mais estranheza é a Naves, uma sociedade de capitais de risco. Na verdade, quem entrou no negócio foi a AESE, que comprou 11,76% dos 1,3 milhões de euros de capital social da sociedade financeira, tornando-se na sua principal accionista. A Naves funciona na própria escola superior, na Calçada da Palma de baixo, em Lisboa. A naves tem activos superiores a um milhão de euros e participações na imobiliária In Time (de Gaia) e na Várzea da Rainha Impressores, um empresa que é presidida por Zita Seabra, que também dirige a editora Althêia, responsável pela publicação, no ano passado, de uma biografia do fundador do Opus, Josemaria Escrivá. A Escola Profissional Vale do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros. CHAMADA À SANTIDADE Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais. “O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil. Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.” Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necessidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal. UMA “MADRINHA” CHAMADA IRMÃ LÚCIA José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente. Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira. “S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei. No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiões, Louis Freeh, antigo director do FBI, Joaquín Navarro Valls, psiquiatra e ex-porta-voz do Vaticano, Jacques Santer, ex-Presidente da Comissão Europeia, o espanhol Gil Robles, presidente do Parlamento Europeu entre 1994 e 1999, e Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do Comité Olímpico Internacional. Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei, nega qualquer elitismo e lembra a presença da Obra em meios menos favorecidos, tendo membros taxistas, cozinheiras ou mulheres-a-dias. Desde o início da implantação do Opus Dei em Portugal que a Obra não tem tido vida fácil nos meios eclesiásticos. Seja pela desconfiança da hierarquia, seja pela dificuldade em fazerem-se aceitar junto da opinião pública e de penetrar em meios tão sensíveis como a Universidade Católica ou a administração de paróquias. Pelo contrário, no Vaticano sobem de dia para dia os “infiltrados” do Opus Dei, lobby que condicionou as movimentações dos cardeais no conclave para a eleição do novo Papa. Hoje, sabe-se que o polaco Karol Wojtyla deve o papado à estratégia conservadora dirigida pelo cardeal austríaco Koening, simpatizante da Obra, suspeitando-se que o mesmo terá acontecido com o actual Papa. A “MÁQUINA DA SANTIDADE” O Opus Dei não apresenta grandes alterações nos diferentes países onde se instalou. A “máquina de santidade” concebida em 1928 por Josemaria Escrivá, assume-se como inovadora a pré-conciliar a intervenção activa dos cristãos correntes no interior da Igreja Católica, dominada pelos eclesiásticos. Escrivá diz-se possuído de uma “inspiração divina” e fundou em Madrid uma organização que tem como objectivo “ser o caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos”. Segundo Escrivá, qualquer ser humano podia ser profissional da santidade, excepto as mulheres, mas em 1930 deu a mão à palmatória e abriu as portas da santidade ao sexo esquecido na candidatura aos altares. O Opus Dei é agora uma Prelatura, ou seja, uma diocese sem território, erigida em 1982 por João Paulo II. A Obra impõe um “plano de vida” aos seus membros que são obrigados, diariamente, a meia hora de oração mental, de manhã e à noite, assistência à missa, visita ao Santíssimo Sacramento (sacrário sobre o altar onde se guardam as hóstias consagradas), leitura de textos bíblicos e de outros livros de espiritualidade, recitação do rosário (três terços), do Angelus (oração mariana do meio dia), diversas jaculatórias (interjeições religiosas como Santa Maria Mãe de Deus), e do exame de consciência à noite, onde se incluem perguntas sobre as preces da Obra e o espírito de proselitismo. É ainda obrigatória a confissão semanal, um dia de recolhimento em cada mês e um retiro espiritual todos os anos, com a duração de três a cinco dias. Estes últimos actos devem ser cumpridos no interior da obra e a confissão não pode ser feita a qualquer padre que não pertença à instituição. Também lhes é pedida a subvenção da Obra que passa pela entrega de quantias monetárias, em tudo semelhante ao dízimo. Os numerários e agregados são outra categoria de membros do Opus Dei, porventura os de mais difícil reprodução. Além de lhes serem feitas as mesmas exigências que aos supranumerários (seguidores casados), conhecem imposições que os aproximam de figuras claustrais sem hábito, como o celibato apostólico, a permanência nos centros da Obra, e a mortificação corporal, que passa pelos tradicionais jejuns e abstinências e, aos sábados, pela auto flagelação e uso de cilícios – espécie de cinto áspero, de corda ou arame, aplicado sobre a pele. Aos numerários não lhes é consentido celebrar com as famílias as festas do Natal, Páscoa e Ano Novo. Há uma vigilância sobre os quartos, a correspondência, e o acesso a espectáculos públicos. Todos os proventos – intelectuais ou outros – são entregues à Obra, que por sua vez apenas lhes dá dinheiro para despesas mínimas. Os agregados não têm normalmente formação universitária nem vivem nas casas da Obra mas assumem os mesmos compromissos. Além dos castigos corporais e da confissão, outra tarefa semanal é o encontro com o director espiritual, papel atribuído a um leigo designado pela estrutura. Se for caso disso, é proposta a “correcção fraterna”, que não passa de uma punição ou acto de contrição exigidos pelo director espiritual e que é um dos métodos de controlo das consciências no interior da Obra de Balaguer. Segundo testemunhos de dissidentes que circulam na Internet, estes métodos têm produzido enormes estragos no tecido mental dos membros. PADRES ESPECIAIS Não é qualquer sacerdote que pode fazer parte do Opus Dei. Dentro dos numerários e agregados do sexo masculino que são escolhidos pelo Prelado criado por Josemaria Escrivá, os padres da Obra têm de pertencer à Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz, criada pelo santo em Espanha, em 1943. A criação desta sociedade provocou uma onda de intrigas nos meios eclesiásticos espanhóis e do próprio Vaticano. A todos, excepto aos agregados, é exigido o doutoramento em ciências teológicas e civis e obediência exclusiva ao Prelado da Obra. Podem pertencer à Sociedade Sacerdotal padres associados diocesanos que desejem receber a formação tipo Opus. Esta é uma forma de difusão da Obra mas que não consente o contrário. D. Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria, foi, antes de receber o episcopado, o primeiro padre diocesano a associar-se às estruturas da organização em Portugal. São cerca de meia centena os padres portugueses da Prelatura, cifrando-se a nível mundial nos 1800, incluindo diáconos. Dispersos pelos centros do Opus Dei, os padres fazem serviço de confissões e dão apoio aos tribunais diocesanos. COOPERADORES FAMOSOS O Opus Dei tem a particularidade de designar como cooperadores homens e mulheres que não estando incorporados na Prelatura podem pertencer a diferentes confissões e religiões, designadamente protestantes, judeus, muçulmanos ou budistas, agnósticos e ateus. Não será entretanto fácil convencer quaisquer destes elementos a propiciar à Prelatura amor com obras ao Papa e aos bispos. Mas são mais vastas as actividades dos cooperadores no campo educativo ou de promoção social e cultural. A ajuda económica que possa vir destas pessoas é retribuída em indulgências, em tudo parecidas com as que foram “inventadas” pelo protestante Martinho Lutero, em orações, retiros e círculos. Em Portugal, Narana Coissoró, hindu, antigo vice-presidente da Assembleia da República, possui este estatuto. A página do Opus Dei na Internet envia regularmente informação sobre as actividades da Obra, sendo mais de 50 mil o número de portugueses que recebem a newsletter elaborada pelos serviços de comunicação da organização no nosso país, embora os cooperadores sejam menos de quatro mil. Os cooperadores colaboram nas actividades da obra e espalham o espírito da organização. Entre eles, estão nomes bem conhecidos da sociedade portuguesa, como Bagão Félix, os casais Eanes e Nogueira Pinto, Maria Barroso, Freitas do Amaral, Arlindo Cunha e Rui Machete. A LISTA NEGRA A canonização e santificação de Josemaria Escrivá produziu uma das mais eficazes operações de marketing levadas a efeito sobretudo pela transmissão televisiva das cerimónias litúrgicas, realizadas no Vaticano. Mas a exposição mediática trouxe, por outro lado, a visibilidade das fragilidades. Amante mais do rigor do Direito Canónico que da investigação teológica, o Opus Dei mantém o tom conservador da eclesiologia dos anos 30 e, em matéria de liberdade de pensamento e consciência, continua a guardar o Index abolido pelo Vaticano II. Entre outras são lançadas à fogueira do Opus Dei as obras de Lutero, Lessing, Kant, Hegel, Brecht e Hans Kung, que são consideradas “mero lixo”. “Os fiéis do Opus Dei são cidadãos que gozam dos mesmos direitos e têm as mesmas obrigações que os restantes cidadãos, seus iguais. Na actuação política, económica, cultural, etc., agem com liberdade e responsabilidade pessoais, sem envolver a Igreja ou o Opus Dei nas suas decisões, e sem apresentar esse modo de agir como o único compatível com a fé. Esta atitude exige respeitar a liberdade e as opiniões alheias”, assegura a “o Crime” Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei em Portugal, não negando, no entanto, que são dadas “meras indicações sobre o que é boa ou má leitura». Por Carlos Tomás ( jornal «o Crime») Grande trabalho de pesquisa !