Este blogue é tão-somente a minha “página” na Internet.Não sou o dono da razão, nem da verdade,sou mais um ser humano e tenho “defeitos” como todos os outros. A minha escrita por vezes, poderá ser cáustica, e satírica, escrevo assim por gosto, por amor incondicional pela escrita, natureza, humanidade, paz, liberdade, justiça social, e um mundo novo, exequível. Se o meu amor for "pecado" estou a residir no planeta errado ! BEM VIND@S A TOD@S QUE VIEREM POR BEM ! vitor jorge
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
A MINHA GERAÇÃO
22 MARÇO 2013, 19:40
A luta dos filhos contra os pais não é uma verdade biológica que até agora não sofreu desmentidos. O progresso é um triângulo que avança lentamente, com uma minoria no vértice, homens dignos nos dois catetos e, na base, a massa bruta e inculta que os segue. Inverter o triângulo, por a massa bruta à vanguarda, é atentar contra as leis naturais que são invioláveis.
A educação do século passado, embora inçada de preconceitos e superstições, era melhor. Os filhos acreditavam no pai mais do que nos outros. O meu pai disse; é bastante. "Meu avô era a bússola do bom senso". "Sempre foi assim"constituia uma norma invariável para evitar as complicações da vida. O provérbio passava por ser metal à prova de qualquer ácido; hoje, é apresentado como o esperanto de todas as imbecilidades. Quando os velhos se alarmavam, à vista das novidades em progresso, quando chamavam anarquia às inovações desconhecidas dos novos e acusavam o mundo de estar atacado de loucura delirante, não faziam senão secundar o fluir lento, progressivo, imperturbável, do tempo.
Os jovens reliam os livros da biblioteca; estudavam línguas nas gramaticas de casa; dessedentavam-se de beleza nas antologias amareladas e gastas; o velho álbum de fotografias dos antepassados tinha o seu lugar de honra. As meninas ofereciam flores às velhas - as velhas daqueles tempos sabiam conservar a sedução das cabeleiras prateadas. Os escritórios de advogado cobriam-se da patina dos anos e de calor humano, na expectativa de que o velho abandonasse a poltrona, para a ceder ao filho (a) treinado gradualmente para a ocupar.
Hoje, o filho do notário quer ser engenheiro electrotécnico, por lhe parecer a profissão do pai ocupação sedentária, sem recursos exercida numa atmosfera rarefeita. Pelo gosto de reacção contra os pais o filho do electrotécnico timbra em ser notário, porque se lhe meteu na cabeça que os notários ganham, sem esforço, quantias fabulosas na constituição de sociedades anónimas; ou estuda Económicas, crente de que nessa profissão, se enriquece com uma presteza recorde graças à preparação científica de falências elegantes, a arte de mascarar os lucros e lograr o fisco.
A realidade é diferente. O húmus do saber e da moral compõe-se do que há de aparentemente inútil e antiquado na geração anterior.
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