domingo, 24 de novembro de 2013

ODE AO ALENTEJO

24 NOVEMBRO 2013, 09:16 O Alentejo dispensa apresentações ou cicerones. Identifica-se ele próprio através dos seus amàlgamas com que a natureza o dotou. O cheiro da terra, o sol, o vento, a chuva, a gastronomia, o cante, e o povo Alentejano compõem este único e incomparável paraíso na terra. Aquela voz robótica "você está no Alentejo" deixa de ter sentido. Nesta embriaguez natural o visitante sente-se teletransportado ao jardim do Éden pregado, sonhado e desejado. A mãe natureza teve mãos largas ao dotar este paraíso de tamanha beleza pura e descodificada. O cante Alentejano é equivalente a coros de anjos celestes. O seu povo, honesto, trabalhador incansável único neste jardim onde outrora ondulavam ao sabor de suave brisa cearas de trigo maduro, dourado, que as ceifeiras colhiam em molhos de pão e doces cantigas salpicadas pelo suor dos seus rostos trigueiros de incomparável beleza angelical. A gastronomia é aqui manjar dos deuses à qual Baco se associou com o melhor nectar do universo. Neste jardim nada se confunde nesta planura imensa com voz própria. Por mais que seja cantado, e escrito, jamais o ser humano o conseguirá descrever. "O Alentejo não tem fim". É o paraíso em que toda a humanidade deseja e sonha habitar algum dia. É de profunda injustiça, e a mais descabida das ironias, um país que detém dentro das suas fronteiras este paraíso, este céu, o abandone. O Alentejo é a maior riqueza que qualquer país do mundo sonharia possuir, excepção feita a Portugal que por maldita sina não murmura uma palavra em justo favor deste manancial com que a natureza nos brindou. Num país que rejeita o seu povo, o progresso e a grandeza do seu património, é óbvio que será um eterno mendigo de mão estendida ao mundo. Aquele mendigo que não inspira compaixão e em que a frase "vai trabalhar" nunca fez tanto sentido. Felizmente, para gáudio de todos os Alentejanos, vivem no paraíso que a natureza abençoa em cada dia. Partir ? É palavra impronunciavel neste paraíso! "Alentejo da minha alma tão longe me vais ficando" É com a alma de rastos que me afasto lentamente deste amor eterno, que me vem de novo ao ouvido aquela voz robótica : " Atenção! Próxima paragem inferno ! (Texto de opinião pessoal e colectivo protegido por copyright ) ensaiosobrealucidez53blospot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário