sexta-feira, 1 de novembro de 2013

SATÍRICO

16 MARÇO 2013, 11:21 Um primeiro ministro de um país já na banca rota convocou um dia o seu gabinete e dirigiu-se particularmente ao seu povo. - ZÉ, visitou-me esta noite o génio da dúvida,e disse-me que não és um servo fiel . Peço-te, pois, uma prova:irás daqui a tua casa, matarás a tua mulher e trar-me-às a sua cabeça. ZÉ levantou-se; meia hora depois, regressava e depunha aos pés do seu ministro um embrulho com a cabeça da esposa. - Está bem; mas não basta - observou o ministro. - Preciso de outra prova.Volta a casa,mata teu pai e traz-me a cabeça. ZÉ saiu; voltou ao fim de meia hora e pôs aos pés do seu ministro a cabeça do pai. - Ainda não chega - tornou o ministro. - Preciso de uma derradeira prova: a cabeça de teu filho. ZÉ afastou-se; ao cabo de meia hora,arremessava aos pés do ministro a cabeça do filho. - Agora, creio deveras que sejas um servo leal - concluio o ministro. E, com voz mais branda, falando de amigo para amigo,acrescentou: - Esta manhã,vi no lago do teu jardim um lindo peixe de ouro e prata,vermelho e alaranjado. Dá-me esse peixe para o meu almoco. A estas palavras,ZÉ desembainhou um punhal e cravou-o no peito do ministro. Antes que os guardas o levassem, deu a explicação do seu gesto: - O ministro ordenou que matasse minha mulher: obedeci, , porque a autoridade está acima do amor. Quando me mandou matar meu pai, obedeci, porque a autoridade é superior à afeição filial. Recebendo ordem de matar meu filho, obedeci, porque a autoridade vale mais que a carne da nossa carne.Mas o ministro pediu-me que lhe desse o lindo peixe de ouro e prata, para o comer estupidamente ao almoço. E matei o ministro, porque a autoridade não pode mais que a beleza. Resposta de criminoso? De poeta? De esquizofrénico?

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